Síndrome de burnout: 7 sinais de que seu trabalho te adoeceu
Exaustão extrema, irritabilidade e falta de prazer são alguns dos sintomas; aprenda a identificar os sinais do esgotamento profissional e saiba quando procurar ajuda
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Siga noO recente caso de uma médica que sofreu uma parada cardiorrespiratória após relatar episódios de violência psicológica no trabalho trouxe à tona um debate urgente. A saúde mental no ambiente profissional, especialmente em setores de alta pressão, se tornou uma preocupação central, com o esgotamento atingindo níveis alarmantes.
Este cenário de estresse crônico tem nome e é reconhecido como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A síndrome de burnout é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão, cinismo e redução da eficácia profissional, resultado direto de um gerenciamento inadequado do estresse no trabalho.
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Diferentemente do cansaço comum, que melhora com o descanso, o burnout é um estado de esgotamento persistente que afeta todas as áreas da vida. Identificar os sinais precocemente é fundamental para buscar ajuda e reverter o quadro antes que ele cause danos mais profundos à saúde física e mental.
Conhecer os sintomas é o primeiro passo para a recuperação. Eles podem se manifestar de forma sutil no início, mas tendem a se intensificar com o tempo se a causa do estresse não for abordada. Observe os principais sinais de que seu trabalho pode estar te adoecendo.
Exaustão física e mental contínua
Este é o sintoma mais marcante do burnout. Não se trata de um simples cansaço após um dia difícil, mas de uma sensação de esgotamento profundo que não desaparece nem mesmo com uma boa noite de sono ou durante o fim de semana. A energia parece ter sido completamente drenada.
Essa exaustão afeta a capacidade de concentração, a memória e a tomada de decisões. Tarefas que antes eram simples se tornam um grande esforço. A pessoa se sente constantemente sobrecarregada, como se não conseguisse mais dar conta das demandas do dia a dia, tanto no trabalho quanto na vida pessoal.
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Negativismo e distanciamento do trabalho
O profissional começa a desenvolver uma atitude cínica e pessimista em relação ao seu trabalho. Aquilo que antes era uma fonte de realização passa a ser visto como um fardo. Há uma perda de engajamento e um sentimento de indiferença pelas tarefas, colegas e clientes.
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Esse distanciamento mental funciona como um mecanismo de defesa contra a sobrecarga emocional. A pessoa pode se tornar mais irritada, impaciente e fazer comentários negativos com frequência. É um esforço para se proteger da frustração e do desapontamento constantes.

Sensação de ineficácia e falta de realização
Apesar de longas horas de trabalho, surge um sentimento de que nada do que se faz é bom o suficiente. A produtividade cai, os erros aumentam e a autoconfiança é abalada. A pessoa passa a duvidar da própria competência e se sente frustrada com a falta de resultados.
Essa percepção de fracasso alimenta o ciclo do burnout. A falta de reconhecimento e a sensação de que seu esforço não tem impacto geram desmotivação. O prazer e o senso de propósito que a carreira proporcionava simplesmente desaparecem.
Isolamento social e dificuldade nos relacionamentos
A falta de energia e a irritabilidade constante acabam por afetar as relações interpessoais. O indivíduo tende a se isolar, evitando interações sociais no trabalho e até mesmo com amigos e familiares. A paciência para conversas e atividades em grupo diminui drasticamente.
Pequenos conflitos podem se transformar em grandes discussões. A pessoa se sente incompreendida e prefere ficar sozinha para não ter que lidar com mais uma fonte de estresse. Esse isolamento agrava os sentimentos de solidão e desamparo.
Sintomas físicos recorrentes
O corpo também responde ao estresse crônico. Dores de cabeça e enxaquecas se tornam frequentes, assim como dores musculares, principalmente na região do pescoço e das costas. Problemas gastrointestinais, como dores de estômago, gastrite e síndrome do intestino irritável, também são comuns.
Outros sinais físicos incluem alterações no apetite, tonturas, palpitações e uma queda significativa na imunidade, o que leva a resfriados e infecções recorrentes. As noites de sono são prejudicadas pela insônia ou por um sono que não é reparador.
Irritabilidade e alterações de humor
A pessoa em Burnout vive com os nervos à flor da pele. Pequenos imprevistos ou frustrações, que antes seriam contornados com facilidade, se tornam gatilhos para explosões de raiva ou crises de choro. A instabilidade emocional é constante.
Essa mudança de humor é perceptível para as pessoas ao redor. A paciência se esgota rapidamente e a tolerância a erros, tanto próprios quanto dos outros, é praticamente nula. Há uma sensação constante de estar no limite.
Perda de prazer e apatia geral
Um dos sinais mais preocupantes é a anedonia, a incapacidade de sentir prazer em atividades que antes eram prazerosas. Hobbies, encontros com amigos, momentos com a família e até mesmo o lazer perdem a graça. A vida se torna cinzenta e sem propósito.
Essa apatia não se restringe apenas à vida pessoal, ela invade o ambiente de trabalho e gera um ciclo vicioso de desinteresse e baixo desempenho. A pessoa perde a capacidade de se alegrar com as próprias conquistas e passa a viver de forma automática, sem perspectiva ou entusiasmo.