A tecnologia que ajuda a encontrar pessoas desaparecidas no Brasil
Conheça aplicativos, sistemas de reconhecimento facial e bancos de dados que se tornaram ferramentas cruciais para a polícia e para as famílias
compartilhe
Siga noA mobilização para encontrar um DJ desaparecido em Minas Gerais após sair para passear com seu cachorro ilustra uma realidade dolorosa no Brasil. Todos os anos, milhares de famílias enfrentam a angústia de não saber o paradeiro de um ente querido. Nesses momentos, a tecnologia surge como uma aliada poderosa, transformando a esperança em ações concretas e oferecendo novas ferramentas para a polícia e para a sociedade civil.
Além do compartilhamento em redes sociais, que possui um alcance imenso e imediato, um ecossistema de soluções digitais está em operação. Sistemas integrados de segurança, aplicativos especializados, bancos de dados genéticos e inteligência artificial formam uma rede de apoio que aumenta as chances de um reencontro. Essas ferramentas agilizam processos que antes levavam semanas ou meses, conectando informações de diferentes estados e otimizando o trabalho de investigação.
Leia também:
-
BH é a cidade onde mais pessoas somem no estado. O que a polícia recomenda?
-
Minas Gerais tem alta de 25% na localização de pessoas desaparecidas
-
BH: idoso desaparecido no Barreiro é reconhecido depois de reportagem
A primeira resposta é digital
Quando alguém desaparece, o tempo é um fator crítico. A primeira ação de amigos e familiares, quase instintivamente, é recorrer às redes sociais. Fotos, descrições e informações de contato são compartilhadas em grupos de WhatsApp, Facebook e Instagram, criando uma corrente de solidariedade que pode alcançar milhares de pessoas em poucas horas. Essa mobilização inicial é fundamental para coletar pistas e manter o caso visível.
Paralelamente, as autoridades utilizam sistemas robustos para formalizar e centralizar as buscas. Um dos principais é o Sinesp Cidadão, um aplicativo do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ele possui um módulo específico chamado “Desaparecidos”, que permite a qualquer pessoa consultar registros de desaparecidos em todo o país e enviar informações que possam levar à sua localização. A plataforma integra os boletins de ocorrência de diferentes estados, criando um banco de dados nacional.

Inteligência artificial e DNA na linha de frente
A tecnologia de reconhecimento facial tem se tornado uma ferramenta crucial nas investigações. Câmeras de segurança instaladas em locais públicos, como estações de metrô, rodoviárias e aeroportos, são conectadas a softwares que comparam os rostos captados com as imagens de pessoas desaparecidas inseridas no sistema. Quando há uma correspondência, um alerta é enviado para as autoridades, permitindo uma ação rápida.
Em casos mais complexos, a genética oferece respostas. O Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) é uma peça-chave para solucionar desaparecimentos de longa data. Ele armazena o DNA de familiares de pessoas desaparecidas e o compara com perfis genéticos de corpos não identificados. Esse cruzamento de dados já permitiu que muitas famílias encontrassem um desfecho, mesmo que trágico, para suas buscas.
Outras tecnologias complementam o trabalho em campo. O rastreamento de sinais de celular, autorizado judicialmente, pode indicar a última localização conhecida de uma pessoa. Drones equipados com câmeras térmicas são usados para varrer áreas de difícil acesso, como matas e regiões rurais, otimizando o trabalho das equipes de busca e resgate.
O poder da informação centralizada
Além das iniciativas governamentais, aplicativos desenvolvidos pela sociedade civil também colaboram para a causa. Essas plataformas funcionam como um mural digital, onde famílias podem cadastrar informações detalhadas sobre o desaparecido, incluindo fotos, características físicas e as circunstâncias do sumiço. O objetivo é centralizar os dados e evitar a propagação de notícias falsas, um problema comum em casos de grande repercussão.
A união entre a mobilização popular e as ferramentas tecnológicas cria um cenário mais promissor para a localização de pessoas desaparecidas. Cada compartilhamento, cada informação enviada a um aplicativo oficial e cada dado inserido em um banco de dados nacional contribui para uma rede de buscas mais eficiente e humana, mostrando que a tecnologia, quando bem aplicada, pode ser um instrumento de esperança e reencontro.
O que fazer quando alguém desaparece?
O primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência na delegacia de polícia mais próxima. Não é necessário esperar 24 horas.
Leve uma foto recente da pessoa e forneça o máximo de informações, como roupas que usava e locais que costumava frequentar.
Como a tecnologia de reconhecimento facial funciona nas buscas?
As câmeras de segurança em locais públicos capturam imagens que são comparadas em tempo real com um banco de dados de desaparecidos.
Se o sistema identifica uma correspondência, um alerta é gerado para as forças de segurança, que podem verificar a situação.
Qual a importância dos bancos de dados genéticos?
Eles permitem cruzar o DNA de familiares de desaparecidos com o material genético de corpos não identificados que chegam aos institutos médicos legais.
Essa comparação científica é fundamental para solucionar casos antigos e dar uma resposta definitiva para as famílias.
As redes sociais são eficazes para encontrar desaparecidos?
Sim, elas são muito eficazes para disseminar a informação rapidamente e alcançar um grande número de pessoas em pouco tempo.
No entanto, é preciso ter cuidado com a propagação de informações falsas, que podem atrapalhar as investigações oficiais.
Aplicativos de celular podem realmente ajudar a encontrar alguém?
Sim, especialmente os aplicativos oficiais, como o Sinesp Cidadão. Eles centralizam as informações e permitem que qualquer pessoa colabore.
Essas ferramentas garantem que as pistas cheguem diretamente às autoridades competentes de forma segura e organizada.