SAÚDE MENTAL

O papel da escola na saúde mental das crianças; veja como ela pode ajudar

O ambiente escolar é estratégico para identificar problemas e promover o bem-estar; entenda como a escola pode acolher alunos e atuar em parceria com a família

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A saúde mental de crianças e adolescentes voltou ao centro do debate público após o Ministério Público de Minas Gerais recomendar a ampliação do atendimento psicológico a jovens acolhidos em Belo Horizonte. A medida joga luz sobre uma questão urgente e, muitas vezes, silenciosa: o bem-estar emocional de quem está em fase de desenvolvimento.

Nesse cenário, a escola surge como um espaço estratégico e fundamental. Mais do que um local de aprendizado acadêmico, o ambiente escolar é onde crianças passam grande parte do dia, interagem com colegas e são observadas por educadores. Por isso, a instituição tem um papel decisivo na identificação de sinais, no acolhimento e na promoção da saúde mental.

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A escola como primeiro ponto de observação

Muitas vezes, os primeiros sinais de que algo não vai bem com a saúde emocional de uma criança aparecem na escola. Professores e coordenadores, por meio da convivência diária, conseguem notar mudanças que podem passar despercebidas em casa, onde a rotina é diferente.

Alterações súbitas de comportamento são um forte indicativo. Uma criança antes extrovertida que se torna quieta e isolada, ou um aluno calmo que passa a demonstrar agressividade e irritabilidade, são exemplos claros. Essas mudanças merecem atenção e uma abordagem cuidadosa.

A queda no rendimento escolar também é um alerta importante. Dificuldades de concentração, perda de interesse nas atividades e notas baixas podem ser consequência de questões emocionais, como ansiedade ou tristeza, que afetam a capacidade de aprendizado.

Outros sinais incluem queixas físicas recorrentes, como dores de cabeça ou de estômago sem causa aparente, e alterações nos padrões de socialização, como o afastamento de amigos ou a dificuldade em participar de atividades em grupo.

O que a escola pode fazer na prática?

O papel da escola não é diagnosticar ou tratar transtornos mentais, mas sim criar um ambiente seguro e acolhedor, onde os alunos se sintam à vontade para expressar seus sentimentos. A instituição atua como uma ponte, identificando a necessidade e orientando a família a buscar ajuda profissional.

Para isso, é essencial que a equipe pedagógica receba formação adequada para reconhecer os sinais de alerta e saber como agir. A abordagem deve ser sempre empática e livre de julgamentos, focando no bem-estar do aluno. O objetivo é ouvir e apoiar.

A implementação de programas de educação socioemocional no currículo é outra estratégia eficaz. Esses programas ensinam habilidades como identificar e gerenciar emoções, desenvolver empatia, resolver conflitos de forma pacífica e construir relacionamentos saudáveis. É uma ação preventiva que beneficia todos os estudantes.

Criar espaços de diálogo, como rodas de conversa mediadas por um profissional, também ajuda a normalizar o debate sobre sentimentos. Quando os alunos percebem que não estão sozinhos em suas angústias, a carga emocional tende a diminuir.

A parceria fundamental entre escola e família

Nenhuma ação da escola será totalmente eficaz sem uma parceria sólida com a família. A comunicação entre as duas partes precisa ser transparente, constante e colaborativa. Quando a escola identifica um sinal de alerta, a família deve ser comunicada de maneira sensível e clara.

Essa conversa não deve ter um tom de acusação, mas de preocupação compartilhada. O objetivo é unir forças para entender o que está acontecendo com a criança e encontrar as melhores soluções. A escola pode oferecer informações e sugerir o encaminhamento para psicólogos, pediatras ou outros especialistas.

Da mesma forma, os pais ou responsáveis devem manter a escola informada sobre eventos importantes que ocorrem em casa e que podem impactar o comportamento do filho, como um divórcio, a perda de um ente querido ou uma mudança de residência. Essa troca de informações enriquece a percepção de todos sobre as necessidades da criança.

A promoção de palestras e workshops para pais sobre saúde mental infantil fortalece essa aliança. Ao levar conhecimento para a comunidade escolar, a instituição ajuda a combater o estigma associado ao tema e incentiva as famílias a buscarem ajuda sem medo ou vergonha.

Por que a saúde mental das crianças se tornou um tema tão discutido?

A crescente discussão sobre o tema reflete uma maior conscientização da sociedade sobre a importância do bem-estar emocional desde a infância.

Fatores como o isolamento durante a pandemia e a superexposição às redes sociais intensificaram quadros de ansiedade e depressão em jovens.

Sala de aula
Muitas vezes, os primeiros sinais de que algo não vai bem com a saúde emocional de uma criança aparecem na escolaWOKANDAPIX de pixabay

Qual é o primeiro passo que a escola deve tomar ao notar um problema?

O primeiro passo é a observação atenta e a documentação das mudanças de comportamento, sem fazer julgamentos precipitados.

Em seguida, a equipe pedagógica deve buscar uma conversa individual e acolhedora com o aluno, tentando entender o que ele está sentindo.

A escola pode substituir o tratamento psicológico?

Não. O papel da escola é de apoio, acolhimento e identificação de sinais. Ela não possui estrutura ou profissionais para realizar diagnósticos e tratamentos.

A instituição atua como uma aliada, orientando a família a procurar ajuda de psicólogos, psiquiatras ou outros profissionais de saúde qualificados.

Como os pais devem reagir quando a escola aponta uma questão de saúde mental?

Os pais devem encarar a comunicação da escola como um ato de cuidado e parceria. É importante ouvir com a mente aberta e evitar uma postura defensiva.

A melhor reação é dialogar, fazer perguntas e trabalhar em conjunto com a escola para encontrar o melhor caminho para o bem-estar do filho.

Quais sinais de alerta os pais e professores devem observar?

Os principais sinais incluem mudanças bruscas de comportamento, como isolamento social, irritabilidade ou agressividade repentina.

Queda no rendimento escolar, dificuldade de concentração, queixas físicas frequentes e perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas também são alertas.

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