Desaceleração

PIB de MG deve fechar 2025 com alta de 2%, abaixo do desempenho brasileiro

Entre 2021 e 2024, o PIB de Minas Gerais cresceu em média 3,8% ao ano, acima dos 3,6% do nacional, indicando desaceleração da economia

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A economia de Minas Gerais deve fechar 2025 com crescimento de 2% do Produto Interno Bruto, abaixo da evolução do PIB brasileiro, que deve fechar o ano com alta de 2,3%. Estas projeções são da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que nesta quinta-feira (18/12) divulgou seu balanço anual e as perspectivas para 2026. A título de comparação, entre 2021 e 2024, o PIB do estado cresceu em média 3,8% ao ano, acima dos 3,6% do PIB nacional.

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Na visão de Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, os resultados de 2025 indicam que a performance da economia revela “sinais de esgotamento de uma estratégia de crescimento retrógrada, ainda muito apoiada em aumentos de gastos públicos e em políticas de transferência de renda com foco predominantemente no consumo”. 


De acordo com João Gabriel Pio, economista-chefe da Fiemg, um dos responsáveis pela desaceleração do PIB nacional é a queda no consumo das famílias, considerado o principal motor da economia, representando quase 64% do Produto Interno Bruto. Até o terceiro trimestre de 2025, o consumo das famílias avançou 1,4%, contra um crescimento de 5,5% do mesmo período de 2024. 

O economista da Fiemg destacou uma queda na produtividade, e que a economia só continua crescendo devido à transferência de renda do governo para as famílias. De acordo com dados da Fiemg, do início de 2021 a setembro de 2025, o governo transferiu R$ 6,7 trilhões para as famílias, o que representa quase 51% do PIB brasileiro de 2024. “A economia tem crescido à base de anabolizantes, e não do crescimento da produtividade”, disse Pio.

Outro responsável pela desaceleração do PIB é a taxa de juros elevada. De acordo com o economista da Fiemg, a despeito da taxa Selic de 15%, a taxa real de juros no Brasil está em torno de 10,6% ao ano, a maior do mundo. “A indústria sofre mais que os demais setores porque depende de investimento constante”, analisou Pio. 

PIB por setor

Enquanto o crescimento econômico do Brasil foi puxado pelo setor Agropecuário, cujo PIB deve fechar o ano com variação positiva de 10,1%, o setor em Minas Gerais tem projeção de fechar o ano com crescimento de 2,2%. De acordo com Flávio Roscoe, apesar do bom desempenho do café (que apresentou queda na safra, mas forte alta no faturamento), outras commodities de Minas Gerais não alcançaram um bom resultado.

A projeção de crescimento do PIB da Indústria mineira em 2025 ficou em 1,6%, enquanto a brasileira terá variação positiva de 1,5%. Chamou a atenção em Minas Gerais a performance da indústria da transformação, com crescimento de 1,8%, puxado pela produção de veículos, enquanto a projeção da nacional indica alta de 0,3%. Já a indústria extrativa brasileira superou significativamente a mineira, 6,7% contra 1,9%, puxada pela extração de petróleo.

A Construção Civil em Minas Gerais também não foi bem em 2025, com crescimento estimado de 0,1%, contra alta de 1,1% no Brasil. Na Energia e Saneamento, o estado deve crescer 2,1%, frente a uma retração nacional de 0,6%, movimento associado ao maior fornecimento de energia de usinas termelétricas, que geram menos valor adicionado. Nos Serviços, Minas Gerais deve crescer 1,9%, com destaque para o comércio, enquanto a projeção de alta para o Brasil é de 1,8%, focada na atividade de informação e comunicação.

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Perspectivas para 2026

João Gabriel Pio disse que a expectativa do mercado é que a taxa Selic fique entre 12% e 12,25% no fim de 2026, alcançando 10,5% em 2027. “A redução da taxa de juros será lenta e insuficiente para a retomada da atividade industrial e da economia como um todo. E o gasto público elevado faz com que os juros continuem altos mesmo com a economia desacelerando”, analisou o economista-chefe da Fiemg. Na projeção da Fiemg, em 2026 essa tendência de desaceleração do PIB deve prevalecer, com alta de 1,8% no Brasil e 1,9% em Minas Gerais. “A única melhora  deve vir do setor de serviços, em função do ano eleitoral, que acaba puxando esse segmento”. disse Pio. 

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