Brechós em alta: por que o mercado de moda retrô cresce no Brasil
A busca por peças únicas e a preocupação com a sustentabilidade impulsionam o setor de segunda mão; entenda o potencial econômico dessa tendência
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Os brechós, antes vistos como lugar de roupas velhas, hoje ganharam força no Brasil, atraindo atenção de quem busca estilo e consumo consciente. A busca por peças únicas, inspiradas em décadas como os anos 80, 90 e 2000, e a preocupação com o impacto ambiental da moda influenciam esse aumento de visibilidade.
Enquanto as grandes redes de fast fashion padronizam os guarda-roupas, os brechós oferecem peças e assessórios autênticos e diversos. Calças de cintura alta, coletes de alfaiataria e blazers oversized, que dominaram o passado, encontram um novo público que valoriza a criação visual.
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Além da autenticidade, essa tendência é fortalecida pela influência de celebridades e criadores de conteúdo digital, que exibem suas peças garimpadas e inspiram milhares de seguidores a adotar um estilo menos descartável.
Essa influência também rompe barreiras, impactando grandes eventos da moda. Um exemplo foi a última edição do São Paulo Fashion Week, em outubro de 2025, que trouxe para as passarelas um desfile inteiro com peças recicladas.
De acordo com uma pesquisa do Boston Consulting Group (BCG) e da Vestiaire Collective, plataforma de usados de grife, 32% do guarda-roupa da juventude é de segunda mão, e esse percentual chega a 40% no Brasil. Os dados reforçam a alta dos brechós e da moda retrô.
Economia e consciência lado a lado
Comprar em brechós prolonga a vida útil das roupas e reduz o descarte de tecido no meio ambiente, criando uma economia circular e indo além da estética. Essa mudança de comportamento reflete um consumidor mais informado, que questiona os processos de produção da indústria têxtil.
O crescimento desse mercado também se tornou uma oportunidade de negócio. Estima-se que o faturamento global de brechós movimente entre US$ 320 bilhões e US$ 360 bilhões até 2030.
Muitos empreendedores transformaram a paixão por garimpar peças em uma fonte de renda, abrindo lojas físicas ou criando vitrines virtuais nas redes sociais, movimentando a economia local e gerando um novo ecossistema de moda.
Por que os brechós estão em alta?
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Estilo único: a chance de encontrar peças exclusivas que não estão nas vitrines convencionais, permitindo a criação de um visual autêntico.
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Sustentabilidade: a prática reduz o desperdício têxtil e diminui o impacto ambiental associado à produção de novas roupas.
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Preços acessíveis: é possível adquirir itens de qualidade e até de marcas famosas por um valor significativamente menor que o de peças novas.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.