Chinesa UnionPay chega ao Brasil para desafiar Visa e Mastercard
Um diferencial da bandeira é que parte das taxas cobradas nas transações será destinada a causas sociais. O usuário escolhe para onde essa contribuição vai
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Siga noA bandeira chinesa UnionPay, maior operadora de cartões do mundo em número de emissões, com mais de 9 bilhões de plásticos em circulação globalmente, marca sua entrada oficial no mercado brasileiro. Anunciada em parceria com a fintech Left, a chegada da UnionPay promete agitar o duopólio dominado por Visa e Mastercard, oferecendo taxas mais baixas para lojistas e benefícios atrativos para consumidores.
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Mas o que diferencia essa rede asiática das gigantes americanas? E como os brasileiros podem aderir? Embora cartões internacionais UnionPay já sejam aceitos em zonas turísticas como Rio de Janeiro e São Paulo desde 2023, a operação formal no Brasil inicia-se este ano.
A parceria com a Left, uma fintech brasileira, viabiliza a emissão local e a integração com o Pix, o que pode acelerar transações e reduzir custos. A UnionPay chega com um modelo inovador: parte das taxas de transação será destinada a causas sociais, como educação e sustentabilidade, atraindo tanto empresas quanto consumidores engajados.
Essa expansão faz parte de uma estratégia global da UnionPay, presente em mais de 180 países, mas com ênfase na Ásia e em mercados emergentes. No Brasil, o objetivo é capturar fatia do mercado de pequenos comerciantes, que sofrem com as altas taxas das bandeiras tradicionais. "A UnionPay consolida sua chegada formal ao Brasil em 2025 e promete mexer com o ecossistema de pagamentos", destaca um relatório recente do setor.
Há, no entanto, controvérsias. A UnionPay enfrentou questionamentos relacionados à Lei Magnitsky, que impõe sanções a entidades ligadas a violações de direitos humanos, mas a empresa nega irregularidades e reforça seu compromisso com compliance internacional. Especialistas veem a entrada como um passo para diversificar o mercado, similar ao que Elo tentou nos últimos anos, mas com o respaldo de uma gigante chinesa.
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Diferenças entre UnionPay, Visa e Mastercard
UnionPay, Visa e Mastercard operam como redes de pagamento que conectam emissores (bancos), adquirentes (maquininhas) e consumidores. No entanto, as semelhanças param por aí. Aqui vão as principais diferenças:
Origem e escala: UnionPay é chinesa, fundada em 2002 e controlada pelo governo, com dominância absoluta na China (quase 100% do mercado de cartões). Em 2023, processou 228 bilhões de transações globais, superando Mastercard, mas atrás da Visa (267 bilhões). Visa e Mastercard, americanas e privadas, têm maior presença internacional fora da Ásia.
Taxas e custos: O grande diferencial é econômico. UnionPay cobra taxas médias de 0,25% para lojistas na China, contra 3% ou mais de Visa e Mastercard. No Brasil, espera-se replicar isso, beneficiando pequenos negócios. "Isso atrai lojistas em mercados emergentes", analisa um estudo comparativo.
Aceitação global: Visa e Mastercard são onipresentes (aceitos em 200+ países), enquanto UnionPay brilha na Ásia e cresce em destinos turísticos. No Brasil, a aceitação inicial será em ATMs do Itaú e rede Saque e Pague, expandindo para estabelecimentos.
Inovação e foco: UnionPay enfatiza pagamentos móveis e integração com e-commerce chinês (como Alibaba), enquanto Visa e Mastercard investem em segurança cibernética e cripto. UnionPay também emite cartões pré-pagos e débito, diversificando além do crédito.
Quem está por trás da operação no Brasil?
A UnionPay não emite cartões diretamente – ela é a bandeira. No Brasil, a fintech Left é a principal parceira para emissão e operação, oferecendo contas digitais multiativos (para guardar, converter e investir saldo). Bancos como Itaú já integram saques em ATMs, e há planos para expansão com redes de adquirentes. A Left, conhecida por soluções fintech inovadoras, gerencia o ecossistema, incluindo app para pagamentos e doações sociais.
Outras integrações incluem a rede Banco 24 Horas para saques e compras em milhares de estabelecimentos. A operação começa com crédito, mas avança para Pix e pagamentos móveis em 2026.
Vantagens
A UnionPay chega com atrativos que vão além do básico:
Taxas reduzidas para lojistas: Custos menores incentivam adesão de pequenos comércios, indiretamente beneficiando consumidores com promoções.
Aceitação internacional ampla: Usado em +180 países, perfeito para brasileiros na China ou turistas chineses no Brasil (que representam um mercado bilionário).
Programa de benefícios: Acumule pontos para trocas por produtos, milhas aéreas ou descontos em hotéis e lojas parceiras. Promoções exclusivas em e-commerce asiático.
Integração com Pix e Móvel: Transações rápidas e seguras, com foco em pagamentos contactless.
Impacto Social: Parte das taxas financia causas locais, apelando a consumidores conscientes.
Conversão de Moedas Direta: Menores IOFs em compras internacionais comparado a Visa/MC em alguns cenários.
Como solicitar um cartão?
A boa notícia: o processo é simples e digital. Como a UnionPay é uma bandeira, solicite via parceiros:
1. Acesse o site da Left/UnionPay: Vá a unionpay.com.br e abra uma conta digital gratuita. O app permite gerenciar tudo.
2. Documentos necessários: Forneça RG/CPF, comprovante de residência e renda (para crédito). Aprovação em até 48 horas.
3. Escolha o tipo: Opte por débito, crédito ou pré-pago. O cartão físico chega em 5-7 dias; versão virtual é imediata.
4. Ativação: Baixe o app UnionPay para pagamentos móveis e configure limites.
A entrada da UnionPay pode democratizar o mercado brasileiro, forçando Visa e Mastercard a inovarem em taxas e benefícios. Com o Pix já consolidado, bandeiras como essa precisam se diferenciar – e a chinesa parece pronta. Resta aos consumidores testarem: será o fim do duopólio? Fique de olho nas promoções iniciais para ser pioneiro nessa nova era de pagamentos.