Economia

Após 11 anos, Cade pede que CSN mostre plano para vender ações da Usiminas

A ordem inicial, em 2014, era que a CSN reduzisse sua participação na concorrente para menos de 5%. Ela hoje tem 12,9% da Usiminas

Publicidade
Carregando...

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Onze anos após ter determinado que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vendesse sua participação na Usiminas, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu prazo de 60 dias para que a siderúrgica pelo menos apresente um plano para se desfazer dos papéis.

A decisão aconteceu na reunião do conselho na semana passada, a última de Alexandre Cordeiro Macedo na presidência.

A ordem inicial, em 2014, era que a CSN reduzisse sua participação na concorrente para menos de 5%. Ela hoje tem 12,9% da Usiminas. Este número já foi 16,42%.

O Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) já havia dado prazo até o último dia 25 para que o Cade desse um prazo para a CSN vender suas ações da Usiminas. As duas companhias não se manifestaram sobre o assunto até o momento.

A negociação das ações é pano de fundo de uma briga maior que envolve também o conglomerado italiano Ternium. A disputa começou em novembro de 2011, quando a Ternium comprou 27,7% da Usiminas. Pagou R$ 4,1 bilhões (à época) para Votorantim e Camargo Corrêa. Entrou no grupo de controle, mas sem tê-lo.

A CSN pediu à Justiça uma indenização, porque entendia que a mudança no grupo de controle disparava o que é chamado de "tag along" - quando um grupo minoritário tem direito de receber uma oferta por suas ações devido à alienação do controle de uma companhia. É algo que está previsto no artigo 254A da lei nº 6.404, conhecida como "Lei das S/A".

A CSN acredita que isso aconteceu na Usiminas de forma disfarçada e em negociações paralelas para evitar a oferta pública de ações.

A Ternium sustenta não ter ocorrido troca de controle e teve pareceres favoráveis na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na Justiça paulista. A reviravolta aconteceu a partir de embargos de declaração (expediente que serve para apontar uma incoerência ou dirimir dúvidas) apresentados no STJ, que já havia dado decisão favorável à negociação. Em outro julgamento, a CSN venceu.

Por 3 votos a 2, o Tribunal entendeu que deveria ter sido feito uma oferta aos minoritários e que a denúncia da CSN era procedente. Ela ganhou direito a uma indenização (mantendo suas ações) de R$ 5 bilhões.

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia


O caso foi ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) entrou com Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) pedindo para a Corte esclarecer a legislação sobre a alienação de controle em sociedades anônimas. Também solicita que seja considerada constitucional a interpretação da CVM. Esta é, na disputa pela Usiminas, favorável à Ternium

Tópicos relacionados:

cade csn siderurgia ternium usiminas

Parceiros Clube A

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay