CHEQUE ESPECIAL

Cheque especial vira armadilha financeira para 31% dos brasileiros

O uso recorrente do cheque especial pode levar ao endividamento e impactar orçamento das famílias, diz educador financeiro Renan Diego

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Em um cenário de alta no endividamento e pouco planejamento financeiro, 31% dos brasileiros recorreram ao cheque especial ao menos uma vez por mês no último ano, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e SPC Brasil.

O dado acende um alerta para especialistas, como o educador financeiro Renan Diego, que considera esse comportamento perigoso: "O cheque especial é um dos créditos mais caros disponíveis. Usá-lo com frequência pode transformar uma dificuldade momentânea em uma dívida impagável".

Renan explica que a facilidade de acesso ao limite bancário acaba sendo interpretada por muitos como uma renda extra, mascarando o impacto das altas taxas de juros - que podem ultrapassar 8% ao mês. "Muitas pessoas utilizam o cheque especial como extensão do salário, sem perceber que estão entrando em um ciclo vicioso de endividamento. Em um ano, uma dívida de R$ 1 mil pode chegar a R$ 4 mil", alerta.

A falta de educação financeira

O consultor aponta que a origem desse comportamento está, em grande parte, na falta de educação financeira. "O brasileiro em geral não tem uma cultura de educação financeira, mas, sim, a de fazer as coisas de forma intuitiva. Elas acabam usando o cheque especial como uma extensão do salário. Então há uma falta de planejamento econômico", disserta.

"As pessoas precisam organizar suas demandas de acordo com suas rendas e entender que existem juros altíssimos ao utilizar o cheque especial", explica.

Além disso, alerta a respeito do perigo da desorganização das contas pessoais e das crenças culturais sobre o uso do dinheiro. "As pessoas tomam decisões com base na emoção, sem avaliar o impacto real no orçamento. Quando estudamos sobre educação financeira, entendemos sobre a psicologia do dinheiro e como ele está voltado à questões emocionais. Quando uma pessoa faz uma compra, ela precisa se perguntar se realmente precisa disso e utilizar estratégias racionais", ressalta.

"A grande maioria dos brasileiros acha que o salário bruto é o total que possui, mas, na verdade, é preciso olhar para o salário líquido, uma vez que essa diferença faz falta no final do mês, o que muitas vezes os leva a utilizar o cheque especial", completa.

Outras alternativas

A pesquisa da CNC referente a março reforça esse cenário: o índice de famílias endividadas chegou a 77,1%, com expectativa de aumento até o fim de 2025. Renan recomenda que o cheque especial seja evitado mesmo em emergências, sendo mais indicado buscar alternativas como empréstimos pessoais com juros mais baixos, ajuda de familiares ou até uso consciente do cartão de crédito - desde que o valor seja quitado integralmente no mês seguinte.

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Como prevenção, o educador financeiro sugere três pilares: controle dos gastos, busca por renda extra e construção de uma reserva de emergência. "Organizar o orçamento, cortar despesas supérfluas e entender a psicologia por trás das decisões financeiras são passos essenciais para sair do vermelho e evitar armadilhas como o cheque especial", conclui.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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