A exibição será realizada pelo projeto Cine Botas -  (crédito: Reprodução)

A exibição será realizada pelo projeto Cine Botas

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Filmes com temáticas do universo lésbico serão exibidos na Praça Raul Soares, na Região Centro-Sul, como parte da programação da 10ª edição do Circuito Urbano de Arte (Cura). A mostra, realizada pelo projeto Cine Botas, é composta por cinco produções audiovisuais e vai acontecer nesta sexta-feira (25/10), a partir das 19h.

 


O projeto belo-horizontino de exibição de filmes lésbicos e queer, com curadoria colaborativa, foi apresentado ao público em setembro deste ano e vai acontecer mensalmente. “O Cine Botas surgiu pela carência de lugares de entretenimento em BH que promovam essa representatividade de pessoas lésbicas”, conta Marina Martins, idealizadora da iniciativa. 


Ela, que é gestora de projetos e lésbica, defende a importância da promoção e consumo dessa temática porque “ver outras histórias nas telas gera sentimento de pertencimento.” 

 

 

A idealizadora diz que a exibição dos filmes na Praça Raul Soares, por meio do Cura, dialoga com a proposta do Cine Botas de ocupar o espaço público. Esta será a segunda edição e a curadoria foi pensada para priorizar diretoras de BH, com apoio de Rita Davis, responsável pelo design gráfico e concepção do projeto.


Marina explica que o Cine Botas é uma iniciativa independente que, no futuro, pretende aplicar em editais para se manter financeiramente. Ela conta que a expectativa é convidar profissionais para sessões especiais de comentários e oficinas.

 

 

"Como o Cura está trazendo o tema das comunidades sob a perspectiva das mulheres – mulheridades, infâncias e velhices – e promovendo o protagonismo feminino, faz todo sentido incluir uma sessão de cinema com curadoria voltada para a história das mulheres lésbicas. A parceria com o Cine Botas traz filmes que dialogam com essa temática, e será uma experiência muito rica para o público”, diz Juliana Flores, uma das idealizadoras do circuito.


Cura 


A 10ª edição do Cura traz para a Praça Raul Soares obras que contemplam as comunidades, com olhar voltado especialmente para as crianças. Em sua terceira edição na ‘Raulzona’, a galeria a céu aberto será concebida, pela primeira vez, exclusivamente por artistas mulheres. O Cura deste ano começou nesta quinta-feira (24/10) e vai até 3 de novembro.


Três empenas serão pintadas e haverá uma instalação “brincante” na praça, sob a provocação: ‘E se a Raul Soares fosse um espaço de convivência?’. Além dos murais e da obra interativa, o circuito tem uma programação composta por apresentações de DJs, exibições de filmes e carrinhos de pipoca e algodão doce.


Sinopses


Eu te amo é no sol – 19min

Ano: 2022

Diretora: Yasmin Guimarães

Classificação indicativa: 12 anos

Sinopse: Mati reencontra Julia, sua namorada, que atualmente mora em um lugar distante e frio. Lá, eles enfrentam a falta de identidade e a impossibilidade de voltar para casa.


Rebu – 21min 

Ano: 2021

Diretora: Mayara Santana

Classificação indicativa: 14 anos

Sinopse: Rebu é um documentário em primeira pessoa que se propõe a investigar dentro da vivência lésbica da diretora, as mais diversas performances de masculinidade, levando em conta seus três últimos relacionamentos e também entrevistas com seu pai.


O filme aborda com descontração e deboche, temáticas como o talento paquerador, flexibilidade com a verdade, irresponsabilidade afetiva, impulsividade e romance. Temas que permeiam a vida dos dois personagens, mesmo que separados por um recorte geracional, cultural e de gênero.


Sapatão - uma racha/dura no sistema – 12min

Ano: 2020

Direção: dévora se

Classificação indicativa: livre

Sinopse: Por que estamos tão cansades? Uma entregadora por aplicativo responde em sua última postagem: um desabafo e uma despedida. Um corpo vivo numa sociedade em colapso. Uma corpa que tenciona a cidade, rompe com padrões e cria racha/duras. Sapatão, guarde este dia com carinho!


Pietá  - 5min

Ano: 2019

Direção: Pink Molotov

Produção: As Talavistas e ela.ltda

Classificação indicativa: 10 anos

Sinopse: Jesus recebe uma chuva de benção após ser batizado nas águas sagradas da piscina mil litros. Com isso ele recebe suficiente força para combater o mal. A justiça divina no entanto, falha, e o herói acaba morto no colo da senhora, sua mãe.


Superdyke – 17min37seg 

Ano: 1975

Diretora: Bárbara Hammer

Classificação: livre

Sinopse: Superdyke é uma jóia dos primeiros tempos da libertação. Influenciados pelo feminismo e pela militância lésbica, os filmes de Hammer são politicamente incisivos, testemunhando o empoderamento e a visibilidade das lésbicas, e plenamente conscientes da história do cinema experimental. Superdyke vai do amor suave pela natureza ao pop urbano inteligente, mostrando a variedade temática do seu autor e a multiplicidade da experiência lésbica.

 

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*Estagiária sob supervisão do subeditor Fábio Corrêa