BOM E BARATO

28ª edição do BH Restaurant Week democratiza a cozinha italiana

Festival reúne mais de 45 restaurantes de Belo Horizonte com a proposta de democratizar o acesso à gastronomia

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Começa hoje (23/10) a 28ª edição do Belo Horizonte Restaurant Week. O festival reúne mais de 45 restaurantes da cidade que, durante um mês, servem menus completos por preços mais acessíveis que de costume. Desta vez, as casas participantes foram convidadas a embarcar em uma viagem pela culinária italiana com o tema “Uma volta pela Itália”.

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O idealizador do Restaurant Week, Fernando Reis Jr., conta que o tema vem sendo muito celebrado justamente pelo fato de o Brasil ser um país que aprecia – e muito – a cozinha italiana. “O tema não é obrigatório, afinal, nosso evento é muito democrático, mas incentivamos que os restaurantes coloquem ao menos uma sobremesa que remeta a ele.”

Muito por conta da paixão dos brasileiros pela cozinha da Itália, a logística para encontrar insumos do país no Brasil não é complexa. Isso, segundo Fernando, foi também um ponto importante na decisão do tema do festival, que é o mesmo para todas as outras edições (o evento é realizado em 18 cidades brasileiras).

Segundo o fundador, há três pilares que regem o evento: a contribuição e o fomento aos restaurantes participantes (com o aumento significativo do número de clientes ao longo do mês do festival), a inclusão gastronômica por meio de preços acessíveis e o cunho social, com a doação para instituições como, no caso de Belo Horizonte, o Hospital da Baleia. Essa doação (com valor sugerido de R$ 2 a cada menu) é opcional, mas sugerida pela organização e pelos restaurantes participantes.


Desde o primeiro

Américo Piacenza une Minas e Itália no prato de filé-mignon em cubos com del plin de queijo Canastra ao molho de tomates frescos
Américo Piacenza une Minas e Itália no prato de filé-mignon em cubos com del plin de queijo Canastra ao molho de tomates frescos Marcos Vieira /EM/DA. Press


Um dos restaurantes da categoria Premium é a Cantina Piacenza. A casa, localizada no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul da capital, participa do festival desde a primeira edição, há 14 anos.

“O BH Restaurant Week começou em um momento de ‘boom’ da gastronomia daqui e veio muito com a ideia de menu, das pessoas comerem em três tempos, e eu sempre fui muito dessa escola”, conta o chef e proprietário Américo Piacenza.

O festival, que ocorre em dois momentos do ano, inspirou um trabalho diário dentro da Cantina Piacenza: o menu executivo. “Nosso menu executivo é um pouco inspirado no Restaurant Week. Essa pesquisa de sempre trazer novidades e de encaixar em um preço mais acessível é um desafio constante que temos”, explica.

Por isso mesmo, o que ele serve nesta edição é um compilado de pratos que fizeram sucesso no menu executivo (que muda semanalmente e funciona de terça a sexta, por R$ 75,90, com entrada, principal e sobremesa).

Menu ítalo-mineiro


Assim como faz normalmente, Américo propôs um cardápio moderno, que mescla referências italianas com ingredientes mineiros e brasileiros. As entradas e sobremesas são as mesmas no almoço e no jantar. Entre elas, bruschetta de ragu de costelão e semifreddo de paçoca com calda de chocolate meio amargo.

De pratos principais, os clientes encontram no menu do jantar risoto de moquequinha de pirarucu com camarão e farofinha cítrica e medalhão suíno com gratin (preparo assado e gratinado) de mandioca com redução de aceto balsâmico e rapadura.

Para quem gosta de carne, tem escalope de filé-mignon com “riso al salto” (espécie de bolinho achatado de risoto grelhado) ao molho de frutas vermelhas e filé-mignon em cubos com del plin (tipo de massa recheada típica da Região do Piemonte, na Itália) de queijo Canastra ao molho de tomates frescos.


Fusão com o Japão

Gelato frito com calda de morango e saquê: a sobremesa do Udon tem sabores italianos e japoneses
Gelato frito com calda de morango e saquê: a sobremesa do Udon tem sabores italianos e japoneses Beatriz Toussaint/Divulgação

O Udon, no Bairro Lourdes, Região Centro-Sul, mostra que é, sim, possível mesclar as culturas italiana e japonesa em um menu criativo e equilibrado. “Para mim, o grande desafio foi justamente trazer a culinária italiana para o cardápio. Isso me fez até me redescobrir de certa forma na cozinha”, explica o chef executivo Weberth Coelho, que sempre se dedicou à comida oriental.

Em meio a pesquisas, ele descobriu elementos que gostaria de levar para os pratos e elegeu outros que já conhecia, mas não usava (a exemplo do clássico risoto).

Para começar, uma das entradas resgata um tradicional doce italiano. O Udon escolheu servir um cannoli salgado, aquela massa frita em forma de “canudinho”. Lá, ele é recheado com patê de salmão, aioli de abacate, ovas e finalizado com flores comestíveis.

O prato principal que melhor aproxima Itália e Japão é o linguine com ostras salteadas, molho branco oriental, feito com creme de leite fresco, vinho branco e caldo dashi (que leva alga kombu, shitake seco e katsuobushi, o atum-bonito seco em lâminas), ovas de karasumi (a bottarga, ovas de tainha curadas, recebendo pinceladas de saquê mirin por três a quatro vezes por dia durante uma semana, conforme explica Weberth), cebolinha e pimenta calabresa.

Uma das sobremesas do menu Premium do Udon também merece destaque por unir duas gastronomias tão distintas. O gelato empanado e frito servido com calda de morangos com saquê coloca lado a lado sorvete italiano de baunilha com biscoito, a fritura muito utilizada na cozinha oriental, com farinha panko, além do próprio saquê, ícone da culinária japonesa.


Frescor no prato

Rigatone à bolonhesa com burrata artesanal fresca é uma das opções do menu de almoço do Olga Nur
Rigatone à bolonhesa com burrata artesanal fresca é uma das opções do menu de almoço do Olga Nur Luks Midia/Divulgação


Outro restaurante que participa desta edição do Restaurant Week com menu novo e especial é o Olga Nur. A casa no Lourdes, Região Centro-Sul de BH, aposta no frescor de pratos italianos em criações para o cardápio da categoria Premium.

Uma das entradas do almoço, por exemplo, é um pão de fermentação natural com burrata, legumes marinados, tomates confitados e aceto balsâmico. Para quem for jantar, o mini polpetone com molho de tomate fresco servido com pão rústico pode ser degustado no início da refeição.

De prato principal, uma das grandes apostas do chef da casa, Igor Gabriel, é o rigatone à bolonhesa com burrata artesanal (servido no almoço). “Esse molho demora seis horas para ficar pronto. Quis colocar a burrata no lugar do parmesão para trazer mais cremosidade e atrair ainda mais o público”, conta.

Igor também destaca o nhoque com pesto e crocante de pistache, que será servido durante o dia e à noite, e o espaguete ao vôngole (disponível no jantar). A massa passa pelo azeite e vinho branco e é servida com vôngoles frescos vindos do Espírito Santo. “Esse prato diz muito sobre respeitar o ingrediente, trabalhando com o produto da forma correta”, explica.

Para a sobremesa, o Olga Nur aposta no clássico cannoli recheado com creme aveludado de chocolate branco e morangos levemente defumados e coulis (molho feito com açúcar e frutas) de morango. Essa criação é fruto do trabalho criativo destacado por Igor.

“Acho o Restaurant Week incrível por instigar a criatividade. Querendo ou não, no restaurante temos uma rotina e, quando chega o festival, saímos dela, temos que nos preparar para um novo cardápio e para receber mais gente”, destaca.


Mais clientes

O Esquina Santê aposta na costela ao molho de vinho e nhoque frito para aumentar seu movimento
O Esquina Santê aposta na costela ao molho de vinho e nhoque frito para aumentar seu movimento Daniel Cândido/Divulgação


Humberto Scalioni, proprietário do Esquina Santê, destaca o potencial que o evento tem de aumentar as vendas e atrair novos clientes. “Criamos um menu especial para o festival. Inclusive, aumentamos a nossa equipe para esse período. O Restaurant Week atrai muita gente, especialmente em dias de menos movimento. Por isso mesmo, esperamos aumentar em 30% o nosso faturamento durante o evento”, destaca.

O restaurante, que fica no Bairro Santa Tereza, Região Leste, está na categoria Plus e vai servir pratos criados especialmente para a ocasião, todos inspirados na cozinha italiana.

Logo na entrada, os clientes são surpreendidos com um cannoli salgado recheado com barriga de porco e molho de rapadura. Entre os pratos principais, destacam-se o fettuccine à provençal com cubos de salmão e camarões (servido no jantar) e a costela bovina ao molho de vinho tinto com nhoque frito (servido no almoço). A Itália também marca presença na sobremesa com o gelato de tiramisu com cacau em pó.

Faça sua escolha


Os menus do Restaurant Week são divididos em três categorias: Tradicional (R$ 54,90 no almoço e R$ 69,90 no jantar); Plus (R$ 68,90 no almoço e R$ 89,90 no jantar); e Premium (R$ 89 no almoço e R$ 109 no jantar). Os valores variam para atender a diversas fomes, gostos e bolsos.

Estreias confirmadas

Cardápio, equipe e toda a logística devem estar perfeitamente alinhados antes de o Restaurant Week começar. O evento, que dura até o dia 23 de novembro, atrai muitos clientes novos e funciona como uma grande vitrine para os participantes. Por isso, planejamento é essencial, principalmente para casas estreantes.


Receita de família

A panacota servida com geleia de abacaxi, pêssego e manga é receita da avó de uma das sócias do Amy Wine Bar
A panacota servida com geleia de abacaxi, pêssego e manga é receita da avó de uma das sócias do Amy Wine Bar Eduarda Simão/Divulgação

Inaugurado em abril, o Amy Wine Bar, no Bairro Olhos D’Água, Região Oeste, participa pela primeira vez. A casa, que normalmente mescla pratos internacionais com ingredientes mineiros, vai fazer diferente. “A gente trabalha com um arancini (bolinho de risoto frito) com pequi, por exemplo, mas, para o Restaurant Week, a gente quis um menu que fugisse do que fazemos”, explica a sócia Eduarda Simão.

Pensando na logística, entretanto, ela optou por ingredientes que já são usados na casa, a exemplo da massa rigatone, que, no menu do Restaurant Week, é servida com ragu de linguiça e fonduta de gorgonzola. Pelo mesmo motivo, entrou o nhoque selado na manteiga com pistache e tuile de açafrão (biscoito francês fino como uma telha).

Um dos grandes destaques do menu do Amy Wine Bar, que se encaixa na categoria Premium, é a panacota servida com geleia de frutas da estação. Nestes primeiros dias, a geleia utilizada é a de abacaxi, pêssego e manga. “A melhor panacota que eu já comi na vida é a da minha avó e eu trouxe a receita dela para o restaurante”, destaca Eduarda.

Combinado japonês

Os clientes podem degustar no Kanpai bao com carne de porco, sunomono, maçã verde e molho tonkatsu
Os clientes podem degustar no Kanpai bao com carne de porco, sunomono, maçã verde e molho tonkatsu Victor Schwaner/Divulgação


O Kanpai participa pela primeira vez do festival na categoria Premium. O proprietário, Lucas Oliveira, optou por trabalhar com itens do cardápio fixo da casa. “Essa é uma oportunidade de colocarmos o Kanpai entre muitos grandes restaurantes. Entendemos que muita gente ainda não conhece a casa, por isso queremos fortalecer nossa imagem como um restaurante japonês. Acreditamos que o festival vai funcionar como uma grande vitrine”, explica.

Os clientes vão poder degustar na unidade do Bairro Lourdes, Região Centro-Sul, pratos como o sunomono (salada de pepino japonesa) com polvo ou o bao (sanduíche oriental) recheado com porco, sunomono, maçã verde e molho tonkatsu (agridoce) como entrada. É possível escolher entre os pratos principais um combinado de 18 peças ou yakissoba de filé-mignon.

Para finalizar o almoço e o jantar, banoffee (torta de banana e doce de leite) com gelato de leite ou cheesecake de frutas vermelhas.


Opção vegana

A berinjela aparece na Osteria Via Emília empanada e acompanhada de molho pomodoro, straciatella de búfala e basílico
A berinjela aparece na Osteria Via Emília empanada e acompanhada de molho pomodoro, straciatella de búfala e basílico Osteria Via emília/Divulgação


O restaurante estreante Osteria Via Emília, que participa com a unidade do Bairro Lourdes, também optou por seguir com pratos já existentes, até mesmo por ser uma casa italiana.

“A unidade do Lourdes tem apenas cinco meses. A gente acredita que o Restaurant Week vai ser uma divulgação para a casa”, conta o chef Leandro Garandy. Diferentemente do restaurante, Leandro já teve a experiência de participar do evento, quando estava à frente de outros restaurantes.

O tema “Uma volta pela Itália” se encaixou perfeitamente na proposta da Osteria Via Emília, que está na categoria Premium. Uma das entradas que os clientes podem degustar é a berinjela empanada servida com molho de tomate, queijo stracciatella de búfala e basílico. A berinjela também aparece no risoto vegano, finalizado com azeite, opção de prato principal.

Vale ressaltar que o restaurante está servindo no início das refeições um sucesso na casa. O gnocco frito é como um “pastel de vento” servido com embutido (pode ser presunto parma, salames italianos etc) e queijo stracciatella.

Para a hora da sobremesa, o chef apresenta duas versões curiosas de tiramisu, o doce italiano com biscoito, café, queijo mascarpone e cacau: corneto (casquinha de massa frita recheada) e pudim.

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Serviço

28ª Belo Horizonte Restaurant Week

Até 23 de novembro

Informações sobre os participantes e os menus no site 

Anote a receita:“Riso al salto” com filé-mignon ao molho de frutas vermelhas da Cantina Piacenza

Riso al Salto com filé-mignon ao molho de frutas vermelhas da Cantina Piacenza
Riso al Salto com filé-mignon ao molho de frutas vermelhas da Cantina Piacenza Marcos Vieira /EM/DA. Press

Ingredientes

  • 300g de arroz carnaroli;
  • 50g de cebola picada pequena;
  • 50g de cenoura picada pequena;
  • 100g de manteiga;
  • 50g de vinho branco seco;
  • 50g de queijo parmesão ralado;
  • 1l de caldo de legumes;
  • Salsinha picada a gosto;
  • Pimenta-do-reino moída na hora a gosto;
  • Sal a gosto;
  • 200g de frutas vermelhas variadas (amora, morango, framboesa e mirtilo);
  • 50g de cebola picada;
  • 1 colher de sopa de farinha de trigo;
  • 50ml de vinho branco seco;
  • 2 colheres de sopa de açúcar;
  • 200ml de caldo de carne;
  • 50ml de vinagre de framboesa;
  • Pimenta calabresa a gosto;
  • Tomilho a gosto;
  • 800g de filé-mignon dividido em bifes de 100g;
  • Manteiga para selar a carne.


Modo de fazer

  • Para o risoto, derreta 50g de manteiga em uma panela média de fundo grosso, em fogo médio.
  • Adicione a cebola picada e deixe refogar por 2 minutos até ficar transparente.
  • Misture a cenoura picada e aguarde mais 2 minutos.
  • Acrescente o arroz e deixe refogar.
  • Em seguida, coloque o vinho, deixe o álcool evaporar e vá adicionando o caldo aos poucos, sempre mexendo muito.
  • Observe o tempo de cozimento.
  • Quando o arroz cozinhar, finalize com pimenta-do-reino, sal, salsinha, manteiga (as outras 50g) e parmesão.
  • Mexa bem.
  • Depois que passar um pouco do ponto al dente, coloque o risoto num tabuleiro untado e deixe esfriar.
  • Para o molho de frutas vermelhas, refogue 50g de cebola na manteiga e acrescente a pimenta calabresa.
  • Coloque a farinha de trigo e deixe dourar com a cebola.
  • Em seguida, acrescente o vinho e deixe o álcool evaporar.
  • Coloque as frutas vermelhas, o açúcar, deixe cozinhar por alguns minutos.
  • Depois adicione o caldo de carne e deixe apurar.
  • Acerte o sal e finalize com o tomilho.
  • Reserve.
  • Para grelhar o filé, esquente uma frigideira de fundo grosso em fogo alto.
  • Tempere os escalopes de filé com sal e pimenta-do-reino.
  • Grelhe-os na frigideira bem quente com manteiga de acordo com o ponto da carne de preferência.
  • Reserve.
  • Para a montagem, corte 4 pedaços do risoto com um aro, deixando cada um com aproximadamente 200g.
  • Grelhe numa frigideira de fundo grosso até ficar bem dourado.
  • Coloque o “riso al salto” no meio de um prato, posicione os escalopes grelhados em cima, acrescente o molho e decore com tomilho fresco.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino

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