EM estreia podcast de gastronomia com entrevistas, dicas e comida à mesa
A cada 15 dias, um convidado contará a sua história, discutirá assuntos relevantes para o mercado e servirá algum algum prato ou bebida
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Siga noO conteúdo de gastronomia do Estado de Minas acaba de ganhar um reforço em áudio e vídeo. Estreou nesta segunda-feira (14/7) o podcast Degusta, que chega para ampliar a conversa sobre temas que envolvem comer e beber. O programa terá sempre uma entrevista com um convidado, dicas de lugares para conhecer e, claro, comida. O convite é para se sentar à mesa e ouvir um bate-papo que vai abrir o seu apetite.
A cada 15 dias, um convidado estará diante das câmeras e do microfone para contar a sua história, discutir assuntos relevantes para o mercado e servir algum prato ou bebida que represente a sua relação com a gastronomia. A apresentação é da jornalista Celina Aquino, responsável pelo conteúdo de gastronomia do EM, publicado às segundas no caderno Gastronomia, às sextas no Degusta e diariamente no site.
No programa de estreia, recebemos Eliza Fonseca, a famosa Lora do Bar da Lora, que é uma parada obrigatória para quem quer sentir o que é ser belo-horizontino. Lora disse como foi ser a primeira mulher dona de um bar no Mercado Central de Belo Horizonte. Ao mesmo tempo em que enfrentou resistência de muitos clientes, acabou se tornando referência para outros.
“Achei que eu não iria dar conta, porque todo mundo me criticava, me boicotava, riam. Aí depois as pessoas foram chegando e falavam assim: ‘Nossa, eu estou tão feliz porque não tinha coragem de vir aqui ao mercado. Agora, vendo uma mulher, eu me sinto mais à vontade’. E foram começando a chegar mulheres porque me viam atrás de um balcão”, relembra Lora, que ganhou esse apelido por causa da cor do seu cabelo.
Com muita simpatia – e algumas pitadas de bom humor, ela faz com que as pessoas disputem um espaço para comer e beber em pé. Desde belo-horizontinos que vão toda semana até turistas dos países mais distantes. “Agora mesmo, na hora em que eu saí de lá, tinha um cara do Japão. Um amigo dele veio e indicou para ele comer o fígado.”
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O bar no Mercado Central recebe mais de mil clientes por fim de semana. Lora acredita que a popularidade do negócio se justifica pelo bom atendimento (o que para ela significa “sorriso no rosto”), cerveja gelada e comida boa. Os pratos são fartos, saborosos e têm um tempero especial. “Quando você coloca amor, fica tudo mais gostoso.”
Atrás do balcão
Mesmo com todo o sucesso, a dona continua atrás do balcão e dentro da cozinha. Ainda faz muitas receitas e experimenta tudo antes de servir. “Hoje eu não me vejo mais sem um bar. Tanto que agora estou com três.” Além da unidade no Mercado Central, tem uma na Praça Raul Soares e outra na Savassi.
Lora também não fica sem bar no tempo livre. “Brinco que, quando não estou no meu, estou em outro. Porque eu adoro um boteco, viu?” Ela revelou que gosta de provar o tempero de outras cozinhas e comer o que não tem no seu, como, por exemplo, rabada e acarajé.
No fim da conversa, Lora serviu o petisco mais icônico do seu cardápio e que representa muito bem a cultura belo-horizontina de boteco: fígado acebolado com jiló. Por semana, ela prepara mais de 200 quilos da carne na chapa. É, de longe, o prato mais vendido no bar. Agrada até quem diz não gostar da combinação, já que o fígado não tem cheiro forte e o jiló não fica amargo.
“Você tem que comprar um fígado de boa qualidade, mais vermelhinho. Aí você joga no óleo bem quente, tem que ser em uma panela bem grossa e dá só um ‘tapa’. Não pode ser muito bem passado, porque senão ele fica borrachudo. E o jiló e a cebola você tem que passar no fatiador bem fininho", ensina a chef, que está na China como uma das representantes de Minas Gerais na 2ª edição da “International Cities of Gastronomy 2025”, evento que reúne os destinos reconhecidos pela Unesco como Cidades Criativas da Gastronomia, e vai servir aos visitantes tropeiro e galinhada.
Dicas valiosas
Em todo episódio, teremos a participação de mais um convidado, que dará dicas de lugares que gosta de frequentar nas horas livres. Dessa vez, quem revela seus endereços preferidos é o chef português Cristóvão Laruça, que vive em Minas há 20 anos e comanda as cozinhas do Caravela, Mitra, Fazenda Cervejeira e Capitão Leitão (reaberto recentemente no Lourdes). Agora ele se prepara para abrir o Pastus, casa dedicada às carnes, em dois shoppings: BH Outlet e Pátio Savassi.
“Onde nós vamos sempre que podemos ao fim de semana é o Pão e Coração, do Fernando Beber, um grande amigo. Ele tem uma padaria incrível e serve uma das melhores pizzas que eu já comi na vida”, aponta. O chef também cita outro lugar onde gosta de pizza, um restaurante para comer PF, um self-service com comida caseira, um italiano e um bar de drinques.
Serviço
O programa é quinzenal e vai ao ar sempre às segundas. Acesse o canal do Portal UAI no YouTube ou o Spotify para assistir ao primeiro episódio completo.