Milho com café e canjica com chocolate? Cafeteria serve itens inusitados
Com um cardápio ousado, o belo-horizontino Café Magrí aposta no milho e suas diversas derivações em preparos surpreendentes
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Siga noMuito além da pamonha, do curau e da clássica canjica doce, em Belo Horizonte é possível experimentar preparos totalmente inovadores com os ingredientes clássicos de uma boa festa junina. Com um cardápio baseado no milho, o Café Magrí aposta em preparos inovadores especiais para a época junina.
São diversos itens especiais para celebrar o sexto mês do ano e todas as tradições que ele carrega – em especial as gastronômicas. Confira os preparos inusitados e deliciosos que ficam no cardápio da casa até o fim de julho:
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Milho em diferentes versões
Que o milho é um cereal muito amado no país por sua versatilidade e sabor inigualáveis não é novidade para ninguém. Apesar disso, o Café Magrí conseguiu utilizar o milho de formas pouco exploradas e provou, justamente, que o alimento se adapta muito bem de acordo com o preparo em que é inserido.
A clássica canjica doce, por exemplo, ganhou uma versão com doce de leite e chocolate, finalizada com creme de chocolate branco (R$ 24) na cafeteria.
Marília Balzani, sócia e barista do empreendimento, explica que eles já tinham trabalhado com outras versões diferentes de canjica, com doce de leite, caramelo salgado, sorvete de creme e até brulée (com uma casquinha de açúcar crocante no topo).
“Pensamos em juntar a canjica com o chocolate quente, que já é um clássico da casa. Quando a nossa equipe experimentou a receita, gerou muita estranheza e foi justamente aí que pensei que essa tinha que ser a versão do doce para este cardápio, pois vi que estávamos chegando em um item que as pessoas não estão familiarizadas”, destaca Marília.
O bolo do dia (R$ 10) do café também está seguindo a linha do cardápio junino. Ele é de fubá e leva uma cobertura de ganache de doce de leite.
Com sal
O apelo do inusitado também tempera itens salgados do cardápio. A toast de canjiquinha (R$ 33) tem a base de um pão de fermentação natural feito com canjiquinha e bacon, que é coberto com creme de canjiquinha com costelinha processada. Por cima, ainda vai mais bacon e gremolata (tempero clássico italiano) de couve.
Canjiquinha é o prato favorito de Rafael Brito, sócio do café e responsável pelo cardápio. “Ele pensou em como transformar esse prato em uma versão para um brunch e chegou nessa pasta, que tem como base o preparo tradicional da canjiquinha. Para quebrar um pouco a gordura, ele trouxe a gremolata de couve com bastante limão e gengibre”, explica a sócia.
A cafeteria também elaborou a versão junina do croque madame, sanduíche que normalmente é recheado com requeijão de raspa, gratinado com queijo artesanal de Alagoa e finalizado com ovo com gema mole. Na versão especial, chamada croque madame caipira (R$ 36), o prato ganhou uma camada de creme de milho antes do queijo gratinado.
Para beber
Marília mostra que a mistura do café com o milho pode ser deliciosa. Esses dois ingredientes, afinal, podem se complementar em um mesmo preparo, não apenas em combinações já tradicionais como uma broa de milho acompanhada de um cafezinho.
O menu junino oferece a versão quente (R$ 25) e gelada (R$ 27) de um cappuccino de milho, composto por café espresso, suco de milho, pitada de canela e marshmallow de pamonha. O que varia nas duas versões da bebida é basicamente a temperatura do suco, que pode ser quente ou fria e a ausência ou não de gelo.
A criação dessa bebida veio de um gosto pessoal da barista e sócia da casa. “Foi uma ousadia minha. Eu experimentei um marshmallow de pamonha da Fini e me apaixonei. Ele é pouco doce e tem gosto de pamonha de verdade. Aí pensei em trazer esse sabor para uma bebida. Fiquei quebrando a cabeça para chegar na mistura perfeita entre o suco de milho e o café”, destaca.
Depois de testar diversas receitas, ela finalmente chegou no resultado ideal. “O milho é um ingrediente que fermenta muito rápido, muda de sabor muito rápido, ele é difícil de trabalhar, então me orgulho muito do resultado que cheguei”, explica Marília.
Sazonalidade é protagonista
Os cardápios do Café Magrí são frequentemente atualizados e modificados. Por um tempo, a casa levava em conta as estações do ano. Marília explica que, com o amadurecimento da empresa, ela e Rafael foram equilibrando a sazonalidade com pedidos dos clientes e com a lógica operacional. “Continuamos com cardápios sazonais. O Natal e a festa junina, por exemplo, são as datas em que sempre temos cardápios especiais”, explica.
“Escolhemos essas duas datas por serem muito marcadas na nossa gastronomia, e eu e Rafael amamos essas duas festas e os pratos envolvidos nelas”, comenta Marília. Ela diz ainda que, no último ano, o cardápio junino foi mais “conservador”, com opções já bem conhecidas, e que isso foi o que motivou ainda mais a criação de um menu inusitado neste ano.
Serviço
Rua Prof. Djalma Guimarães, 161, Mangabeiras
(31) 98423-8971
De quarta a sexta, das 10h às 18h
Sábado e domingo, das 9h às 18h
*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino