O que comer e beber no mais novo navio de cruzeiro do mundo
Norwegian Aqua navega pelas águas do Caribe com restaurantes que apresentam aos passageiros cozinhas de três continentes
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Siga noNão basta navegar. Quanto mais atrativos, mais interessante fica a viagem em alto-mar. E se você tiver à disposição dezenas de restaurantes que passeiam por cozinhas do mundo todo? O mais novo navio da Norwegian Cruise Line (NCL), o Norwegian Aqua, inaugurado em março, chega às águas do Caribe com uma gastronomia bastante diversificada e três grandes novidades: comida tailandesa, menu 100% vegetariano e um bar de vinhos.
Os números que envolvem a operação gastronômica do Norwegian Aqua são gigantes, proporcionais ao seu tamanho: 325 metros de comprimento e 20 andares de altura. Diariamente, entram em cena 250 chefs, que coordenam as equipes de 17 restaurantes, entre novos e já consagrados.
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Tudo para que a experiência em alto-mar dos 3.571 passageiros (capacidade máxima) seja saborosa e nada repetitiva. Na verdade, nem com muito apetite dá para conhecer todos os menus em uma única viagem.
Os restaurantes se dividem entre aqueles que servem refeições “de cortesia” (incluídas no pacote) e aqueles que oferecem jantares de especialidades, mediante reserva e pagamento à parte. Os menus navegam por países como França, Itália, México, Estados Unidos, Índia e Japão. Por isso, não é exagero dizer que se faz uma volta ao mundo à mesa.
“Somos conhecidos no mercado de cruzeiros pelo nosso lado inovador, pois sempre apresentamos novos conceitos e sabores. Estamos ansiosos para estabelecer um novo padrão e mostrar o que podemos fazer”, diz o alemão Christian Pratsch, vice-presidente de operações de alimentos e bebidas da NCL.
O Sukhothai é o primeiro restaurante especializado em cozinha tailandesa da empresa. A ideia de mergulhar nos sabores do Sudeste Asiático veio da constatação de que o prato favorito dos hóspedes nos dois navios lançados anteriormente – Prima e Viva – era o mesmo. “O pad thai, prato de macarrão tailandês, foi o número um em vendas. E isso nos deu uma ideia para o próximo conceito.”
A potência dos sabores tailandeses pode ser sentida na salada de carne de boi fatiada e grelhada Nam tok neua
O passeio pela Tailândia já começa ao pisar no restaurante. Chamam a atenção o uso do bambu, luminárias de papel de arroz e o carpete com estampa geométrica em preto e branco. Os atendentes usam uniformes que remetem ao traje típico de lá.
O menu se divide entre aperitivos, curries tailandeses, especialidades da casa e sobremesas. Um grande balcão que cerca a cozinha exibe ingredientes que serão usados nas receitas.
Para quem quiser começar o jantar sentindo todo a potência das especiarias, as sugestões são a Tom kha gai, sopa ao estilo de Bangkok com frango, leite de coco, cogumelos, galanga (também conhecida como gengibre tailandês), capim-limão e limão kaffir, e a Nam tok neua, espécie de salada de carne de boi fatiada e grelhada com cebola, coentro, folhas de hortelã, pimenta fresca, suco de limão e pó de arroz torrado.
Gosta de pimenta?
Na hora de escolher o prato principal, tenha em mente a sua tolerância a pimentas. Na dúvida, peça sempre para menos, pois os tailandeses não economizam na picância.
Os curries são classificados de acordo com o nível de ardência. O amarelo, feito com curry em pó, cúrcuma, creme de coco, batatas e cenouras, é o mais suave. No meio-termo, está o verde, um dos mais populares de Bangkok, que combina curry verde com creme de coco, brotos de bambu, manjericão tailandês, limão kaffir e pimentas frescas. O mais picante de todos é o vermelho, que tem essa cor pela presença marcante de pimentas frescas e secas.
Você pode incluir nos curries frango, carne de boi, camarão, vegetais ou lagosta. Todos são servidos com arroz jasmim.
'Nós simplesmente amamos comer e beber e alguém tem que fazer isso, certo? E é aí que temos as ideias' - Christian Pratsch, vice-presidente de operações de alimentos e bebidas da NCL
Entre as especialidades da casa, não poderia faltar o pad thai, o prato mais famoso da Tailândia, que inspirou a criação do restaurante. O macarrão de arroz é frito e ganha sabor com cebolinha, ovo, broto de feijão, amendoim picado e molho de tamarindo. Para acompanhar, frango ou camarão marinado.
Também são opções interessantes o curry vermelho com peito de pato assado, leite de coco, tomate, abacaxi, pimentão e manjericão tailandês e o frango com castanha de caju torrada, abobrinha, cebola amarela, pimenta seca, cebolinha e óleo de gergelim.
O menu de sobremesas homenageia o que a Tailândia tem de mais tradicional. Uma delas é o Khao niew mamuang, bem parecido com o arroz doce brasileiro, só que, por ser feito com arroz glutinoso, fica mais grudento. Manga e creme de coco levam frescor para o prato. Já o Khanom chan é um pudim cozido no vapor – que nada tem a ver com o nosso, lembra mais uma bala de goma – coberto com coco e sementes de gergelim.
Coloridos e frescos
Outra novidade, que também chegou para atender aos desejos dos hóspedes, é o vegetariano Planterie, que faz parte do Indulge Food Hall. Inspirado em mercados de alimentos ao redor do mundo, o espaço reúne 10 estações de comida, oferecendo atendimento rápido e descomplicado, centralizado em tablets apoiados nas mesas.
A convidativa área do Planterie tem um balcão para se sentar e acompanhar de perto o preparo de pratos em que os vegetais – minimamente processados – são os protagonistas. Não por acaso, os ingredientes ficam à vista, exibindo todo o seu colorido e frescor.
Dessa cozinha, saem bowls temáticos, como o Mediterrâneo, com tabule de quinoa, couve kale, grão-de-bico temperado com sumagre, cenouras assadas com mel, pepino, tomates-cereja, azeitonas pretas gregas Kalamata e limão.
Os vegetais são protagonistas nos pratos do estreante Planterie
Destaca-se, ainda, o Jamaicano, que combina arroz integral com coco, ervilhas, salada de repolho roxo, jicama (também conhecida como nabo mexicano), abóbora e semente de romã. Os adicionais são falafel, tempeh (fermentado de soja popular no Japão e na Indonésia) defumado, bolo de jaca ou tofu frito.
Quem quiser um prato quente pode pedir uma das sopas: lentilha com limão e a italiana minestrone (legumes, feijão-branco e macarrão).
“Dentro desses bowls, você encontra vários sabores e regiões de onde extraímos ideias”, aponta Christian, deixando claro que o público, não necessariamente, é 100% vegetariano.
O vice-presidente de operações de alimentos e bebidas da NCL cita os flexitarianos, que priorizam os vegetais, mas não deixam de consumir alimentos de origem animal, apenas reduzem.
“Como nem todo carnívoro diz não ao vegetarianismo, eles também chegam lá. Podemos servir de proteína jaca e tofu, mas eles também podem pedir algo no Q Texas Smokehouse, que faz parte da arena do food hall.” Pratsch usa como exemplo a estação que serve brisket (peito bovino), frango e costelinha de porco defumados com molho barbecue.
Espaço democrático
O Indulge, como Christian sugere, é o restaurante mais democrático do navio. No mesmo espaço, além dos pratos vegetarianos, dá para pedir a espanhola tortilha de batata; o mexicano Totopos (massa crocante de milho, os chamados nachos, com feijão refrito, guacamole, creme mexicano e queijo Monterey Jack); o indiano Chettinad com peixe marinado e grelhado, curry de coco, folhas de curry, cenouras e pimentão; o chinês Lanzhou com caldo de carne, carne desfiada, rabanete, coentro, cebolinha e óleo de pimenta e muito mais.
Duas estações de sobremesa preparam doces que se alternam diariamente. Sempre fica aquele gostinho de surpresa na hora do pedido.Além de agradar os mais diversos paladares, o food hall também funciona como um laboratório.
Norwegian Aqua foi inaugurado em março e começou viagens pelo Caribe
“Temos liberdade para, sem anunciar, testar algumas ideias e ver como os hóspedes vão reagir, se eles vão gostar. Então, talvez, podemos ver algo mais saindo desse food hall, como um novo cardápio”, avisa Christian, sugerindo que, de lá, venha inspiração para novos pratos e restaurantes.
Pode até parecer, mas não é nada simples incluir novidades a bordo. As decisões envolvem muito trabalho na cozinha de teste, que fica na sede da NCL, em Miami, sempre buscando evoluir em torno dos pratos favoritos dos clientes.
“Revisamos diariamente ingredientes, composições, fazemos degustações, apresentações... É um esforço colaborativo e muito transparente de vários departamentos que interagem entre si, da cadeia de suprimentos à cozinha, toda a equipe de operações. Nós simplesmente amamos comer e beber e alguém tem que fazer isso, certo? E é aí que temos as ideias”, explica.
Bar de vinhos
A ala dos bares – que conta com 18 pontos espalhados por todo o navio – também tem novidade. O Swirl Wine Bar estreia com o compromisso de oferecer uma experiência única e envolvente com vinhos.
Pratsch aproveita para destacar o Metropolitan, que retorna a bordo no Norwegian Aqua. Com decoração inspirada no art déco da cidade de Nova York, o bar com piano de cauda e música ao vivo se dedica a drinques clássicos e autorais.
Com uma proposta sustentável, o bar Metropolitan produz drinques como o Croissant Mai Tai, que tem sobras de croissant trituradas
Entre eles, uma criação que evidencia o olhar para a sustentabilidade, com o aproveitamento de insumos. Batizado de Croissant Mai Tai, leva rum, licor de laranja, suco de lima, cardamomo e, o mais curioso, sobras de croissant trituradas.
Os drinques são cobrados à parte – a não ser que o hóspede contrate o pacote open bar, que dá direito ao consumo de todas as bebidas, incluindo as alcoólicas, em todos os bares.
Sem parar
Para que os hóspedes possam escolher o que querem comer a cada dia, tripulação trabalha 24 horas, do café da manhã ao jantarO conceito de restaurantes de especialidades surgiu nos anos 1990, quando a Norwegian Cruise Line (NCL) teve a ideia de oferecer aos passageiros jantares com menus variados, que pudessem ser escolhidos de acordo com o apetite do dia. “Levamos nossos hóspedes à frente da tomada de decisões e fomos evoluindo em torno dos pratos favoritos deles”, destaca o vice-presidente de operações de alimentos e bebidas, Christian Pratsch.
O primeiro neste modelo foi o francês Le Bistro, que existe até hoje e tem que estar em todo navio. Com decoração inspirada no Palácio de Versalhes, com direito a um enorme lustre de cristal na entrada, o restaurante é sempre indicado para jantares românticos – é o único que exige um dress code específico: mulheres de vestido longo e homens de blazer.
Para começar, a sugestão é um brinde com champanhe. No menu, iguarias bastante apreciadas na França, como escargot à la bourguignonne (caracóis gratinados com manteiga de ervas) e lagosta com molho de creme de cogumelos, que vai dentro da carcaça do próprio crustáceo, com arroz pilaf. Para quem prefere sabores menos exóticos, tem sopa gratinada de cebola de entrada e coq au vin (frango assado no vinho tinto, cogumelos, batatas, cebolas peroladas e bacon) de prato principal.
Los Lobos é o restaurante mexicano do Norwegian Aqua
A beleza da pâtisserie francesa pode ser admirada no bolo de morango com creme diplomata e pistache e na pera cozida em vinho fortificado com especiarias, sorvete de baunilha e calda de chocolate quente, servida na mesa pelo garçom.
Não é só o bistrô francês que tem lugar garantido em toda a frota da NCL. Autêntica churrascaria norte-americana, o Cagney’s Steakhouse conquista os passageiros com cortes selecionados de carne bovina black angus premium. Você escolhe o corte, o molho e os acompanhamentos, o que pode resultar, por exemplo, em entrecosto (carne que fica entre as costelas) com chimichurri e risoto de cevada.
A Itália está muito bem representada pelo Onda by Scarpetta, que leva para o alto-mar uma cozinha italiana de luxo. Destaque para as massas, como scialatielli com camarão, amêijoas, mexilhões e lula em molho de vinho branco e alho e mezzelune com ricota, espinafre, trufa em conserva, manteiga e sálvia.
Continuando a volta ao mundo, recomenda-se uma parada no Japão com o Nama, que tem uma carta de saquês e comidas para surpreender, como roll de caranguejo, abacate e pepino e carpaccio de frango com molho ponzu de yuzu e folha de shissô.
Aproveite para conhecer mais da cozinha mexicana no Los Lobos, experimentando o bife de fraldinha com escabeche de cebola, arroz vermelho, feijão vermelho e banana-da-terra ou os camarões picantes com salada cítrica de abacate.
Bastidores
Como fazer toda a operação gastronômica funcionar sem parar? O estoque de ingredientes é essencial. Segundo Pratsch, a origem deles depende do itinerário do navio. “Como a nossa base é em Port Canaveral, alguns ingredientes vêm dos EUA, mas o abastecimento regional e sazonal é muito importante para nós.” Algumas proteínas, ele comenta, são fornecidas pelo Brasil.
Um açougue faz a separação e manipulação de carnes vermelhas, aves e peixes. Uma área fica reservada para os vegetais. Há também uma sala só para manusear as frutas. O navio ainda conta com uma padaria para abastecer toda a operação. “Produzimos mais de 95% dos nossos pães, que são assados no café da manhã, almoço e jantar. Temos, inclusive, um turno noturno para a produção.”
Cada restaurante tem sua própria cozinha. Os 250 chefs se dividem entre elas e trabalham em turnos de 10 horas para que os hóspedes tenham comida a qualquer momento do dia – alguns espaços, como o The Local Bar & Grill, funcionam 24 horas. “Preparamos tudo no dia”, faz questão de dizer o vice-presidente de operações de alimentos e bebidas.
Se considerarmos que, em uma viagem, 3.500 passageiros e 1.500 tripulantes fazem três refeições por dia, significa que a equipe produz pelo menos 15 mil refeições diariamente. “É um trabalho árduo, não é? É preciso muita coordenação, gestão e uma ótima equipe, mas, no fim, é divertido, porque é o que realmente gostamos de fazer.”
Experiências inéditas
Vigésimo navio da frota da Norwegian Cruise Line (NCL), o Norwegian Aqua inaugura a classe Prima Plus, com 10% mais tamanho e capacidade, mais espaços ao ar livre, mais opções de suítes e mais tripulantes por hóspedes. De longe, chama a atenção a pintura no casco, da norte-americana Allison Hueman, que faz uma representação moderna de figuras mitológicas do mar e do céu.
Entre as experiências inéditas, está a primeira montanha-russa com toboágua do mundo. Até agosto, a embarcação fará viagens de sete dias pelo Caribe, saindo de Port Canaveral, na Flórida. Depois, oferecerá cruzeiros de cinco e sete dias para Bermudas, com saída de Nova York. De outubro a abril do ano que vem, terá pacotes de cinco e sete dias no Caribe Oriental a partir de Miami.
Anote a receita: Frango tailandês com castanha de caju (Sukhothai)
Frango tailandês com castanha de caju do Sukhothai
Ingredientes
- 1kg de coxas de frango desossadas, cortadas em cubos;
- 1/3 de xícara de molho de soja tailandês;
- 1 colher de sopa de açúcar;
- 5 colheres de sopa de molho de ostra;
- 2,5 colheres de sopa de molho de soja tailandês;
- 1,5 colheres de sopa de molho Golden Mountain;
- 1,5 colheres de sopa de molho de peixe;
- 1,5 colheres de sopa de açúcar granulado;
- 1/3 de xícara de água;
- 3⁄4 de xícara de óleo de canola;
- 25 pimentas secas;
- 5 colheres de sopa de alho fresco picado;
- 1 1⁄4 de xícara de cebola roxa picada grosseiramente;
- 5 colheres de sopa de cebolinha, apenas a parte verde, cortada em 5 cm;
- 5 colheres de sopa de pasta de pimenta tailandesa;
- 3⁄4 de xícara de pimentão vermelho picado;
- 3⁄4 de xícara de abobrinha, em meias-luas cortadas em 5cm;
- 3⁄4 de xícara de castanha de caju sem sal;
- 3⁄4 de xícara de caldo de galinha;
- 2,5 colheres de sopa de óleo de gergelim
Modo de fazer
- Misture o molho de soja, o açúcar e a água em uma tigela até dissolver o açúcar. Adicione a coxa de frango cortada em cubos e deixe marinar por 1 hora.
- Para o molho para refogado tailandês, misture o molho de ostra, o molho de soja tailandês, o molho Golden Mountain; o molho de peixe e o açúcar granulado em uma tigela e misture bem para incorporar uniformemente. Reserve.
- Pré-aqueça o forno a 180 °C. Espalhe as castanhas de caju em uma assadeira e asse no forno pré-aquecido por 8 a 10 minutos, ou até que fiquem com uma cor marrom-dourada, mexendo ocasionalmente.
- Aqueça o óleo em uma panela wok em fogo médio e adicione as pimentas secas. Reduza o fogo para baixo e mexa as pimentas continuamente até que inchem e escureçam, ficando com uma cor marrom, por cerca de 1 minuto. Retire rapidamente as pimentas da wok usando uma escumadeira, deixando o óleo para trás, e transfira-as para um prato forrado com papel-toalha para escorrer.
- Aumente o fogo para alto. Assim que o óleo estiver quente, adicione o frango marinado e espalhe-o em uma única camada. Deixe o frango selar sem mexer por cerca de 2 minutos ou até que a parte de baixo esteja bem dourada. Depois de dourar um lado, misture o frango e continue cozinhando, mexendo frequentemente, até que o frango esteja completamente cozido. Desligue o fogo e retire o frango da wok, deixando o óleo.
- Com o fogo ainda desligado, adicione o alho picado à wok. Reduza o fogo para médio e mexa até que o alho fique dourado. Depois adicione as cebolas picadas e mexa por cerca de 1 minuto.
- Aumente o fogo para alto. Adicione o pimentão picado, a abobrinha, as pimentas torradas, o frango cozido, o molho tailandês para refogado, o caldo de galinha e a pasta de pimenta tailandesa à wok. Misture até aquecer, por cerca de 1 minuto.
- Desligue o fogo, regue a wok com o óleo de gergelim, adicione a cebolinha picada e as castanhas de caju torradas e misture bem. Sirva imediatamente.