TEMA INSPIRADOR

Restaurant Week BH leva para a mesa riquezas do Norte do Brasil

Festival movimenta mais de 50 endereços na capital mineira com homenagens à gastronomia nortista

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Até o dia 18 de maio, os sabores da Região Norte do Brasil ganham protagonismo na capital mineira com a 27ª edição do Restaurant Week BH (RWBH). Com o tema “Uma homenagem à região Norte do Brasil: Riqueza e Diversidade”, o festival reúne mais de 50 restaurantes, dos populares aos refinados, oferecendo menus completos a preços fixos e acessíveis.


Os menus contam com entrada, prato principal e sobremesa, por um único valor. As categorias disponíveis são: Tradicional, com valores de R$ 54,90 (almoço) e R$ 69,90 (jantar); Plus, por R$ 68,90 (almoço) e R$ 89,90 (jantar); e Premium, R$ 89 (almoço) e R$ 109 (jantar). Cada estabelecimento escolhe em qual categoria quer se enquadrar e como homenagear o Norte – seja na escolha dos ingredientes, no preparo ou na apresentação dos pratos.


“O nosso objetivo é democratizar a boa gastronomia. A gente não se intitula como um evento de alta gastronomia, mas de boa comida. Temos bons restaurantes em todas as categorias”, afirma Henrique Reis, idealizador do festival.


Segundo ele, o evento é uma oportunidade de desbravar novos sabores e também de conhecer estabelecimentos que, muitas vezes, têm um valor acima do que o público está acostumado a pagar. “Dificilmente, você encontra hoje um prato principal por menos de R$ 90. No festival, esse valor dá direito a uma refeição completa.”

De olho no Norte


A escolha da Região Norte como tema do festival deste ano não foi por acaso. O estado do Pará se prepara para receber a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA), em novembro deste ano. A chegada do Restaurant Week à capital paraense também reforça a importância da gastronomia como ferramenta de valorização da biodiversidade e da cultura local.

Risoto de camarão com palmito pupunha e agrião do restaurante Vino! Cidade Nova

Risoto de camarão com palmito pupunha e agrião do restaurante Vino! Cidade Nova

Suellen Perdigão/Divulgação


“A culinária nortista é rica em história, saberes indígenas, ingredientes nativos e práticas sustentáveis. Trazer isso para a mesa é valorizar o Brasil profundo e sua influência no que comemos”, afirma Henrique Reis.


A comida do Norte do Brasil é rica em sabores e ingredientes locais, como mandioca (preparada de diversas formas, como farinhas, tucupi e tapioca); peixes de água doce, como tambaqui, pirarucu, dourado e filhote, frutas, entre elas açaí, cupuaçu, graviola, muruci e taperebá; ervas, como chicória, cipó-alho, alfavaca, cúrcuma e jambu; e especiarias. A culinária da região é influenciada por povos indígenas, africanos e europeus.


Mas a homenagem ao Norte não se resume apenas à presença de ingredientes típicos. Para muitos chefs, a proposta é criar diálogos entre suas próprias referências culinárias e os sabores da região.

Riquezas no prato


É o caso do Julio Minchilo, do restaurante Bordô Gastro Vino, que integra a categoria Premium. “O tema não é obrigatório, mas é uma inspiração. Sempre tentamos usar elementos que dialoguem com o tema proposto.”

Tem azeite de dendê na moqueca de tilápia do Bordô Gastro Vino, servida com arroz branco e farofa

Tem azeite de dendê na moqueca de tilápia do Bordô Gastro Vino, servida com arroz branco e farofa

Julio Minchilo/Divulgação


Comandado pelo chef Thiago Silvestrini, o Bordô inclui no cardápio ingredientes como buriti pupunha e carne de sol. Um dos destaques é o filé-mignon ao molho de buriti, que ressalta o sabor frutado e a acidez leve do ingrediente amazônico. Mas o prato vegano também brilha: escondidinho com leite de coco, gengibre, palmito pupunha, cogumelos e mandioquinha.


“A gente não quer só colocar tucupi no prato para parecer exótico. É preciso entender o ingrediente, testar, ajustar o sabor. O Norte é complexo, e isso é o que o torna tão rico”, diz Julio.



Pequenos fornecedores


O menu do restaurante ainda conta com entradas para almoço e jantar, como o Pimentão Afontim, recheado, com linguiça especial, tomate, batata e azeitonas gratinado com requeijão e muçarela; o Bambá de Fubá, caldo de fubá com carne de sol, bacon e couve; o Carpaccio de Salmão Arroxeado, feito com salmão chileno ao vinagrete de beterraba e toque de wasabi; e a Bruschetta Ituana de pão italiano gratinada com presunto de Parma, figos frescos e queijo gouda.


Como pratos principais, as opções incluem moqueca de tilápia no azeite de dendê com farofinha da casa; o Bouef Bordôguignon, versão da casa do clássico francês, com cubos de miolo de alcatra cozidos ao molho de vinho, legumes e cogumelos; o Radiatori Buongiorno Savassi, massa curta italiana puxada na manteiga de sálvia e cogumelos frescos; bacalhau com creme de natas; e massa longa ao molho de camarão.


Em seguida, as sobremesas incluem: torta de Amandita, banana caramelizada com calda de maracujá, pot-pourri de bombons gelados e sorvete de pistache em banho de Amarula.

'Nossa gastronomia é italiana e mediterrânea, então pensamos em como unir isso aos ingredientes amazônicos dentro do que vendemos bem: risotos e entradinhas' - Erika Dal Secco, proprietária do Vino! Cidade Nova, ao lado do filho e sócio, Raphael Dal Secco

'Nossa gastronomia é italiana e mediterrânea, então pensamos em como unir isso aos ingredientes amazônicos dentro do que vendemos bem: risotos e entradinhas' - Erika Dal Secco, proprietária do Vino! Cidade Nova, ao lado do filho e sócio, Raphael Dal Secco

Arquivo pessoal


Segundo ele, o evento também valoriza a produção artesanal e sustentável. “Usamos fornecedores pequenos, evitamos industrializados. Isso também é uma homenagem ao que o Norte representa em termos de saberes e biodiversidade”, complementa.


O proprietário também ressalta que o charme do evento está justamente na originalidade. “É diferente de uma rede. Quando o restaurante se debruça sobre o tema, cria-se uma experiência. O festival é democrático, mas precisa manter sua personalidade.”

Ingredientes da Amazônia


No restaurante Vino! Cidade Nova, Erika Dal Secco também abraçou o desafio de inserir elementos amazônicos em um cardápio autoral para o jantar. Participando da categoria Plus, a proprietária destaca um menu que equilibra identidade e criatividade. “A gente quis usar ingredientes da Amazônia, mas sem assustar o paladar mineiro”, conta.

Uma das opções de sobremesa no Vino! Cidade Nova é o sorvete caseiro de coco fresco com açaí

Uma das opções de sobremesa no Vino! Cidade Nova é o sorvete caseiro de coco fresco com açaí

Suellen Perdigão/Divulgação


O restaurante conta com um arancini de castanha-do-pará, além de arancini de camarão e pastel de angu, como opções de entrada. Como prato principal, um risoto de castanha-do-pará com funghi (vegetariano), risoto de camarão com palmito pupunha e toque de agrião – numa alusão ao amargor do jambu, e risoto de lascas de mignon e alho-poró.


Na sobremesa, sorvete caseiro de coco fresco com açaí, sem conservantes, para fechar com uma explosão de sabores, ou uma torta de maçã e canela.


“Nossa gastronomia é italiana e mediterrânea, então pensamos em como unir isso aos ingredientes amazônicos dentro do que vendemos bem: risotos e entradinhas”, explica Erika.


Além da comida, o Vino! aposta no conceito de wine bar: todos os vinhos são servidos em taça a 1/5 do valor da garrafa, democratizando também o acesso à bebida. “Muita gente vem pelo festival e acaba virando cliente fiel.”



Todos ganham


Além de promover experiências únicas, o RWBH, que acontece duas vezes no ano, também movimenta os negócios. Gilson Judice, proprietário do Marília Pizzeria e do recém-inaugurado Dirceu Restaurante e Butiquin, participa do evento há sete anos e comemora os resultados. “A venda aumenta cerca de 30% durante o festival. É uma ótima forma de divulgação”, diz.


Participando da categoria Premium, o Marília oferece opções de massa e risoto no almoço e no jantar, como o mini calzone com carne de sol, pimenta-biquinho e raspas de limão; bruschetta mediterrânea e salada césar, involtini melanzane, mini tartar de filé-mignon e mini calzone de brie com figo turco – nas opções de entrada.

A visita ao Dirceu pode ser acompanhada de torresmo de barriga com vinagrete de abacaxi

A visita ao Dirceu pode ser acompanhada de torresmo de barriga com vinagrete de abacaxi

Gilson Judice/Divulgação


Para o prato principal: linguine ao pomodoro com camarões; parmegiana de frango; risoto de tomates; risoto parmegiano com ragu de costela e raspas de limão; risoto cítrico acompanhado de salmão grelhado ao molho oriental; ancho grelhado com legumes ao molho asiático, e claro, qualquer pizza do cardápio de tamanho individual.


As opções de sobremesa variam entre o tiramisu, mousse de chocolate, brownie de chocolate com sorvete e calzone de petit gateau.

Petiscos para começar


Já o Dirceu aposta no clima de boteco em suas entradas: uma degustação de coxinhas e croquetes, torresmo de barriga com vinagrete de abacaxi, almôndega gratinada, queijo empanado com molho de pimenta e mel, berinjela empanada e espetinhos de boteco.

A galinhada do Dirceu é servida tanto no almoço quanto na hora do jantar

A galinhada do Dirceu é servida tanto no almoço quanto na hora do jantar

Gilson Judice/Divulgação


De prato principal, o cliente pode escolher entre o arroz de costela com linguiça caseira, tropeiro do Dirceu, mexido do Dirceu, galinhada Dirceu, almôndega a cavalo com linguine ao sugo, lasanha de ragu de linguiça e queijo canastra – nas opções para almoço e jantar.


Entre as sobremesas, o “Butiquin” entrega um doce de leite com queijo canastra gratinado, goiabada cascão cremosa com sorvete e mousse de chocolate no copo lagoinha. “Pensamos em pratos fartos, que agradem e deixem o cliente satisfeito”, resume Gilson.



Ação social


O Restaurant Week também cumpre um papel social importante ao colaborar com instituições beneficentes, tendo o Hospital da Baleia como parceiro da ação social. Em cada menu vendido, os clientes têm a oportunidade de doar R$ 2 para o hospital, uma instituição de referência em saúde em Minas Gerais, que atende pelo SUS, convênios e consultas particulares.

Anote a receita: rancini de castanha-do-pará (por Erika Dal Secco, do Vino! Cidade Nova)

Arancini de castanha-do-pará, entrada do restaurante Vino! Cidade Nova

Arancini de castanha-do-pará, entrada do restaurante Vino! Cidade Nova

Suellen Perdigão/Divulgação

Ingredientes

  • 25g de azeite;
  • 50g de tempero caseiro;
  • 500g de arroz arbóreo;
  • 150g de vinho branco seco;
  • 150g de castanha-do-pará picada;
  • 75g de manteiga sem sal;
  • 250g de parmesão;
  • 100g de creme de leite fresco;
  • 1 litro de caldo de legumes;
  • farinha de trigo, ovo e farinha panko para empanar


Modo de fazer

  • Em uma panela, aqueça o azeite e refogue o tempero caseiro.
  • Acrescente o arroz, o vinho branco e complete com caldo de legumes até que o arroz esteja coberto por líquido.
  • Coloque o sal e vá adicionando o caldo de legumes aos pingos até que o arroz esteja macio.
  • Acrescente creme de leite fresco, manteiga sem sal, 100g de parmesão ralado e a castanha-do-pará picada, mexendo para obter uma mistura cremosa.
  • Retire do fogo, distribua em uma bandeja e espere esfriar por completo.
  • Adicione o restante do parmesão (150g) ralado e misture bem.
  • Forme bolinhas.
  • Passe os bolinhos na farinha de trigo, no ovo e na farinha panko, nessa sequência.
  • Frite em óleo a 180? graus até que estejam dourados.
  • Sirva com o molho de seu gosto.
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Serviço


27ª Restaurant Week BH
Até 18 de maio
Informações sobre os restaurantes participantes, menus e reservas estão disponíveis no site oficial

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