Álbum 'Regional do Caetano' explora a diversidade musical brasileira
Disponível nas plataformas digitais, o disco do grupo liderado pelo violonista e compositor Rogério Caetano vai do samba ao merengue
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Com direção artística de Olívia Hime, chega ao streaming pela Biscoito Fino o álbum “Regional do Caetano”, grupo liderado pelo violonista e compositor Rogério Caetano. O disco traz oito faixas autorais, sendo duas em parceria com Edu Neves (“Um chorinho em Cochabamba”) e Milena Tibúrcio (“Chamego”), e já está disponível nas plataformas digitais.
Além de Rogério Caetano (violão de sete cordas), integram o Regional os músicos Ana Rabello (cavaquinho), Luis Barcelos (bandolim), Magno Júlio (percussão) e Marcus Thadeu (percussão). Como convidados, participaram das gravações os músicos Durval Pereira (percussão), Zé Leal (percussão), Edu Neves (sax), Aquiles Moraes (trompete e fulgelhorn), Everson Moraes (trombone), Bebê Kramer (acordeon) e Rafael Meninão (acordeon).
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Rogério conta que o trabalho foi feito em grupo, por isso o nome Regional do Caetano. “Na verdade, o Caetano em questão é meu pai, porque foi ele quem me aplicou o Regional do Canhoto (Waldiro Frederico Tramontano), que é esse grupo tão importante e que estamos homenageando através desse álbum. Foi um grupo que teve uma atuação importante dentro da história fonográfica brasileira, desde 1937 até início dos anos 1980. Era formado pelo próprio Canhoto (cavaquinho), Dino (violão de sete cordas) e Meira (violão), que foi professor de Baden Powell e Raphael Rabello.”
“Foram os caras que pegaram a gravação original de ‘Amélia’ (Ataulfo Alves), até músicas de Chico Buarque, João Bosco, Gilberto Gil e Milton Nascimento”, explica Rogério. “Eles atravessaram gerações de compositores da música brasileira, além de acompanharem cantoras da “Era do rádio”, entre elas, Elizeth Cardoso, Aracy de Almeida e Angela Maria.”
O Regional do Canhoto também acompanhou ídolos como Orlando Silva, Sílvio Caldas e Nelson Gonçalves, entre outros, chegando até a era da geração dos festivais. “Então, o grupo tem uma grande importância. Esse nosso disco tem uma variedade de ritmos brasileiros, abrindo com o samba (‘Samba de Rosita’), passando pelo forró (‘Corita Fogoió’), depois uma música mais latina (‘Três Marias’), além de um choro que tem um sabor cubano, latinizado (‘Um chorinho em Cochabamba’) e que em seguida se transforma em um samba.”
“A quinta música ('Chamego') é um xote e a sexta ('Menina palhaça') uma polca para lembrar das essências europeias, como temos as latinas e africanas”, explica Rogério. “A sétima faixa ('Kombuchipa') é um choro e a oitava (‘Do jeito que o povo gosta’) um merengue, misturado com samba, com tambores africanos. Então, é um disco que tem uma verdade brasileira de raízes profundas da nossa cultura.”
“Gravamos o disco na hora, ao vivo, sendo que a única música que os músicos conheciam era ‘Um chorinho em Cochabamba’, que é a única regravação. Todas as outras eram inéditas e a gente gravou conhecendo a música na hora, como o Regional do Canhoto fazia. Então, deixamos esse gosto da música pura, como ela é sendo interpretada ali sem nenhum tipo de edição. Ou seja, a música como ela é, no seu estado puro.”
“Futuramente, faremos uma cópia física deste disco”, garante Rogério. “Fizemos também clipes para o YouTube e já têm dois lançados que são: ‘Samba de Rosita’ e ‘Corita Fogoió’.
Para o ano que vem, Rogério adianta que lançará um disco ao vivo, gravado em duo, em parceria com o pianista e compositor Cristóvão Bastos, celebrando os 80 anos do maestro carioca. “O álbum terá músicas minhas e dele. Cristóvão é um instrumentista e compositor da melhor qualidade.”
O Regional do Canhoto surgiu oficialmente em 1951 e o carioca Waldiro Fredrico Tramontano (1908-1987) é autor de clássicos como os choros “Gingando”, “Canhotinho” e “Visitando”, o tango “Lenço branco” e o baião “Teco-teco”, parcerias com o violonista Meira.
“REGIONAL DO CAETANO”
• Disco do grupo Regional do Caetano
• Biscoito Fino
• Oito faixas
• Disponível nas plataformas digitais