DEPORTAÇÃO

Cineasta brasileira presa em Los Angeles só será solta após deportação

Bárbara Marques foi presa há duas semanas em Los Angeles, pelo serviço de imigração dos Estados Unidos. O ICE afirma que ela permanecerá sob custódia no país

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FOLHAPRESS - A cineasta brasileira Bárbara Marques, que vive e trabalha em Los Angeles (EUA) desde 2018, foi levada por agentes da ICE, o serviço de imigração dos Estados Unidos, há duas semanas. 

O ICE afirma que ela permanecerá sob custódia até ser repatriada.

Em nota enviada à reportagem, o ICE afirma que Marques "é uma estrangeira em situação irregular" e que "não possui documentos de imigração válidos que a autorizem a estar ou permanecer legalmente nos Estados Unidos". 

O marido, Tucker May, relatou, em uma publicação em sua conta no Instagram, que o casal estava em uma reunião relativa ao green card de Marques numa repartição pública em Los Angeles e que, ao fim do compromisso, um dos funcionários do governo deu a desculpa de que uma impressora estava quebrada e, com isso, conseguiu ludibriar a cineasta e fazer com que ela se afastasse de seu advogado. 

Segundo a nota, agentes do ICE em Los Angeles a prenderam em 16 de setembro. Marques teria permanecido nos EUA além do prazo do visto concedido quando entrou pela primeira vez no país em 14 de março de 2018, e depois em 21 de novembro de 2019. A nota afirma ainda que um juiz de imigração determinou sua deportação para o Brasil. 

"Estrangeiros que residem ilegalmente nos Estados Unidos são incentivados a se autodeportar", segue a nota. 

O ICE frisa que "estrangeiros em situação irregular agora enfrentam uma possibilidade muito real e iminente de ser localizados, presos e deportados pelo ICE" e destaca "um compromisso renovado com a lei e a ordem liderado pelo presidente [Donald] Trump e pela secretária [de segurança interna Kristi] Noem.

De acordo com relatos do marido, a brasileira não havia sido notificada de uma audiência à qual precisaria comparecer. 

A reportagem procurou o Itamaraty, mas ainda não obteve resposta.

Família

Procurado, o marido de Bárbara enviou uma nota afirmando que ele a família estão "aguardando informações oficiais e atualizadas sobre o processo judicial em curso". 

"O advogado que atua na causa interpôs um recurso para defesa dos direitos da Bárbara, uma vez que ela seguiu todos os trâmites legais e apresentou aos órgãos competentes todos os documentos necessários para emissão do green card", segue a nota da família. "Aguardamos, com muita confiança na Justiça, uma decisão judicial." 

Bárbara Marques

Marques dirigiu um curta-metragem, "Cartaxo", lançado em 2020, sobre o dia em que a atriz Marcélia Cartaxo foi homenageada no Los Angeles Brazilian Film Festival do ano anterior. Na ocasião, Cartaxo apresentou o filme "Pacarrete", que venceu o Festival de Cinema de Gramado daquele ano. 

Segundo o perfil da cineasta no IMDB, um dos maiores agregadores de informações sobre filmes, Marques fez outros curtas, como "Amor", de 2018, sobre quando seu avô foi diagnosticado com Alzheimer, e "Basement", de 2021, um terror com elenco americano. 

Natural do estado do Espírito Santo, a capixaba se formou em cinema no Rio de Janeiro, em 2015, e depois estudou atuação na Amda, uma escola de artes cênicas em Los Angeles, segundo relato seu ao jornal A Gazeta. 

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Num primeiro momento, Marques foi levada para um centro de detenção de imigrantes em Adelanto, no estado da Califórnia. Depois, segundo May, foi transferida para o estado do Arizona e agora está detida no estado da Louisiana, que seria o último ponto antes de uma possível deportação.

Ainda segundo May, Marques e outros detentos ficaram mais de 12 horas sem comida. 

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