MÚSICA

Fado em Cidades Históricas traz Carminho a Ouro Preto

Cantora apresenta o show "Portuguesa" neste sábado (31/5), na segunda edição do festival, que terá também apresentação de Cuca Roseta e de artistas brasileiros

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Fado é fado, forró é forró. Os dois estilos musicais que estão intrinsecamente ligados aos seus países de origem – Portugal e Brasil – se encontram a partir desta sexta-feira (31/5), em Ouro Preto. Em sua segunda edição, o projeto Fado em Cidades Históricas celebra a lusofonia tanto por meio da música quanto pela história, poesia e gastronomia.


“No ano passado, celebramos o chorinho. Neste, estamos nos dedicando ao forró, já que é também um estilo de música com sanfona (tal como o fado) e que, recentemente, teve um estouro em Portugal. Hoje há escolas de dança e bailes de forró”, comenta a curadora Connie Lopes, portuguesa radicada há quatro décadas no Brasil.


São duas as estrelas que encabeçam as atrações: Carminho, neste sábado, e Mariana Aydar, no domingo. Assim como na edição de estreia, o Fado em Cidades Históricas será realizado no Largo do Alto das Dores, que traz uma das vistas mais completas do centro histórico.


Na semana que vem, o evento segue para Petrópolis. “Pretendemos, para o próximo ano, acrescentar outra cidade que tem a ver com a ideia do festival, que é celebrar os patrimônios materiais e imateriais”, acrescenta Connie.


Dois palcos

Em Ouro Preto, serão dois palcos – um externo, no largo propriamente dito, e outro, mais intimista, dentro da igreja de Nossa Senhora das Dores. Além da música, o evento, que começa ao meio-dia, vai contar com atrações para as crianças, feira de gastronomia e uma aula-show com o chef português António Oliveira. Com mãe brasileira e pai português, ele vai cozinhar o tradicional Bacalhau à Brás.


Carminho apresenta hoje, às 21h, o show “Portuguesa”, de seu álbum homônimo (2023). “Há muitas forças que nos atraem (brasileiros e portugueses) e fico feliz porque acho que esse magnetismo também está acontecendo no sentido Brasil/Portugal, não só no sentido Portugal/Brasil”, disse ela ao Estado de Minas, quando lançou este trabalho.


“Acho que nós (portugueses) conhecemos muito bem a vossa cultura, vossos artistas. Mas não havia esse entendimento do lado inverso da mesma forma. Sinto, com alegria e orgulho, que isto está a inverter-se. E não só a ideia da música, mas as pessoas (os brasileiros) estão conhecendo melhor o fado, sua estrutura”, comentou.


Em seu sexto álbum, Carminho compôs sete das 14 faixas do disco. A cantora também registrou uma inédita de Marcelo Camelo, “Levo o meu barco no mar”, que o cantor e compositor carioca radicado em Portugal mandou especialmente para ela.


Neste sábado, o fado será representado também por Maria Emilia, cantora nascida em São Paulo de mãe brasileira e pai de uma família de imigrantes portugueses. Foi inclusive no Alfama dos Marinheiros, tradicional restaurante da capital paulista que ela cantou um fado pela primeira vez – tinha apenas 6 anos. Pouco depois, mudou-se com o pai para Lisboa. Estreou profissionalmente com o álbum “Casa de fado” (2018) e vai cantar, além de fados, canções brasileiras.


Colaborações

Já Cuca Roseta, fadista muito celebrada em Portugal, encerra amanhã o festival. A exemplo de Carminho, ela também vem colaborando com músicos brasileiros. Seu novo álbum, “Até a fé se esqueceu”, lançado em abril, traz duetos com Seu Jorge (na faixa-título, parceria dela com Zé Renato) e com Zeca Pagodinho. Os dois gravaram “Arranha céu” (1937), de Silvio Caldas.


O violonista gaúcho radicado em Portugal Yamandu Costa se apresentaria hoje, na Igreja de Nossa Senhora das Dores. Diante das acusações de abuso sexual contra o violonista que vieram à tona há 15 dias, a produção cancelou sua participação. No lugar dele haverá um show de Jéssica Gaspar, cantora, poeta e bailarina da nova geração que celebra a cultura afro-brasileira.


“Não há como substituir, em cima da hora, um artista do porte do Yamandu. Enfim, não quero criar nenhum juízo de valor em cima disso, todo mundo sabe do que foi acusado e o festival não é conivente com esse tipo de acusação. Achamos melhor ele ter esse tempo para se defender, já que se diz inocente. Ele mesmo aceitou a não vinda, pois está direcionando a vida para o que tem que fazer. Só queremos deixar claro que não somos juízes nem vamos julgar ninguém”, afirma Connie Lopes.


NOITE DE MÚSICA

Confira a programação do evento

Hoje (31/5)


12h – Feira Sabores e Fazeres e lançamento do livro “Turma da Mônica: Encontro com Fernando Pessoa”


16h – Palestra: Os legados do colonialismo português: exploração e desafios contemporâneos, com Thales Guaracy


17h – Coletivo Negras Autoras (palco externo)


17h45 – Show de Natanael Carvalho (igreja)


18h30 – Show de Maria Emilia (palco externo)


19h30 – Show de Jéssica Gaspar (igreja)


21h – Show de Carminho (palco externo)


22h30 – DJ MdM (palco externo)

Amanhã (1º/6)


12h – Feira Sabores e Fazeres e Cortejo das Tradições; Nau da Brincadeira; Ateliê Livre Eco das Artes; e Histórias de Além Mar


14h – Cooking show com o chef António Oliveira


15h30 – Show de Sérgio Pererê (igreja)


17h – Show de Mariana Aydar (palco externo)


19h – Show de Cuca Roseta (palco externo)


FADO EM CIDADES HISTÓRICAS
Nesta sexta (31/5) e sábado (1º/6), no Largo do Alto das Dores, em Ouro Preto. Entrada franca.

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