NOVELAS

Beatriz Segall e Lucélia Santos foram 'plano b' para Odete Roitman e Isaura

Artistas que entraram para a história da TV brasileira quase não fizeram papéis que os consagraram. Claudio Marzo por pouco não foi o Zé Leôncio de 'Pantanal'

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A história da teledramaturgia brasileira poderia ser escrita de outra forma se prevalecesse a ideia inicial de autores e diretores para o elenco de marcantes novelas da TV. O motivo para que fosse acionado o “plano B” varia de caso a caso.

No remake de “Vale tudo”, em cartaz na Globo, Paolla Oliveira não estava nos planos da autora Manuela Dias e do diretor Paulo Silvestrini para interpretar Heleninha Roitman. Paolla pediu para fazer um teste e conquistou o papel na raça.

Dois 'nãos' para Odete

É difícil imaginar outra atriz se não Beatriz Segall (1928-2018) como a Odete Roitman da versão original de “Vale tudo”. No entanto, ela foi a terceira opção. Gilberto Braga (1945-2021) havia sugerido Odete Lara (1929-2015) ou Tônia Carrero (1922-2018). Ambas recusaram.

Deu no que deu: a vilã de Beatriz, vivida agora por Debora Bloch, tornou-se um dos personagens mais icônicos da televisão brasileira.

Em “Pantanal” (1990), sucesso da extinta Rede Manchete, Claudio Marzo (1940-2015) foi escalado de última hora para interpretar José Leôncio. Estava tudo certo para que Carlos Alberto (1925-2007) fosse o protagonista, mas ele acabou demitido após constantes problemas com a produção. O veterano não sabia montar a cavalo, algo essencial para o personagem. A alternativa foi trocá-lo por Marzo.

“Escrava Isaura” é a novela brasileira mais exportada. Foi vista em 105 países, estima-se. Ainda assim, a escolha de Lucélia Santos não agradou ao autor Gilberto Braga. Ele queria atriz mais experiente e madura, sugerindo Yoná Magalhães (1935-2015), Louise Cardoso ou Débora Duarte.

Mas o diretor Herval Rossano (1935-2007) optou por Lucélia e a fama ultrapassou fronteiras. A atriz passaria pela mesma situação em “Carmem” (1987), da Manchete. A autora Glória Perez preferia Vera Fischer no papel principal, mas José Wilker (1944-2014), então diretor, escolheu Lucélia. Além disso, a contratação de Vera superaria o orçamento da emissora.

Quando a Manchete anunciou a novela “Xica da Silva” em 1996, várias atrizes disputaram o papel da protagonista. A cantora Simone Moreno era uma delas; outra sondada para o teste foi Valéria Valenssa, que recusou devido a uma viagem a trabalho.

Após extensa seleção, a escolhida pelo diretor-geral Walter Avancini (1935-2001) foi a atriz e modelo Luzia Avellar, substituída na última hora por Taís Araujo. “Segundo ele, eu era muito doce para o papel, e eu era. Ele acertou ao escolher a Taís”, conta Luzia. Ela deu seguimento à carreira, fez novela e cinema, e em 2024 ganhou o prêmio de Melhor Atriz no New York Independent Cinema Awards pelo filme “Silêncio”.

Drica Moraes, com cara de brava, como a personagem Violante de Xica da Silva
Violante, personagem de Drica Moraes em 'Xica da Silva', foi oferecida a Kristhel Byancco, que estava grávida e recusou o papel Reprodução

Drica Moraes conquistou o respeito da crítica como Violante, rival de Xica. Mas também não era a primeira opção da Manchete. A vilã havia sido oferecida para Kristhel Byancco, que não pôde assumir o papel, mas ganhou outra personagem. “Estava grávida e não queria perder a oportunidade de trabalhar com Avancini”, relembra a atriz.

Revelada na minissérie “Sex appeal” (1993), Luana Piovani foi chamada para protagonizar “Olho no olho”. A atriz recusou a proposta, e a personagem foi para Patricia De Sabrit. “No primeiro momento é uma alegria absurda, ‘meu Deus vou protagonizar uma novela na Globo’, em seguida bate a insegurança, o receio. Conversei sobre isso com o diretor, mas felizmente dei conta”, conta Sabrit.

Em 1994, “Quatro por quatro”, de Carlos Lombardi, foi marcada pela pré-produção caótica. O autor queria como protagonista o quarteto Malu Mader, Eliane Giardini, Bruna Lombardi e Adriana Esteves. Algumas negaram o convite, outras já estavam em outros projetos.

 Babalu

A solução da Globo foi apelar para o “plano B”: Cristiana Oliveira, Elizabeth Savalla, Betty Lago (1955-2015) e Letícia Spiller. Diversos personagens também foram trocados de última hora.

Spiller faria a enfermeira Duda, mas com a desistência de Esteves como Babalu, ela ficou com o papel, enquanto Luana Piovani deu vida à profissional de saúde.

Apesar de tantos contratempos nos bastidores, o folhetim teve sucesso mediano. Ao lado de “Xica da Silva”, está entre as novelas com mais imprevistos de elenco.

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