Praça Sete recebe festival cultural neste fim de semana
Desta sexta (25/4) a domingo, Hipercentro da cidade terá dois palcos com atrações de teatro, música e arte urbana. Arquitetura é tema de visitas guiadas
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Siga noSímbolo do Hipercentro da capital mineira, a Praça Sete se transforma em palco de um festival com apresentações de música, teatro, dança, circo e outras formas de expressão artística, com a participação de nomes consagrados da MPB, como Adriana Calcanhotto e Moreno Veloso, desta sexta-feira (25/4) a domingo.
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O ponto alto da programação é o show gratuito de Adriana Calcanhotto, que encerra o festival, às 18h de domingo. Um palco será montado no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas – que estará fechado para o trânsito. A cantora e compositora repassará sua carreira, no formato voz e violão. Hoje e amanhã, outros dois palcos recebem uma série de atrações.
No quarteirão fechado da rua Carijós, ao lado do Cine Theatro Brasil, o Palco Carijós será voltado ao teatro e à música. Carlos Nunes e Kayete apresentam a peça “Aperte o play e só ria”, ao meio-dia desta sexta. No fim da tarde, às 17h, Manu Dias comanda uma roda de samba com convidados.
No sábado (26/4), às 12h, Ílvio Amaral e Maurício Canguçu encenam a comédia “Velório à brasileira”. À tarde, haverá shows da cantora Adrianna, com seu “Baile da Dri”, às 15h, e da banda do bloco Chama o Síndico, às 18h.
O palco Arte Urbana, montado em frente ao Cine Theatro Brasil, vai receber,entre hoje e amanhã, 15 artistas e coletivos que tradicionalmente se apresentam nas ruas do Centro da cidade. A cantora Carol Serdeira e o MC Roger Deff dividem a curadoria, que traz, segundo o idealizador do Festival Viva a Praça Sete, Rafael Araújo, um retrato da pluralidade artística característica daquela região.
Plural e intenso
“Quem não convive com a Praça Sete chega a ter medo dela, porque é um espaço plural e intenso. Ela não tem uma aparência estética de limpeza, porque é muita gente que circula por ali o tempo inteiro, e quando sai nos jornais, é mais por suas mazelas do que pelo que pode ter de coisas boas”, diz Araújo. “O Festival vem para valorizar a Praça, chamar a atenção da cidade para vivê-la de uma outra maneira”, acrescenta.
O embrião do evento foram as comemorações dos 10 anos de reabertura do Cine Theatro Brasil, em 2023, quando um palco foi montado em frente ao equipamento cultural. “Executamos esse evento, que teve o nome de 'Cine Brasil + 10'. Vimos que o formato ficou muito legal e poderia ser replicado, então nos preparamos para a realização de um festival anual, que estreia agora”, diz o autor da iniciativa.
Quatro eixos balizam a programação. Um deles é o Palco Carijós, onde, na faixa de horário do almoço, serão dispostas 300 cadeiras de praia, para que o público assista confortavelmente às montagens teatrais. Depois, elas serão retiradas para as apresentações musicais.
“O segundo eixo, nosso preferido, é o Palco Arte Urbana. Como toda metrópole, temos nossos artistas de rua, aqueles que estão na calçada, com a caixinha ou o chapéu para as pessoas contribuírem. Queremos valorizá-los”, diz Araújo.
Primeiramente foi feito um mapeamento que identificou 58 artistas e coletivos, representantes de diversas formas de expressão, que se apresentam de maneira frequente ou esporádica nos arredores. Desse total, 15 foram selecionados pela curadoria. O realizador do festival diz que um dos critérios foi a busca por diversidade. “O Wagner Calixto, por exemplo, é padeiro e toca violino. Na pandemia, sem trabalho, ele passou a tocar na rua. Cada um tem a sua história”, comenta.
Palco de oportunidades
Para se apresentar no Palco Arte Urbana, os artistas receberão cachê, ganharam um ensaio fotográfico e terão as apresentações gravadas para montar portfólio. “Além da diversidade, tem esse ponto, de dar oportunidade aos artistas que têm uma vivência com a Praça Sete e seu entorno”, diz.
Ele cita como exemplo “a turma do Quarteirão do Soul, que se apresenta há mais de uma década na Feira Hippie”. “São vários coletivos, e vamos ter dois, a turma do Raul Latrel e a do Lord Tuka.”
O terceiro eixo é o Palco Sesc, que recebe o show de Adriana Calcanhotto no domingo. O quarto eixo consiste em visitas guiadas que serão realizadas no prédio do Cine Theatro Brasil e também por quarteirões e edifícios emblemáticos da Praça Sete e região, partindo do Centro de Atendimento ao Turista – Mercado das Flores. Também integram esse eixo uma mostra de curtas, realizada no espaço P7 Criativo, e o show de Moreno Veloso no Cine Theatro Brasil, única atração que não será gratuita.
Show no Cine Theatro Brasil
O Grande Teatro Unimed-BH do Cine Theatro Brasil recebe Moreno Veloso acompanhado da Orquestra Opus, neste sábado (26/4), às 20h. Com um repertório dedicado à obra de seu pai, Caetano Veloso, o show terá cobrança de ingressos – R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia) para a plateia, 2A e R$ 50 (preço único) para a plateia 2B.
Os ingressos para a plateia 1 já estão esgotados. Rafael Araújo explica que essa distinção se deve ao fato de ser um projeto do Cine Theatro Brasil, intitulado Mostra Cine Brasil de Música, que foi incorporado à programação do Festival Viva a Praça Sete.
“Queremos chamar a atenção também para essa série, que, nos próximos meses, vai receber Marcelo Jeneci e Léo Jaime, sempre com o acompanhamento da Orquestra Opus. O Cine Theatro Brasil é mais do que um parceiro, concebeu junto a programação e tem, cada vez mais, promovido ações na área externa, no quarteirão fechado da Rua Carijós”, observa.