Concerto em BH encerra a 11ª edição do Festival Matias de Oliveira Pinto
Festival de Violoncelos recebe nome de idealizador e diretor artístico do evento, falecido em fevereiro deste ano, e terá concerto de encerramento neste sábado
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Siga noAna Clara Torres*
A Casa de Música de Ouro Branco realiza a 11ª edição do Festival de Violoncelos que, a partir desta montagem, passou a se chamar Festival Matias de Oliveira Pinto, em homenagem ao idealizador e diretor artístico do evento, falecido em fevereiro deste ano. O concerto de encerramento do festival será realizado neste sábado (19), às 11h, no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, com entrada gratuita.
A edição envolve, em média, mais de 70 alunos inscritos e mais de 20 professores e artistas colaboradores. O evento teve início no dia 12 de abril e contou com concertos, palestras, master classes e oficinas.
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As apresentações da montagem foram feitas na nova sede da Casa de Música de Ouro Branco, antes mesmo de sua inauguração. Segundo Kênia Libanio, diretora da Casa de Música e do Festival Matias de Oliveira Pinto, o novo espaço era um sonho do idealizador do projeto. “Ele acompanhou a obra desde o primeiro tijolo”, reforça.
O virtuoso Matias
Matias de Oliveira Pinto morreu aos 64 anos em um acidente automobilístico. Grande violoncelista e pedagogo brasileiro, foi descrito como um homem amável e generoso. O artista estudou na Escola Superior de Música de Berlim e na Academia Franz Liszt de Budapeste.
O violoncelista atuou como solista e músico de câmara e se apresentou em inúmeros festivais e salas de concerto. Matias era, também, professor de violoncelo na Universidade das Artes de Berlim, na Alemanha. “O Matias foi professor de muita gente, ele ajudou e influenciou muitas pessoas, fazia questão de estar presente, envolvido e em contato com os alunos”, afirma Eduardo Swerts, músico da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e professor da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).
O Festival de Violoncelos foi renomeado em homenagem a ele. Para Kênia, a mudança de nome foi algo natural, proposto por ela e aceito pelos músicos envolvidos no projeto.“Ele idealizou esse festival, então, a cada ano que a gente realizava, tinha um elemento novo que ele sempre colocava. É um festival que ele tinha um carinho, o primeiro festival de violoncelos que ele criou”, destaca a diretora.
No concerto de encerramento, o “Ensemble de violoncelos”, formado por alunos e professores, se apresenta. Músicos de diversos países – como Japão, Itália, Espanha, Colômbia e França – compõem o grupo coordenado pelo violoncelista Eduardo Swerts.
Para Eduardo, o intercâmbio cultural é algo muito importante para a música e para os concertos. “A música é uma linguagem universal e, através dela, a gente fala uma língua única”, complementa o músico.
“Você anda pelo festival e percebe a energia dos alunos, escuta várias línguas diferentes. São pessoas que foram ensinadas pelo Matias e compartilham dos ensinamentos dele, da formação musical, artística, humanística e social”, complementa Eduardo Swerts.
“O festival é dele. A gente quer que a memória dele fique viva. O Matias amava a vida, muito vivo, amava dar aula, amava tocar, amava os amigos. O nome dele significa que o festival continua vivo”, reforça Kênia Libanio. n
* Estagiária sob supervisão do editor Enio Greco