Buena Vista Social Orchestra faz show hoje em BH
Grupo cubano criado para manter vivo o legado do Buena Vista Social Club se apresenta nesta quarta(16/4), no BeFly Minascentro, com repertório de clássicos
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Com os ingressos para uma primeira apresentação em Belo Horizonte tendo se esgotado rapidamente, os cubanos da Buena Vista Social Orchestra, em turnê inédita pelo Brasil, abriram uma nova data nesta quarta-feira (16/4), às 20h, no BeFly Minascentro.
O grupo promete repertório recheado de clássicos da música tradicional de seu país. Dele fazem parte instrumentistas cujas trajetórias estão ligadas ao lendário Buena Vista Social Club.
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Sob regência e condução de Jesus “Aguaje” Ramos – maestro, trombonista e diretor artístico –, o espetáculo preserva o legado do conjunto fundado em 1996, sob a batuta do guitarrista norte-americano Ry Cooder, que alcançou prestígio mundial.
O álbum que o Buena Vista Social Club lançou em 1997 ganhou inúmeras premiações, inclusive o Grammy, e se tornou um fenômeno global que gerou um documentário, dirigido por Wim Wenders, uma série de relançamentos e formações derivadas.
Para aquele projeto, Cooder recrutou uma dezena de músicos veteranos, que viveram sua época áurea nos anos 1940 e 1950. Vários deles estavam aposentados há muitos anos. Com o sucesso do Buena Vista Social Club, nomes como Omara Portuondo, Ibrahim Ferrer, Compay Segundo e Rubén González reativaram suas carreiras, lançaram novos discos e realizaram turnês mundiais.
Estima-se que o conjunto de álbuns relacionados ao projeto tenha ultrapassado 50 milhões de cópias vendidas.
Experiência única
Aguaje Ramos diz que a criação do grupo que se apresenta hoje em BH foi uma forma de manter o legado. “A Orquestra Buena Vista foi uma ideia que tive depois da turnê 'Adiós', porque, como diretor do Buena Vista Social Club, eu quis realizar o sonho de compartilhar e ampliar o alcance da música tradicional cubana e ajudar a inspirar novas gerações de músicos cubanos a apreciar, entender e disseminar essa experiência única com o mundo”, afirma.
Aos membros originais do Buena Vista Social Club ou das formações derivadas, como Luís “Betun” Mariano Valiente Marin (congas e bongo), Emílio Senon Morales Ruiz (piano) e Fabíán Garcia (baixo), ele agregou nomes da nova geração, como o cantor Carlos Calunga e o pianista Rolando Luna. Com 10 instrumentistas, a Buena Vista Social Orchestra tem se apresentado em diversos países mundo afora.
“Integrei o Buena Vista Social Club desde o primeiro dia. Fabián Garcia, Emílio Ruiz e Betun foram membros em diferentes ocasiões ao longo da história do grupo”, cita o maestro e trombonista. Ele comenta que o repertório da apresentação de hoje reúne algumas músicas registradas no álbum de 1996 e outras que o grupo e seus integrantes em carreira solo costumavam incluir nos roteiros de suas apresentações.
“Belíssima resposta”
“El cuarto de Tula”, “Quizas, quizas, quizas”, “Besame mucho”, “Chan chan”, “Dos gardenias”, “Camino por verdad” e “Candela” integram o repertório que a Orquestra apresenta na atual turnê. Aguaje Ramos diz que ela tem sido muito bem-sucedida e destaca esta primeira passagem do grupo pelo Brasil. “Tem sido um passeio magnífico, muito lindo, com belíssima resposta do povo brasileiro em todas as cidades pelas quais já passamos”, diz.
Aguaje chama a atenção para o lugar que a música cubana da primeira metade do século 20 ocupa hoje, lembrando que, antes da criação do Buena Vista Social Club, ela estava esquecida.
“Nosso principal legado sempre será a música tradicional de Cuba, que foi revivida por todos os integrantes do Buena Vista Social Club, dos quais muito poucos permanecem. Trata-se de uma música que segue pulsante, com muitos admiradores por todo o mundo.”
- Buena Vista Social Club tocou na Casa Branca, em noite histórica:
Uma curiosidade é que a formação do Buena Vista Social Club foi fruto de um acaso. Em 1996, Ry Cooder foi convidado para ir a Havana pelo produtor britânico da gravadora World Circuit Records, Nick Gold, para gravar uma sessão em que dois músicos do Mali fariam parceria com instrumentistas cubanos. Os mentores do projeto ficaram sabendo, poucos dias antes da gravação, que os músicos africanos não receberam seus vistos e não poderiam viajar.
Cooder e Gold mudaram de planos e decidiram gravar um álbum de música cubana antiga com instrumentistas locais, a começar por alguns que já estavam a bordo do projeto original, como o baixista Orlando “Cachaito” López, o violonista Eliades Ochoa e o diretor musical Juan de Marcos González.
A procura por outros músicos levou o grupo ao cantor Manuel “Puntillita” Licea, ao pianista Rubén González e ao cantor octogenário Compay Segundo, que gravaram para o projeto.
BUENA VISTA SOCIAL ORCHESTRA
Show nesta quarta-feira (16/4), às 20h, no Grande Teatro BeFly Minascentro (Av. Augusto de Lima, 785, Centro). Ingressos para plateia 1 a R$ 790 (inteira) e R$ 395 (meia), plateia 2 a R$ 690 (inteira) e R$ 345 (meia), plateia 3 a R$ 590 (inteira) e R$ 295 (meia) e plateia 4 a R$ 490 (inteira) e R$ 245 (meia), à venda pelo site Clube do Ingresso.