Megarreforma do Museu do Louvre prevê sala especial só para Mona Lisa
Projeto Novo Renascimento para o Louvre vai custar R$ 4,9 bilhões. Visitantes de fora da Comunidade Europeia pagarão ingresso mais caro
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Siga noO famoso quadro da Mona Lisa vai ganhar nova sala no Louvre, em Paris, em meio a mudanças previstas no projeto que prevê o “novo renascimento” do museu mais visitado do mundo. O anúncio foi feito esta semana por Emmanuel Macron, presidente da França.
O alerta em relação ao Louvre ocorreu em 13 de janeiro, quando a presidente da instituição, Laurence des Cars, enviou nota à ministra da Cultura, Rachida Dati, listando uma série de problemas do museu.
De acordo com Laurence, multiplicam-se defeitos em espaços degradados, há equipamentos técnicos obsoletos e oscilações de temperatura preocupantes, que afetam a conservação das obras.
Macron afirmou que, por sua história e seus recursos, “o Louvre ocupa um lugar especial” e se transformará “em museu único no mundo, já sendo o mais belo e o maior”.
O projeto Novo Renascimento para o Louvre prevê a implantação de nova entrada até 2031. A pirâmide inaugurada em 1989, que funciona como o majestoso acesso ao museu, é considerada “estruturalmente obsoleta” por Laurence des Cars.
O arquiteto Ieoh Ming Pei concebeu duas pirâmides para acolher quatro milhões de visitantes por ano, mas, em 2024, passaram por lá nove milhões de pessoas (80% delas estrangeiras). O objetivo é atrair 12 milhões quando as obras forem concluídas.
O novo acesso, cujo design será escolhido em concurso internacional de arquitetura, ficará na Colunata de Perrault, situada na fachada leste e no lado oposto das pirâmides, informou Macron.
Entre as grandes mudanças está a criação do espaço particular para a Mona Lisa, que será acessível de forma autônoma, independentemente do resto do museu.
Cerca de 20 mil pessoas visitam o quadro diariamente. Muitas chegam com o celular ligado para registrar o momento, produzindo imagens de multidões em frente à obra do começo do século 16, também conhecida como Gioconda.
A principal dúvida é o financiamento do projeto, pois a França busca reduzir sua grande dívida e o déficit público, depois de Macron perder as rédeas do governo, que carece de maioria no Parlamento.
O círculo próximo do presidente Macron calcula o custo do projeto em 700 milhões a 800 milhões de euros (R$ 4,3 bilhões e R$ 4,9 bilhões), com implementação em 10 anos.
Preço diferenciado
“Todas as obras da nova entrada serão financiadas com recursos próprios do museu, a venda de ingressos, o mecenato e a licença do Louvre Abu Dhabi, sem taxar o contribuinte”, assegurou o presidente francês.
Em relação aos bilhetes, Macron defendeu que turistas de fora da União Europeia paguem mais para visitar o Louvre a partir de 2026, o que, aliás, já ocorre em parte.
Atualmente, cada bilhete custa 22 euros (R$ 135,50), mas o acesso é gratuito a menores de 18 anos e menores de 26 residentes na comunidade econômica europeia.
A França recorreu a doadores privados e empresas para reconstruir a Catedral de Notre-Dame, após o incêndio devastador em 2019, arrecadando cerca de 850 milhões de euros (R$ 5,2 bilhões). A igreja reabriu as portas em dezembro do ano passado.