Morre Marianne Faithfull, musa de Mick Jagger e ícone dos anos 1960
Cantora britânica, de 78 anos, veio ao Brasil em 1968 com Mick Jagger e deu dicas sobre maconha a Fernando Sabino. A Covid-19 afetou sua memória e sua voz
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Siga noA cantora britânica Marianne Faithfull morreu nesta quinta-feira (30/1), aos 78 anos, na capital inglesa.
"É com profunda tristeza que anunciamos o falecimento de Marianne Faithfull", informou o porta-voz da artista à BBC . "Marianne faleceu pacificamente em Londres hoje, na companhia de sua família amorosa. Ela fará muita falta."
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Musa de Mick Jagger, com quem manteve um relacionamento por seis anos, Marianne Faithfull ganhou notoriedade em meados da década de 1960 com o lançamento de "As tears go by". Ícone fashion sessentista, era um dois símbolos da Swinging London – efervescência cultural e comportamental que marcou a capital britânica nos anos 1960/1970.
A cantora enfrentou uma série de problemas de saúde nos últimos anos. Em 2022, mudou-se para uma casa de repouso no Noroeste de Londres, onde também viveram personalidades como o cineasta Lord Attenborough e sua esposa, a atriz Sheila Sim.
Maconha no Brasil
Mick Jagger e Marianne Faithfull visitaram o Brasil pela primeira vez em janeiro de 1968. Foram recepcionados pelo escritor Fernando Sabino, ex-adido cultural na Embaixada de Londres. Depois de recebê-los em seu apartamento no Leblon, como a conversa não engrenou, levou-os para um local próximo de casa, o Antonio's, lendário bar que reunia a boemia intelectual carioca. Que se mostrou bastante conservadora diante do casal de rock stars britânicos.
"A turma dirigiu piadinhas de mau gosto e comentários preconceituosos a Mick e Marianne… Pior ainda, um dos frequentadores tirou o chapéu de abas largas de Jagger e o atirou em direção a outra mesa", escreveu Nélio Rodrigues no livro "Os Rolling Stones no Brasil" (2000).
Amizade entre Sabino e Jagger nunca rolou. Mas rendeu uma crônica, "O fariseu", sobre a primeira (e última) vez que o escritor mineiro fumou maconha, influenciado por uma conversa sobre drogas com Marianne naquela noite.
Sequelas da Covid
Foram décadas de consumo de álcool e drogas. Em abril de 2020, Marianne testou positivo para Covid-19 e passou 22 dias internada. A doença deixou sequelas graves, afetando sua voz e a memória.
Em entrevista ao The Guardian na época, Faithfull falou sobre a possibilidade de encerrar a carreira. “Talvez eu jamais volte a cantar. Talvez eu tenha chegado ao fim. Eu ficarei incrivelmente triste se esse for o caso, mas, ao mesmo tempo, estou com 74 anos”, declarou.