Nos últimos meses, um movimento nas redes sociais denominado Blockout 2024 tem ganhado destaque. Esta iniciativa começou nos EUA após o glamouroso Met Gala 2024, um evento beneficente, mas comumente criticado por ser elitista e desconectado da realidade. A proposta do movimento consiste em bloquear, nas redes sociais, celebridades e subcelebridades percebidas pelo público como indiferentes ou silenciosas em relação aos conflitos sociais.
A reação teve início quando os usuários das redes passaram a expressar sua indignação ao verem os participantes do Met Gala ostentando trajes luxuosos enquanto uma grave crise humanitária se desenrola em Gaza. A situação piorou quando a influenciadora Haley Kalil usou a frase “let them eat cake”. Tal frase é atribuída à Maria Antonieta, última rainha antes da Revolução Francesa, criticada por viver uma vida de luxo enquanto seu povo vivia na miséria.
De acordo com o site TodayOnline, celebridades como Taylor Swift, Selena Gomez, Billie Eilish e Kim Kardashian já perderam milhares de seguidores. A ideia por trás da ação é reduzir o alcance e a influência dessas figuras, impactando negativamente seus ganhos com publicidade e engajamento online. Ao bloquear celebridades que não se posicionam sobre questões humanitárias, os participantes do movimento estão tentando silenciar, no espaço online, pessoas consideradas prejudiciais e frívolas.
Nas últimas semanas o movimento tem ganhado força no Brasil, sendo um pouco mais abrangente, pois o incentivo é que as pessoas deixem de seguir qualquer pessoa que poste coisas superficiais e sem qualidade, tais como o seu cotidiano, suas roupas e suas comidas, por exemplo. O desejo é que o espaço público de discussão online seja destinado àquelas pessoas que utilizem as plataformas para promover debates que contribuam positivamente para a sociedade.
A cultura de celebridades e influencers, em sua maioria, privilegia o entretenimento e o consumo, em detrimento das discussões substanciais. Nesse sentido, o movimento Blockout 2024 visa desafiar a influência desproporcional de pessoas que estão preocupadas somente com seus lucros e com a manutenção de seus luxos.
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Apesar do potencial do movimento é necessário avançar mais, pois simplesmente bloquear figuras públicas pode não ser o suficiente para promover mudanças reais. A verdadeira transformação requer um engajamento contínuo, algo que vai além das ações meramente simbólicas. É preciso que essa redefinição do espaço digital promova uma comunicação mais responsável entre as celebridades e influencers e seu público, incentivando essas figuras a saírem de sua zona de conforto e usarem seu alcance para causas que realmente façam sentido para todos.
O movimento Blockout 2024 não destaca apenas a frustração com a desconexão entre a cultura de celebridades e a realidade social, mas também exemplifica o poder das redes sociais em moldar o discurso público. Ao pressionar figuras públicas a adotarem uma postura mais consciente e engajada, o movimento
convida a todos a uma reflexão sobre o papel e a responsabilidade de cada um de nós, tanto como produtores quanto consumidores de conteúdo digital. Quem sabe o movimento represente um passo na luta por uma esfera pública mais ética e inclusiva, nos desafiando a reconsiderar nossas próprias práticas e valores no universo das redes sociais.