
Operar o joanete é muito doloroso?
Na grande maioria dos casos, devido ao uso dessa técnica mais moderna, a dor pós-operatória é muito controlada
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Essa é uma pergunta muito frequente no consultório. A boa rresposta para essa pergunta é que a cirurgia minimamente invasiva para correção de joanete tem se tornado uma alternativa cada vez mais popular para pacientes que buscam um procedimento menos agressivo e uma recuperação mais rápida. No entanto, apesar dos avanços na técnica, a dor no pós-operatório ainda é uma preocupação significativa para muitos pacientes. Na grande maioria dos casos, devido ao uso dessa técnica mais moderna, a dor pós-operatória é muito controlada. Mas para ter esse controle alguns aspectos precisam ser observados.
A dor no pós-operatório
A dor após a cirurgia de joanete minimamente invasiva pode ser atribuída a diferentes fatores, incluindo trauma cirúrgico, inflamação, pressão no local operado e resposta individual do paciente à cirurgia. Mesmo sendo um procedimento menos invasivo do que as técnicas tradicionais, a manipulação óssea e tecidual gera um processo inflamatório natural, essencial para a cicatrização, mas também responsável pelo desconforto inicial.
Entre os fatores que podem influenciar a dor pós-operatória, destacam-se:
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Extensão da correção: cirurgias que envolvem grandes correções no alinhamento do osso metatarso podem resultar em maior dor e inchaço.
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Presença de inflamação prévia: pacientes com inflamação crônica devido ao joanete podem apresentar uma resposta inflamatória exacerbada no pós-operatório.
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Resposta individual à dor: algumas pessoas possuem uma sensibilidade maior à dor devido a fatores genéticos, psicológicos e históricos clínicos.
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Adesão às orientações médicas: o correto seguimento das recomendações pós-operatórias, incluindo repouso, uso adequado do calçado especial e medicação prescrita, pode impactar diretamente na percepção da dor.
Controle da dor no pós-operatório
O manejo adequado da dor após a cirurgia minimamente invasiva para joanete envolve uma combinação de estratégias farmacológicas e não farmacológicas. O objetivo principal é minimizar o desconforto sem comprometer a recuperação e a mobilização precoce do paciente.
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- Uso de analgésicos e anti-inflamatórios
Os medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios desempenham um papel crucial no controle da dor. Entre os mais utilizados estão:
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Analgésicos comuns: paracetamol e dipirona são frequentemente prescritos para aliviar a dor leve a moderada.
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Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): ibuprofeno, naproxeno e cetoprofeno ajudam a reduzir a inflamação e aliviar o desconforto.
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Opiáceos leves: em casos de dor mais intensa, tramadol ou codeína podem ser indicados por curtos períodos.
É fundamental seguir rigorosamente a prescrição médica para evitar efeitos colaterais e complicações, como irritação gástrica e dependência medicamentosa.
- Crioterapia (uso de gelo)
A aplicação de gelo na região operada é uma das medidas mais eficazes para reduzir o inchaço e a dor. O resfriamento local ajuda a diminuir a resposta inflamatória e o desconforto, sendo recomendado por períodos de 15 a 20 minutos a cada duas ou três horas, sempre com um pano ou toalha protegendo a pele para evitar queimaduras pelo frio.
- Elevação do pé e repouso
Manter o pé elevado nos primeiros dias após a cirurgia auxilia na redução do edema e, consequentemente, da dor. O ideal é posicionar o pé acima do nível do coração quando estiver deitado ou sentado. Além disso, o repouso adequado evita pressão excessiva sobre a área operada e favorece a cicatrização.
- Uso de calçados pós-operatórios
O calçado ortopédico pós-operatório tem a função de proteger a região operada e redistribuir a carga ao caminhar, reduzindo a pressão sobre o local da cirurgia. Seu uso correto é essencial para minimizar a dor e prevenir complicações, como deslocamento da correção óssea.
- Fisioterapia e mobilização precoce
A reabilitação com fisioterapia pode ajudar a diminuir a dor e melhorar a funcionalidade do pé. Exercícios suaves de mobilização podem ser iniciados conforme orientação médica para evitar rigidez articular e melhorar a circulação, acelerando a recuperação.
Duração da dor pós-operatória
A dor pós-operatória varia de paciente para paciente, mas segue um padrão geralmente previsível:
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Primeiras 48 horas: a dor pode ser mais significativa devido à resposta inflamatória inicial.
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Primeira semana: o desconforto diminui gradualmente, especialmente com o uso adequado de analgésicos e repouso.
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Duas a quatro semanas: a maioria dos pacientes apresenta uma redução significativa da dor, embora possa haver episódios ocasionais de desconforto ao caminhar.
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Após um mês: a dor residual pode estar presente, especialmente após atividades prolongadas, mas tende a melhorar progressivamente.
Caso a dor persista além desse período ou apresente piora progressiva, é importante procurar o cirurgião para avaliação, pois pode indicar inflamação excessiva, infecção ou problemas na fixação óssea.
No final das contas, vale a pena?
A dor no pós-operatório da cirurgia minimamente invasiva para joanete é um aspecto importante do processo de recuperação e pode ser bem controlada com estratégias adequadas. A adesão às recomendações médicas, o uso correto de analgésicos, a aplicação de gelo, o repouso adequado e a fisioterapia são fundamentais para minimizar o desconforto e garantir uma reabilitação eficiente. Apesar das variações individuais na resposta à dor, a maioria dos pacientes experimenta uma melhora progressiva, retomando suas atividades normais dentro de algumas semanas.
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As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.