Pacheco erra ao vincular candidatura a desempenho de Lula
Hoje, todos querem saber, desde adversários e até o próprio senador Rodrigo Pacheco (PSD), se ele será ou não candidato a governador
Mais lidas
compartilhe
SIGA NO

Há um jeito antigo de pensar a política ao vincular o próprio projeto e destino aos de outros. A eleição municipal passada, em Belo Horizonte, exibiu um vitorioso sem a dependência de padrinhos políticos. Não foi o candidato de Lula nem o de Bolsonaro que teve o melhor desempenho. Ao contrário, o eleito, Fuad Noman (PSD), dispensou o apoio oferecido por Lula no segundo turno, quando o presidente já estava desimpedido.
- Lula: 'Picareta com celular não tem chance contra Pacheco
- 'Propag: vice-governador Simões realiza primeira reunião do Comitê Gestor
Hoje, todos querem saber, desde adversários e até o próprio senador Rodrigo Pacheco (PSD), se ele será ou não candidato a governador. O presidente Lula já o lançou, publicamente, por mais de uma vez; ministros e prefeitos fizeram o mesmo.
Leia Mais
O alvo da preferência não diz sim nem nega, travando tudo. Uns avaliam que sua decisão depende da melhora de avaliação do presidente e que, na onda da reprovação, ninguém vai querer a vinculação. Rivais, como o vice-governador Mateus Simões (Novo), temendo a concorrência de Pacheco, o carimbam como candidato do Lula, convencido do possível desgaste.
Um candidato vai largar bem na campanha eleitoral amarrando seu nome a um dos expoentes da polarização, mas, a partir de algum momento, talvez, o segundo turno, terá que mostrar quem é. E o que pode ser e fazer. Os tempos mudaram, encerrando a fase de candidatos “poste”, como caracterizavam a transferência de votos de um líder para os ungidos.
Rejeição ao PT afeta Lula
Parece óbvio, mas não foi assim na eleição presidencial passada. Lula venceu porque o lulismo, sua liderança, era mais forte do que o PT. Agora, a força negativa do PT está colando em Lula e o puxando para baixo. Nessa hora de mudanças internas e propostas de renovação partidária, os petistas precisam rever seus conceitos. Polarização ou vida própria?, eis a equação da sobrevivência.
A rejeição ao PT continua tão intensa que muitos confundem o sentimento e o leva às raias do ódio, como se fosse inadmissível a existência de petistas. Ainda nesta semana, mataram uma vereadora do partido no Rio Grande do Sul. Não se veem reações semelhantes contra políticos de outros partidos.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
Estilhaços
A volta do prefeito de BH, Álvaro Damião (União), pode ter encerrado a desastrosa viagem internacional até Israel, mas seus efeitos vão espalhar estilhaços por algum tempo. Antes da viagem, Damião foi criticado; em sua ausência, foi bombardeado nas redes sociais por várias razões. Por falta da justificativa e por ter deixado a cidade com greve de professores e pela exposição em área de risco. Alimentada pelos vídeos enviados de lá, a tensão foi ampliada pela frustração do belo-horizontino que mal se recuperou da perda do prefeito eleito.
Na falta de oposição, amigos e aliados saíram da toca para criticar o prefeito. Um dos mais fortes pré-candidatos à sucessão municipal de 2028, o ex-presidente da Câmara Gabriel Azevedo fez duras críticas, demonstrando independência e liberdade de ação.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.