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Orion Teixeira
ALÉM DO FATO

Para 2026, Zema chama marqueteiro de Aécio e Cabral

Tudo somado, o novo marqueteiro deve ter anotado que precisa preparar melhor o assessorado para as entrevistas e a pré-campanha

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Tudo indica que Romeu Zema (Novo) está levando a sério o projeto presidencial, apesar do cenário adverso. Como já fez o raio cair duas vezes no mesmo lugar, ao se eleger e se reeleger governador, decidiu apostar. Ele concluiu o processo seletivo e contratou o marqueteiro Renato Pereira depois de sabatinar outros cinco. Pereira nasceu na Suíça, mas cresceu no Rio, onde atuou na campanha do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), em 2006. O sucesso o levou a ser o marqueteiro de Aécio Neves (PSDB) em 2013, mas foi dispensado no início da campanha presidencial.

A primeira ação de Pereira foi a entrevista deste domingo (19) no jornal O Globo, que mostrou Zema sem preparo e propostas. Nela, reafirmou a bandeira de economizar, citando como exemplo não morar no Palácio das Mangabeiras (residência oficial) e cortar secretarias (tem 14). Tipo de eficiência contestada pelo jornal. Não abordou o aumento de 298% que deu ao próprio salário, dos secretários e adjuntos. Voltou a criticar Lula por ter quase 40 ministérios e de viajar pelo mundo.

No campo eleitoral, avaliou que a tentativa de Bolsonaro recuperar a elegibilidade está travando a direita. Admitiu até que poderia rifar a candidatura a governador de seu vice, Mateus Simões (Novo), para ter o apoio do bolsonarismo. “Na política tudo é possível. Tem hora que você tem que fazer coisas que te desagradam. Eu não anularia nenhuma possibilidade, nem confirmaria nenhuma”, respondeu ele, para insatisfação de Simões. Tudo somado, o novo marqueteiro deve ter anotado que precisa preparar melhor o assessorado para as entrevistas e a pré-campanha.

Pesquisa: mundo real e virtual

A primeira pesquisa eleitoral para 2026, feita neste mês entre eleitores de BH, do instituto Viva Voz, acendeu alerta para Zema e aliados. O governador ficou em 3º lugar (11%) para presidente, atrás de Lula (30%) e Bolsonaro (25%). Na simulação para governador, o nome da preferência é o do senador Cleitinho (Republicanos), que, segundo Zema, não saberia governar. Nesse período eleitoral antecipado, todos acreditam que a internet irá se sobrepor ao mundo real, mas torcedores não representam todo o eleitorado. O insucesso de Mauro Tramonte é advertência para muita gente que acredita que a eleição está ganha.

Haddad dá holofote a Zema

Ao reagir contra Zema no caso da dívida de Minas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acabou por promovê-lo. Além da visibilidade, deu-lhe motivos para não aderir à nova opção de quitação da dívida. Oportunista, o governador aproveitou-se do momento de desgaste do governo e do próprio Haddad, para esquentar a pré-campanha presidencial.

Ajudado pelo PT

Ajudado pelo PT, Zema rejeitou nova ajuda do PT e do presidente Lula. Dizem que foi eleito pelo bolsonarismo. Mais do que isso, o PT sempre foi cabo eleitoral dele às avessas. O Novo foi eleito pelo antipetismo e pela fadiga da polarização tucano-petista. O governador passou o primeiro mandato inteiro atacando o antecessor, Fernando Pimentel (PT), que lhe deu de presente uma liminar, junto ao STF, para não pagar a dívida com o governo federal. Passaram-se seis anos, o governo petista sanciona, agora, programa que ajuda Zema a colocar as contas em dia. Ainda assim, Zema foi novamente ao ataque impiedoso contra Lula e os petistas.

Trump e o “fim do mundo”

O norte-americano toma posse nesta segunda (20), como o 47º presidente dos EUA, recorrendo às bravatas para manter os holofotes sobre si. Pelas declarações, Trump passa a ideia de que irá acabar com o mundo, anexando-o ao império estadunidense, há muito, em decadência. Alardeia que vai ocupar a Groenlândia, o Canadá e o México, além de ampliar as barreiras tarifárias e bagunçar o comércio internacional. Alguns países o levaram a sério e adotaram medidas para enfrentar a turbulência. Exagero à parte, é bom saber lidar com essa onda real e virtual. Não custa lembrar que o norte-americano havia ameaçado isolar o México com um muro, que ficou pelo caminho, mas é bom ficar de orelha em pé.

Ataques já começaram

O Brasil, ao contrário, está fingindo que a turbulência de Trump não passará por aqui, mas experimentou, na semana passada, dois ataques de origem semelhante, nos quais teve reação e efeito opostos. O primeiro foi a decisão do grupo Meta de passar pano para as fake news e discursos de ódio. Se colar, colou, mas a institucionalidade do Brasil está em outro nível. Quem recuou foi o dono do negócio, adiantando que não é bem assim e que continuará responsável. Gol a favor do Brasil.

Segundo escalão

No outro ataque especulativo, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) surfou no erro de Barreirinhas, o chefe da Receita Federal. O problema do governo Lula 3.0 não é de comunicação, como ele crê e que o levou a mudar o comandante. O problema é de gestão; cada um ali faz o quer, como foi feito na Receita, anunciando monitoramento de valores baixos do Pix. A iniciativa foi mais eficiente do que Nikolas e Bolsonaro na tentativa de acabar com o governo. Gol contra. Será demitido, ou o governo vai conviver com recuos e revogação de atos de seu segundo escalão?

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