Erica Fridman, investidora e sócia-fundadora do Sororitê Ventures, responsável pelo Sororitê Fund 1, fundo de Venture Capital de R$ 25 milhões que tem o objetivo de tornar-se o principal veículo de investimentos em startups early stage fundadas ou  co-fundadas por mulheres -  (crédito: Divulgação)

Erica Fridman, investidora e sócia-fundadora do Sororitê Ventures, responsável pelo Sororitê Fund 1, fundo de Venture Capital de R$ 25 milhões que tem o objetivo de tornar-se o principal veículo de investimentos em startups early stage fundadas ou co-fundadas por mulheres

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Nos últimos tempos, o mercado de Venture Capital vem crescendo e se tornando mais reconhecido dentro e fora do Brasil. Os investimentos nesse segmento cresceram significativamente ao longo dos anos, e, em 2023, foram mais de US$260 bilhões, segundo dados do S&P Global Market Intelligence.
 
Por outro lado, apesar da expansão do setor e de metade da população mundial ser composta por mulheres, apenas 4,75% dos fundos de investimentos têm mulheres como gestoras, de acordo com dados levantados pela Quantum Finance. 
 
 
Erica Fridman é investidora e sócia-fundadora do Sororitê Ventures, responsável pelo Sororitê Fund 1, fundo de Venture Capital de R$ 25 milhões que tem o objetivo de tornar-se o principal veículo de investimentos em startups early stage fundadas ou co-fundadas por mulheres. Para Erica, trazer mais times diversos para os fundos é uma medida importante para gerar rentabilidade.
 
 
“A diversidade traz retorno. Quando pessoas com diferentes backgrounds analisam uma oportunidade de investimento, podemos enxergar além. O que pode parecer uma oportunidade para um, pode não ser para outro, mas essa combinação de perspectivas ajuda a identificar o que não é óbvio. Quando falamos de diversidade de gênero sabemos que mulheres tendem a investir mais em outras mulheres. Por essa razão, há a necessidade de termos mais executivas em posições de liderança dentro dos fundos, tomando decisões. Elas conseguirão enxergar potencial em projetos que podem ser muito rentáveis, mas que não recebem investimento por conta de vieses”, afirma.
 

Em um cenário em que a carreira dentro dos fundos de Venture Capital ainda é pouco conhecida, é essencial começar a mudança pela base. Dar visibilidade para esta indústria desde a faculdade é fundamental para as mulheres que estão se formando considerarem trabalhar neste setor. 
 
Apesar de fazer parte do mundo financeiro, o Venture Capital é uma indústria que demanda também outros tipos de habilidades como networking, entendimento do mercado, empatia e, até mesmo, psicologia. Além disso, destacar mulheres que atuam no setor, incentivando outras jovens a se imaginarem na área e ações que desmistificam o trabalho também são importantes.
 
 
Erica destaca como exemplo, a presidente da ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital), uma mulher, que tem abordado a pauta e movimentado uma discussão no mercado. Por fim, a criação de mais fundos liderados por mulheres traz um impacto incentivando não só mais investimentos, como também mudando o direcionamento daqueles que lideram o capital - partindo de novas perspectivas e evitando vieses.  
 

“Trazer mais mulheres para a indústria do Venture Capital é essencial para promover a diversidade no setor, não só do lado do investidor, mas também das investidas. Hoje existe uma falta de entendimento dentro das faculdades do que é essa indústria. Há a crença de que é um trabalho que envolve muitas finanças, mas não é. Venture Capital é uma mistura de finanças com consultoria e psicologia, portanto, esse setor é perfeito para quem quer aprender sobre áreas diversas, fazer networking e ajudar negócios a se desenvolver, afirma Erica.