Setor mineral, siderúrgico e produtivo de luto: morre Sérgio Leite
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O setor mineral, siderúrgico e produtivo brasileiro está de luto com a morte de Sérgio Leite de Andrade, presidente do Instituto Aço Brasil e uma das mais respeitadas lideranças da indústria nacional. Ele faleceu na última segunda-feira, 14 de julho, aos 71 anos, e seu velório foi realizado ontem. Nascido em 9 de outubro de 1953, Sérgio construiu uma carreira marcada pela competência, pelo equilíbrio institucional e pela dedicação incansável ao fortalecimento da indústria brasileira.
Grande parte de sua trajetória foi dedicada à Usiminas, empresa na qual ingressou jovem e onde ocupou praticamente todos os cargos de liderança, chegando à presidência. Com atuação firme e estratégica, foi peça-chave na recuperação da companhia, liderando processos de reestruturação, fortalecimento do relacionamento com o mercado e revalorização da companhia no cenário nacional. Seu nome se tornou sinônimo de resiliência e compromisso com o futuro do setor.
Sérgio também presidia o Instituto Aço Brasil, que representa os principais grupos siderúrgicos do país. À frente da entidade, era uma voz respeitada em pautas como competitividade, sustentabilidade, defesa comercial e reindustrialização do Brasil. Sua capacidade de diálogo e articulação lhe garantiu interlocução privilegiada com o setor público, com a cadeia produtiva e com o mercado internacional.
A dimensão de sua perda foi expressa por Paolo Rocca, presidente do Grupo Techint, controlador da Ternium, acionista da Usiminas: “Com a perda de Sergio Leite, o Grupo Techint perde também um amigo, um colega, um líder que nos acompanhou nos grandes desafios da nossa indústria no Brasil e na América Latina. Vamos lembrá-lo pela sua competência, pela sua dedicação ao crescimento dos nossos colaboradores, pela sua capacidade de representar as aspirações daqueles que acreditam na força e no futuro da indústria do aço no Brasil e pela sua atenção aos clientes da nossa cadeia de valor e às comunidades em que estamos presentes”.
Mais do que um executivo, Sérgio Leite foi um construtor de relações. Cultivava com igual zelo os resultados e as amizades. Era membro ativo de uma confraria de vinhos, onde expressava seu entusiasmo pela vida, pela cultura e pelo prazer de estar entre amigos.
Dividia sua rotina entre Belo Horizonte, onde residia, e o Rio de Janeiro, sede do Instituto Aço Brasil, passando cerca de 15 dias por mês em cada cidade. Essa divisão simbolizava seu compromisso com o diálogo entre diferentes regiões e com o fortalecimento institucional da indústria em todo o país.
A morte de Sérgio Leite representa uma perda irreparável para o setor produtivo brasileiro. Seu legado será lembrado não apenas pelos cargos que ocupou, mas pela liderança ética, pela escuta atenta e pela convicção de que o Brasil só será verdadeiramente forte com uma indústria forte.
CSN fecha acordo antecipado de US$ 240 milhões com a Vitol
A CSN anunciou a assinatura de um contrato antecipado com o grupo suíço Vitol para o fornecimento de 6 milhões de toneladas de minério de ferro durante quatro anos, no valor total de US$ 240 milhões. O minério será proveniente da mina Casa de Pedra, em Congonhas (MG), operada pela CSN Mineração (CMin).
O acordo marca o primeiro financiamento plurianual da Vitol na área de metais e reforça a estratégia da empresa suíça de ampliar sua presença no mercado de commodities metálicas ferrosas e não ferrosas, aproveitando sua estrutura logística global. A Vitol, uma das maiores tradings independentes do mundo, faturou mais de US$ 330 bilhões no último ano.
Derek Wilson, chefe global de Matérias-Primas de Aço da Vitol, destacou que o contrato fortalece a parceria estratégica com a CSN, com quem já mantém negócios através da subsidiária Vitol Power Brasil, fornecendo carvão metalúrgico e coque para a produção siderúrgica. Com informações de Notícias de Mineração.
Peruaçu é reconhecido como Patrimônio da Humanidade
Em decisão histórica da 47ª reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, realizada em Paris no dia 13 de julho, o Cânion do Peruaçu – no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais – foi oficialmente declarado Patrimônio Natural da Humanidade, tornando-se o primeiro sítio natural no estado a receber essa distinção.
A conquista foi possível graças ao esforço do ICMBio, Ministério do Meio Ambiente, Itamaraty e comunidades locais. A região abriga mais de 200 cavernas, pinturas rupestres com até 12?mil anos e um encontro singular entre mata atlântica, cerrado e caatinga.
Fernando Coura, vice-presidente licenciado da Fiemg e ex-presidente do Sindiextra, foi uma figura-chave desde os primeiros passos da iniciativa. Foi ele, ainda como estudante da Escola de Minas de Ouro Preto, quem nomeou a região como “Província Espeleológica de Januária” durante o Congresso Nacional de Espeleologia de 1976.
Ero planeja mina subterrânea de cobre conjunta com Vale no Pará
A Ero Copper anunciou resultados promissores da primeira fase de sondagens do projeto de cobre Furnas, desenvolvido em parceria com a Vale no Pará. Segundo a empresa canadense, a exploração ampliou a mineralização conhecida de Furnas até uma profundidade de 730 metros, significativamente maior que os registros históricos anteriores, que chegavam a até 580 metros.
O presidente da Ero Copper, Makko DeFilippo, destacou que esses resultados são "altamente encorajadores" e representam um avanço fundamental para avaliar, junto à Vale Base Metals, a escala real do empreendimento.
Com investimentos previstos de até US$ 2 bilhões, a Ero já deu início à segunda fase das sondagens, focada em expandir ainda mais os limites da mineralização. Para financiar o projeto, localizado próximo ao complexo Salobo, a companhia planeja utilizar o fluxo de caixa gerado por sua operação em Tucumã, também no Pará. Com informações de Noticias de Mineração.
R$ 2 bilhões
foi o montante pago ontem pela CSN Mineração (CMIN3), aos seus acionistas, em dividendos e juros sobre capital próprio
“Entendo que a mineração é portadora do futuro e fazer com que ela seja reconhecida como primordial para a humanidade é uma de nossas funções. Precisamos parar de demonizá-la, pois está presente em todos os âmbitos de nossas vidas, desde o alimento em nossas mesas, com a correção do solo que aumenta a produtividade das lavouras, à roupa que vestimos. Tudo o que tocamos é bem mineral”
Flávio Roscoe
Presidente da Fiemg
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.