
Brasil vai precisar acionar mais as usinas térmicas
A expectativa é de que o custo da energia seja pressionado, uma vez que as térmicas têm custo mais alto de operação, além de demandarem a adoção de bandeiras ta
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O Brasil vai precisar acrescentar potência ao Sistema Elétrico Nacional para atender à demanda de energia até o fim desta década. O alerta foi feito pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) esta semana ao divulgar o Plano da Operação Energética (PEN 2025) – horizonte 2025-2029.
“Com o crescimento das fontes intermitentes, novos desafios também surgiram para a operação. Dessa forma, precisamos cada vez mais de flexibilidade no sistema, com fontes de energia controláveis, que nos atendam de forma rápida para termos o equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia, especialmente nos horários em que temos as chamadas rampas de carga”, destaca o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.
No plano, o ONS reforça “a necessidade de preparar o sistema para elevados montantes de despacho termelétrico no segundo semestre, principalmente a partir de outubro”, destacando que o sistema apresenta, do ponto de vista estrutural, “um desequilíbrio em termos de potência”. Traduzindo o que disse o diretor-geral do ONS, vai ser necessário acionar cada vez as termelétricas para atender à demanda de carga.
Com isso, a expectativa é de que o custo da energia seja pressionado, uma vez que as térmicas têm custo mais alto de operação, além de demandarem a adoção de bandeiras tarifárias para controlar o consumo e reduzir a necessidade de uso de fontes mais caras.
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O plano 2025-2029 considera a estimativa de aumento da carga de energia elétrica de 14,1% no período, o que representa uma média de 3,4% ao ano, elevando a carga para 94,6 gigawatts (GW) médios em 2029, contra os atuais 79,9 GW médios de 2024. “Na oferta de energia elétrica, comparado a dezembro/2024, é estimado um acréscimo de 36 GW de capacidade instalada, totalizando 268 GW até 2029, já considerando a MMGD atual e a sua expansão. A MMGD, em conjunto com fonte solar, corresponderá a 32,9% da matriz elétrica em 2029”, diz o ONS.
Como o aumento da carga inclui a micro e a minigeração distribuída (solar), a necessidade de atendimento de carga em horários de menor incidência solar ou de ventos terá de ser feita com as hidrelétricas ou as térmicas, sendo que estás últimas apresentam maior flexibilidade operacional. Outra opção aventada no Plano de Operação Energética do ONS e a volta do Horário de Verão, que, no entanto, será recomendado dependendo das projeções de atendimento nos próximos meses.
O plano da ONS destaca que a mudança do perfil da matriz energética brasileira, com maior participação de fontes renováveis, levou a uma exigência de flexibilidade maior de fontes convencionais, como as hidrelétricas e termelétricas, que sendo controláveis podem dar resposta rápida à necessidade de “regulação na potência entregue”.
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“O PEN 2025 recomenda explorar ações para adequar a flexibilidade operativa, provida pelo parque gerador, aos requisitos sistêmicos projetados para os próximos anos e Identifica também a necessidade de avanços em ferramentas computacionais, para avaliação da capacidade do sistema de suportar esses requisitos”, diz o ONS em nota. O diretor de Planejamento do ONS, Alexandre Zucarato, lembra que embora do ponto de vista energético o Sistema Interligado Nacional (SIN) mostre equilíbrio, o atendimento da potência tem um déficit estrutural, o que levou o ONS a recomendar ao governo (poder concedente) a realização de leilões anuais para contratar potência.
*Devido às férias dO colunista, esta seção voltará a ser publicada em agosto
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.