Marcelo de Assis
Marcelo De Assis
Jornalista, pesquisador musical desde 1984, Marcelo de Assis já escreveu para grandes portais como o Terra, IG e Claro Notícias. Em sua carreira coleciona inúmeras entrevistas com grandes nomes da música nacional e internacional. Ele também é membro do Gr

Da internet aos grandes palcos: Venere Vai Venus sacode a cena do rock

Detentora de milhões de streamings quarteto usa a internet para se promover, mas não se limita ao mundo virtual

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Um reels recente do vocalista do Capital Inicial, Dinho Ouro Preto, chamou atenção para a banda Venere Vai Venus, novata que vem conquistando atenção da mídia, dos festivais e, principalmente, do público. Mas a trajetória do quarteto vai muito além de um post viral.

Depois de abrir para o Capital Inicial, vencer um concurso para participar do João Rock e alcançar o TOP 3 da playlist Viral 50 Brasil no Spotify, a banda confirma que não é um fenômeno passageiro. Por trás da rápida ascensão da banda, há muito trabalho árduo, paixão e persistência. Com força renovada, a Venere Vai Venus chega para devolver ao rock o espaço que lhe faltava no cenário nacional.

A banda surgiu na virada do ano de 2022 para 2023, quando Lua Dultra, vocalista e compositora, ligou para Ávila, guitarrista, que conhecia da escola, e combinaram de fazer um projeto no ano que chegava. Após a breve passagem de outros músicos, consolidaram a formação oficial com a chegada da baixista Rey Sky e do baterista Caio Luigi. No mesmo ano, lançaram um EP com as músicas Circo, Fire desire, Máscara e Don’t u?.

Em 2024, começaram a produção de seu primeiro álbum, Divino. As 11 faixas do debut lançado em 13 de junho apontam para um amadurecimento e evolução musical do conjunto, comprovados pelas plateias cada vez maiores que vem conquistando. As faixas falam sobre experiências individuais sob o viés da experiência humana na terra.

“O primeiro EP foi escrito para o EP. O segundo foi escrito para mim”, explica Lua, compositora da maioria das faixas, afirmando o caráter mais pessoal do disco. Em geral, as letras e harmonias iniciais surgem da Lua, e depois cada integrante entra com suas contribuições para formar o arranjo final. “A alma das composições da Venere está na minha escrita, no jeito que eu sinto as coisas. São letras que falam realmente das minhas histórias de vida, das coisas que eu passei. Essa é a identidade da Venere”, pondera Lua. “Essa fagulha inicial vem da escrita da Lua, e depois cada um de nós põe sua própria verdade”, reforça Ávila.

"A capa do disco mostra a banda ao redor de uma mesa com um banquete recém-devorado, com quatro cobras serpenteando entre os integrantes, em trajes finos e glamourosos. Sim, são cobras de verdade. E uma delas se chama Princesa. Eu sentia a respiração dela muito forte no meu ouvido, foi um pouco assustador. Mas estava tudo sob controle”, lembra-se Ávila.

A presença do animal na arte do álbum dá sequência a uma construção conceitual iniciada nos singles anteriores, com um leão na capa da faixa Ego e chifres de cabra ilustrando Ciúmes. As três imagens, juntas, remetem à Quimera, um ser mitológico com corpo de cabra, cabeça de leão e cauda de serpente.

O novo disco aprofunda o uso de imagens mitológicas para falar sobre a experiência humana: “A gente quis criar esse contraste, entre a coisa que é divina e supostamente perfeita e a coisa imperfeita que somos nós. E são as nossas emoções que nos tornam humanos. Por outro lado, os deuses mitológicos também eram falhos, então é uma desconstrução do divino como uma coisa incrível, mostrando que o divino também é humano, e o humano também é divino”, filosofa Ávila.

Após o lançamento local, o disco foi apresentado nacionalmente, apenas um dia depois do lançamento, durante a experiência mais impactante da banda até então, a participação no line up do festival João Rock, para a qual foi selecionada após vencer um concurso. Anjos, um dos singles do novo disco, já acumula mais de 3 milhões de streams e entrou para o TOP 3 virais do Spotify. “Eu vejo o futuro da banda como algo brilhante, criativo e muito potente, desde que a gente, religiosamente, não se distancie do que é importante pra valer a pena, que é gostar de tocar com as pessoas que você toca, preservar as relações, fazer música junto por paixão, conviver e criar juntos”, aponta Caio.

Ambiciosa, a banda pretende conquistar públicos cada vez maiores, inscrever seu nome ao lado das grandes bandas brasileiras e trazer o rock de volta ao centro das atenções. “Nós almejamos o reconhecimento nacional e internacional como uma banda que traz um som realmente único e não tenta ser nada do que não é. Esperamos desenvolver cada vez mais nossa autenticidade e profundidade nos tornando parte do time de bandas que fizeram e fazem história no cenário musical”, finaliza Rey.

Ouça o álbum Divino:

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