Francisco Iglesias
Francisco Iglesias
Fundador da Startup Juventude Reversa | Empreendedor Social | Artista Visual | Engenheiro na Área de Telecom
JUVENTUDE REVERSA

Envelhecer em canção: o Brasil canta o tempo com afeto e sabedoria

Da MPB ao pop-sertanejo, nossas canções mostram o envelhecer como humor, fé e reinvenção — o Brasil canta o tempo que passa e permanece

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Recentemente, o Portal do Envelhecimento publicou em seu Instagram um belo post sobre como a música brasileira fala do envelhecer, um tema que o portal trata com profundidade há mais de vinte anos. Poucas plataformas conseguem, como o Portal, unir pesquisa, sensibilidade e compromisso social para mostrar que a velhice não é um fim, mas uma nova forma de presença no mundo.

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Inspirado por essa reflexão, decidi revisitar o modo como nossas canções narram o passar do tempo — esse personagem invisível que atravessa o samba, a MPB e a própria alma brasileira.

Chico Buarque – O Velho Francisco (1987)

“Campeão do mundo em queda de braço / Vida veio e me levou.”

Chico faz do tempo um personagem íntimo, quase um companheiro de jornada. Em sua escrita, o envelhecer é reconhecimento e espelho — o olhar de quem aprendeu a ver a vida por dentro. Ele transforma a passagem dos anos em matéria de poesia: fala do que se perde, mas também do que permanece.

Gilberto Gil – Tempo Rei (1984)

“Tempo rei, ó tempo rei, ó tempo rei / Transformai as velhas formas do viver.”

Para Gil, envelhecer é evoluir. O tempo não é inimigo, é mestre. Sua música nos convida a enxergar o envelhecimento como reinvenção — um aprendizado contínuo de serenidade e aceitação.

Caetano Veloso – Oração ao Tempo (1979)

“Compositor de destinos / Tambor de todos os ritmos / Tempo, tempo, tempo, tempo.”

Caetano se entrega ao tempo como quem dança com ele — com reverência e beleza. Em suas canções, o envelhecer é diálogo entre o sagrado e o cotidiano, entre a poesia e o corpo que insiste em durar.

Milton Nascimento – Cais (1972)

“Invento novos mundos pra mim / E um deles é o cais.”

Milton canta o envelhecer pela via da memória. Em suas canções, o tempo é travessia, e o envelhecer, um retorno à essência. Suas melodias convidam à pausa, ao afeto e à gratidão — porque envelhecer, em Milton, é reencontrar a infância dentro de si.

Rita Lee – Tempo Nublado (1970)

“Casas desbotadas, como manchas tristes / Daquela roupa que não se usa mais / Tudo neste dia está envelhecido…”

Em Tempo Nublado, Rita traduz o envelhecer em paisagem. As imagens de casas desbotadas e roupas antigas falam de um tempo que passou, mas deixou marcas — não como ruínas, e sim como memórias.

Bruno Caliman & Ana Vilela – Envelhecer (2024)

“Um dia, você vai compreender / Que todo mundo vai envelhecer / Que todo mundo vai ficar grisalho.”

Na voz jovem de Ana Vilela e na letra madura de Caliman, o envelhecer é encontro de gerações — uma aceitação suave daquilo que iguala todos nós: a certeza do tempo que passa.

Michel Teló – O Tempo Não Espera Ninguém (2019)

“O tempo não espera ninguém / Não dá pra prender ele na mão.”

Teló transforma o envelhecer em sabedoria prática: viver o agora, aproveitar o amor e celebrar o que se tem. Sua canção é lembrete afetuoso de que o tempo é implacável — mas também generoso com quem sabe vivê-lo.

Alcione – Não Deixe o Samba Morrer (1975)

“Antes de me despedir / Deixo ao sambista mais novo / O meu pedido final: / Não deixe o samba morrer.”
Na voz marcante da Marrom, o envelhecer não é despedida — é passagem de bastão. A canção é quase um testamento simbólico: Alcione confia às novas gerações a missão de manter viva a chama da cultura e da emoção.

Roberto Carlos – Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo (1979)

“Esses seus cabelos brancos, bonitos / Esse olhar cansado, profundo.”
Roberto transforma o envelhecimento em reverência. O corpo cansado é sabedoria; os cabelos brancos, memória viva. Em suas canções, o amor não envelhece — amadurece.

Arnaldo Antunes – Envelhecer (2009)

“A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer.”

Com simplicidade e lucidez, Arnaldo sintetiza uma revolução silenciosa: aceitar o envelhecer como ato de vanguarda. Sua canção desarma o medo do tempo e o transforma em estilo, em coragem de existir — com o corpo, com a mente e com o coração em mutação.

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Esses artistas nos ensinam que o tempo não se mede apenas em anos, mas em camadas de sentido. Suas músicas revelam que envelhecer pode ser ato de criação, de humor, de fé e de amor.

Num país que ainda insiste em confundir idade com obsolescência, a música brasileira — e o Portal do Envelhecimento — nos lembram que viver muito é uma conquista. E que aprender a envelhecer, com beleza e consciência, é talvez a arte mais difícil e mais necessária de todas.

P.S. Aproveito para convidar você a participar do Fórum São Paulo da Longevidade 2025 (de 27 a 29 de outubro, no Expo Center Norte – SP), o maior encontro dedicado à longevidade no Brasil, promovido pela Longevidade Expo + Fórum. Confira a programação e inscreva-se em longevidade.com.br — vamos juntos pensar o envelhecer com mais valor, presença e vitalidade.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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