Francisco Iglesias
Francisco Iglesias
Fundador da Startup Juventude Reversa | Empreendedor Social | Artista Visual | Engenheiro na Área de Telecom
JUVENTUDE REVERSA

Idosos avançam na internet, mas ainda há barreiras de acesso digital

Pesquisa do IBGE mostra salto de 11 milhões de idosos conectados em cinco anos; uso do celular domina, mas limita possibilidades e reforça exclusão tecnológica

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O Brasil, assim como diversos países, experimenta uma transição demográfica acelerada com o envelhecimento populacional. Entre 2012 e 2024, a proporção de pessoas com menos de 30 anos caiu de 49,9% para 41,9% do total, enquanto a de idosos (60 anos ou mais) subiu de 11,3% para 16,1%. Os dados são da Pnad Contínua, divulgada em 22 de agosto pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre as Grandes Regiões, a Região Norte concentra a maior população jovem, com 41,7% dos habitantes abaixo de 24 anos. Já o Sudeste (17,9%) e o Sul (17,3%) lideram em participação de idosos, refletindo processos distintos de envelhecimento e desenvolvimento social.

A mesma pesquisa também confirma a rápida expansão do uso da internet entre a população idosa. Em 2024, 69,4% dos brasileiros com 60 anos ou mais estavam conectados, contra 44,8% em 2019. Em números absolutos, são 11 milhões de idosos a mais conectados à rede nos últimos cinco anos — um salto expressivo para um grupo que historicamente enfrenta barreiras tecnológicas.

De acordo com o IBGE, o avanço da conectividade entre os idosos está ligado à popularização dos smartphones, do WhatsApp e do acesso digital a bancos e serviços públicos. Nesse mesmo ambiente, porém, também prosperam as plataformas de apostas — hoje um dos setores que mais cresce no universo online brasileiro — mas ainda fora do radar da pesquisa.

O salto na conectividade não elimina os obstáculos. Dois em cada três idosos que permanecem fora da internet afirmam não saber como utilizá-la. A falta de conhecimento técnico segue como a principal barreira.

Entre os idosos que já se conectam, o padrão segue o do país: o celular é quase universal, a TV ganha espaço e o computador perde terreno. Na prática, a maioria dos domicílios depende apenas do celular — quase sempre em planos pré-pagos, com dados limitados que se esgotam rápido. Basta assistir a um programa no YouTube para consumir todo o pacote. Isso garante inclusão básica, mas restringe possibilidades: o celular serve para conversar, pagar contas e assistir a vídeos; o computador, cada vez menos presente, é ferramenta de produtividade — com ele é possível escrever, editar, produzir conteúdo, fazer mais. Quando o acesso se limita ao celular, o idoso entra na rede, mas continua distante dos usos mais avançados e criativos da tecnologia.

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Programas de alfabetização digital, iniciativas de ONGs, prefeituras e empresas têm buscado reduzir esse abismo. Mais do que números, trata-se de garantir que o crescimento da conectividade seja de fato inclusivo e acessível.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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