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Quando vi Emerson Leão, um dos grandes treinadores que tivemos, e Oswaldo de Oliveira, fraquíssimo e que nunca foi um técnico de ponta, serem mal-educados, grosseiros e desrespeitosos com o técnico italiano Carlo Ancelotti, num evento promovido pela Federação dos Treinadores, na sede da CBF, confesso que fiquei com uma grande vergonha e indignado. Ancelotti, sempre educado e polido, ficou sem graça, mas manteve sua bela postura, sem revidar ou retrucar. Leão é conhecido por ser sincero e sempre me deu muito bem com ele por isso, mas a sinceridade tem limite e o que ele fez foi uma falta de educação. Já Oswaldo de Oliveira foi deselegante, mal-educado, grosseiro, covarde. Usou expressões chulas, e o tom de voz exagerado causou um grande mal-estar entre os presentes. Alfredo Sampaio, um dos dirigentes da Federação de Treinadores, se desculpou pelos “colegas”, mas o caldo já havia entornado. Confesso que, em quase 50 anos de futebol, jamais vi tal grosseria.
O fato me causou espécie, justamente por saber que Leão e Oswaldo trabalharam no exterior, principalmente Japão e mundo árabe, o que implica dizer que eram técnicos estrangeiros por lá. Então, por qual motivo não querem aceitar treinadores estrangeiros no Brasil? Em seu discurso, Leão falou uma coisa certa: se temos hoje tantos técnicos estrangeiros trabalhando no país é por culpa justamente dos treinadores brasileiros, que não se reciclaram, são preguiçosos e que acham que sabem tudo de bola. Realmente os técnicos brasileiros não vão à Europa estudar, não querem se modernizar e aprender. A fortuna que esses caras ganham por ano dá muito bem para ficar um mês no Velho Mundo, fazendo estágio com Guardiola e seus pares para aprender. Sim, aprender, já que sabem muito pouco de tática, de como fazer uma equipe se comportar.
Reconheço que o Brasil é pentacampeão do mundo somente com técnicos brasileiros, mas isso num passado em que havia craques e gênios da bola. Atualmente, com essa geração “Nutella” e fraca, os problemas de nossos treinadores e a falta de conhecimento de futebol mostraram uma outra realidade, de técnicos despreparados, enganadores, como Tite, por exemplo. Inventou um “titês”, enganou uma legião de baba-ovos, e fez um trabalho pífio em seis anos no comando da Seleção, sendo eliminado em duas Copas do Mundo com futebol bem pobre. Tite, Mano e Felipão, que tomou de 7 a 1 da Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo do Brasil, no Mineirão, ajudaram a acabar com o futebol brasileiro. Não temos um treinador jovem, promissor, com capacidade de mudar a nossa história, e o avanço de treinadores estrangeiros por essas bandas vai aumentar ainda mais. Já tivemos 11 deles trabalhando em equipes no Brasileirão, hoje, se não me engano, são 9, todos talentosos, de qualidade e que têm trazido para cá o que há de mais moderno. O mister Leonardo Jardim, técnico do Cruzeiro, é um grande exemplo de competência, qualidade, transparência e muito estudo.
Carlo Ancelotti é o melhor técnico do mundo e ganhou tudo nas principais ligas europeias. Tenho minhas restrições pelo fato de ele não ter conseguido ganhar com equipes medianas, pois conquistou taças somente com os gigantes, mas isso não tira dele a qualidade ímpar. E o fato de não ganhar a Copa do Mundo em 2026, tenho certeza disso, também não irá desvalorizá-lo. Como eu já falei e escrevi, a safra é a pior da história e Ancelotti não faz milagre. Claro que Leão e Oswaldo de Oliveira, e a maioria dos técnicos brasileiros, torcem pelo fracasso dele para poderem meter o pau e dizer que estavam certos. A realidade, porém, se mostrará diferente. Dirá que temos sim o melhor treinador do mundo, mas que nossos jogadores não estão à altura da camisa amarela e nem de representar nosso país numa Copa do Mundo, com algumas exceções. Sem bons limões, não se faz uma boa limonada, e é sobre isso que estou falando. Para Leão e Oswaldo vai aqui um recado: destilem seu ódio em suas casas, convivam com seus “demônios” e procurem domá-los longe de eventos públicos para não serem nunca mais deselegantes, mal-educados e grosseiros. Vocês envergonharam uma nação, na casa do futebol brasileiro.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
