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Abel Ferreira é um grande treinador, dos melhores que já vi. Reinventa o Palmeiras a cada temporada, e, recentemente, mandou embora vários jogadores, três deles para o Atlético: Gabriel Menino, Patrick e Rony. Liberou também seus dois laterais, Mayke e Marcos Rocha, de tantos serviços prestados.
O Palmeiras é candidato ao título do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores. Até aí tudo bem. Entretanto, Abel, tem dois grandes defeitos: nunca assume os erros pelas derrotas e sempre arruma desculpas esfarrapadas. A de domingo, após perder para o Bahia, num jogo em que o tricolor baiano foi melhor o tempo todo, foi absolutamente esdrúxula: Abel reclamou do gramado da Fonte Nova.
Como pode um técnico que tem grama artificial em seu estádio reclamar da grama natural? O piso da Fonte Nova pode até estar em mau estado, mas dizer que a grama natural causa lesões é uma “heresia”. O que causa contusão, principalmente de ligamento cruzado, é o gramado sintético, que deveria ser proibido no Brasil, pois em lugar nenhum do mundo civilizado, onde há seriedade nas competições, ele é permitido.
Concordo com Rogério Ceni, que detonou Abel, após a entrevista coletiva do técnico palmeirense em Salvador. Parece piada o cara reclamar das contusões musculares de seus jogadores, atribuindo isso ao gramado natural.
Abel, me perdoe, mas você está chato, ranzinza e se sente o dono do mundo. Quem ouve suas declarações pensa que você inventou o futebol. Assuma seus erros quando sua equipe não jogar bem. Pare de procurar culpados, de inventar historinhas. Repito: você é o melhor técnico estrangeiro que já aportou por essas bandas, mas tenha mais humildade e sabedoria. Você tá parecendo um técnico que conheci, que dizia: “eu ganhei, eles perderam”. O caminho não é esse. O Palmeiras não vai jogar bem sempre.
Outra coisa: pare de reclamar do calendário. Aqui funciona assim e é a única forma de pagar o seu alto salário. Vocês são engraçados, querem ganhar muito e jogar pouco? Karl-Heinz Rummenigge, presidente do Bayern de Munique, declarou durante o Mundial de Clubes, nos EUA: “Não me venham reclamar do número de jogos. Para ganhar a fortuna que vocês ganham, precisamos jogar o maior número de partidas e de torneios”. Entendeu, Abel?
Se não suporta mais o excesso de jogos e as cobranças de torcedores e da imprensa, volte para Portugal. Você tem que ser grato ao Brasil, ao Palmeiras e aos seus torcedores por terem te dado essa oportunidade. Te garanto que, se você deixar o Palmeiras, nenhum gigante europeu vai contratá-lo. Caia na real e agradeça a Deus pela oportunidade. Agradeça também à presidente Leila Pereira, a melhor dirigente do futebol brasileiro, que pensa grande e é muito correta. Ela adora seu trabalho e acerta em manter você por esses anos todos.
Não te conheço pessoalmente, mas te acho um baita técnico, dos melhores que já vi. Porém, você, como pessoa, transmite arrogância e falta de humildade. Esse conjunto não te levará muito longe. Seu potencial é excelente, mas tem que assumir erros, parar de jogar a culpa nos outros e crescer como ser humano e como treinador.
Pare de reclamar, está muito chato. A cada entrevista é um tédio. Muitas das vezes você é agressivo com os profissionais de imprensa. Cada um desses, formado e diplomado, tem o direito de enxergar o jogo da própria forma, ninguém é obrigado a concordar com você. E as perguntas não têm que ser aquelas que você quer ouvir e sim a que o telespectador, leitor ou ouvinte deseja. Mais humildade, menos arrogância, e continue seu belo trabalho de campo.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.