Jaeci Carvalho
Jaeci Carvalho

Renato falou as verdades que os pseudojornalistas não gostam de ouvir

A cada coletiva é um suplício ter que responder a perguntas idiotas, de quem não tem formação, não estudou e se acha o dono da verdade

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O Fluminense foi eliminado da Copa Sul-Americana e o técnico Renato Gaúcho pediu demissão. O Flu está bem no Brasileirão, na semifinal da Copa do Brasil e, recentemente, ficou em quarto lugar no Mundial de Clubes, mesmo sem a grana que têm Flamengo e Palmeiras. Claro que Renato não saiu por causa da eliminação de terça-feira e sim porque não suporta mais os pseudojornalistas, que mal falam o português, que criam canais e que têm uma legião de imbecis os seguindo. Sem a menor qualificação, curso superior ou história no jornalismo. São esses caras que querem contestar um dos maiores jogadores da história, um técnico vencedor, um cara honesto como Renato Gaúcho. As entrevistas coletivas estão recheadas dessas figuras, que acabam atrapalhando os profissionais sérios, com currículo e história no jornalismo e no futebol.

Renato é campeão do mundo e Libertadores como jogador, atuou ao lado dos grandes gênios da bola e viveu uma época em que a imprensa era de outro calibre. Aos 65 anos, tenho o privilégio de pertencer a essa geração, assim como Renato, que tem 62 anos. Cobri a Seleção Brasileira com ele, Zico, Reinaldo, Luizinho, Éder, Sócrates, Júnior e tantos outros craques que sabiam conversar com a imprensa, que eram nossos amigos e que entendiam uma crítica como construtiva. Por isso, sou amigo de todos eles, até hoje, e adoro relembrar os velhos tempos. Sim, nunca neguei, sou saudosista mesmo, pois vivi a melhor época do futebol mundial. Estive ao lado de Beckenbauer, Platini, Zidane, Ronaldo, Figo, Beckham, enfim, convivi com o que de melhor já houve no futebol mundial. Hoje, os caras dão um “chutezinho” na bola e se acham intocáveis, com seus fones de ouvido gigantes, cabelinhos pintados e pouca inspiração nos gramados, onde deveriam aparecer.

Renato está de saco cheio disso tudo. A cada coletiva é um suplício ter que responder a perguntas idiotas, de quem não tem formação, não estudou e se acha o dono da verdade. Outro grande erro no jornalismo de hoje são as televisões darem espaço a ex-jogadores. Há uma centena deles, mal-preparados e comentando futebol na tevê. Não é porque jogaram, que são grandes analistas, muito pelo contrário. Quando vi que uma determinada emissora contratou Felipe Melo, que nunca foi exemplo de nada e que como jogador sempre foi desleal, eu realmente entendi que o jornalismo acabou. Por isso, quando meu amigo Galvão Bueno me convidou para voltar à TV eu agradeci e disse não. Sou formado, premiado como jornalista, e não vou me submeter a comentários de quem não tem formação. Claro que há alguns ex-jogadores que eu respeito e que têm alto nível, como Júnior, Casagrande e Falcão, por exemplo, mas, a maioria é despreparada, inclusive com erros crassos de português.

Eu criei meu canal de Youtube, dedicado ao Cruzeiro Esporte Clube, mas eu não deixo de exercer o jornalismo, e criticar, quando os jogadores merecem, e elogiar, no mesmo tom. Sou formado, premiado e preparado para tal. Tenho o respeito dos atletas, dirigentes e técnicos. O grande problema hoje é que há torcedores, com microfones na mão, se passando por jornalistas e atrapalhando as entrevistas. É cada pergunta idiota e tanta gente “passando pano” que dá nojo. É uma pena ver um treinador de tanta qualidade, como o Renato, se afastar. Vai chegar o dia em que ninguém mais vai querer treinar os times brasileiros, pois a cada entrevista é um massacre, desumano. Vamos repensar o jornalismo, a ética, a formação? Já passou da hora de separarmos o joio do trigo, antes que o futebol morra, pois, agonizando, ele já está há algum tempo.

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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