Jaeci Carvalho
Jaeci Carvalho
coluna do jaeci

SAF só dá certo quando há amor envolvido

Lucro no futebol, para mim, são as conquistas e taças, e sei que a família Lourenço pensa exatamente assim

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As SAFs estão trazendo ao Brasil uma nova geração de dirigentes, comprometidos com a verdade, a transparência e a qualidade. Claro que nem todas são assim, mas eu pego como exemplo a SAF do Cruzeiro, que tem Pedro Lourenço, presidente, e em Pedro Junio, vice, dois empresários bem-sucedidos em suas empresas, fazendo o mesmo trabalho no clube. Em pouco mais de um ano, conseguiram transformá-lo numa entidade que teve de volta a sua credibilidade, crédito e qualidade. Não é fácil reconstruir algo que havia sido praticamente destruído, por gestão fraudulenta, segundo a Justiça, e que envolve amor e paixão.


O Cruzeiro ressurgiu das cinzas, quando já havia gente pondo a pá de cal, para enterrá-lo. Ronaldo Fenômeno teve a coragem de assumir o clube, num momento difícil, mas, não tinha dinheiro para colocar e fazer aquilo que o torcedor desejava: uma equipe competitiva, em condições de disputar de igual para igual com seus pares. A venda do clube para a família Lourenço foi o sonho da China Azul que virou realidade.


E não adianta alguém imaginar que outro empresário faria o que Pedro Lourenço e Pedro Junio fazem. Eles fazem com a paixão, com o amor de quem é torcedor de verdade. De quem sofreu quando quase destruíram o clube, de quem teve a responsabilidade de assumir uma dívida de quase R$ 1 bilhão e conseguiu recuperar a entidade.


É sabido que se a bola não entrar na casinha, nada feito, e o torcedor, passional que é, vai detonar, vai dizer que o planejamento foi errado. Mas, como esses caras são do bem demais, a bola está ajudando, pois buscaram um técnico inteligente, visionário e anos-luz à frente dos seus pares. Leonardo Jardim caiu como uma luva, compactuando com a transparência e qualidade que os donos dão ao clube. Jogadores que se achavam “maiores” que o Cruzeiro, foram mandados embora. O comando do futebol mudou e tudo passou a funcionar.


Claro que as despesas são altas, mas o Cruzeiro não atrasa salários ou pagamentos. E com a receita de apenas R$ 350 milhões anuais, ao passo que Flamengo e Palmeiras estão na casa do bilhão, tudo fica mais difícil. Mas é aí que entra a paixão dos donos, que tiram do próprio bolso e não medem esforços para ter um time competitivo, em condições de ganhar taças.


Eu gosto de gente que olha no olho, que cumpre seus compromissos e que demonstra transparência e decência. Pedro Lourenço sempre esteve ao lado do Cruzeiro, mesmo quando era apenas conselheiro não se furtava a ajudar o clube.


Não conheço o modelo das outras SAFs do país. Sei que a do Botafogo tem um dono que não conhece a história do clube e que está lá para ganhar dinheiro. A do Bahia também é fria, pois pertence ao grupo City, que também visa lucros. A do Atlético também tem gente apaixonada pelo alvinegro, mas ainda não deu certo. Já a do Cruzeiro é movida por paixão, amor, responsabilidade e formação de um grande time.


O objetivo de Pedro Lourenço e Pedro Junio são as taças. Eles não querem lucros, mas sabem que a conquista de troféus, que é o DNA do Cruzeiro, proporciona uma arrecadação maior. Claro que querem equacionar as dívidas e transformar o Cruzeiro numa potência, mas isso demanda tempo e paciência. Chegará um dia em que o clube será autossuficiente e que os donos não precisarão aportar dinheiro, como fazem hoje.


Fico feliz em ver a torcida reconhecendo o trabalho sério, transparente e de qualidade. Não há crise no clube. Os donos ainda trouxeram o executivo Paulo Pelaipe, vencedor nato, que foi diretor do Grêmio por 20 anos e ganhou tudo, além de também ter sido multicampeão no Flamengo em 2019. Na nova filosofia, só há espaço para a contratação de jogadores jovens, que possam dar retorno técnico por várias temporadas e financeiro no futuro.


Na minha visão, uma SAF só tem sentido se for assim, com gente apaixonada, que conheça e tenha vivido a história do seu clube. Aventureiros, que entram no futebol somente para aparecer, como é o caso de Textor, não me agradam. Lucro no futebol, para mim, são as conquistas e taças, e sei que a família Lourenço pensa exatamente assim.


Feliz do torcedor azul quem tem donos apaixonados, com o único objetivo de aumentar a quantidade de troféus na galeria deste gigante das Minas Gerais. Reconhecer o que tem sido feito é obrigação dos cruzeirenses. Hoje o clube tem time, grupo, banco, técnico e dirigentes comprometidos. O objetivo traçado, que é o de uma vaga na Libertadores em 2026, está perto de ser concretizado, mas pode até vir recheado de uma ou duas taças, pois quando se trabalha com amor, clareza, transparência e competência, o resultado é esse.


O Cruzeiro está em ótimas mãos e a China Azul reconhece isso muito bem. O Cruzeiro não está e não estará à venda. A família Lourenço já garantiu isso. Não há dinheiro que pague as conquistas que virão e o amor de uma legião de 14 milhões de torcedores, que aumenta a cada dia. O gigante está de pé, e voa em céu de brigadeiro!

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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