
Nós te amamos Mineirão
Meu último jogo no estádio foi no turno do Brasileirão deste ano, Cruzeiro 2 x 1 Palmeiras. Acho que sou pé quente quando estou nesse gigante
Mais lidas
compartilhe
SIGA NO

Deixei para escrever sobre o Mineirão, Gigante da Pampulha, neste domingo, por ser o dia nobre do futebol. Sexta-feira, nosso maior palco completou 60 anos e eu tive e tenho privilégio de fazer parte dessa linda história, onde também houve decepções, como os 7 a 1 que a Alemanha nos aplicou na Copa de 2014, mas vivi ali muito mais conquistas do que perdas. São incontáveis jogos, êxitos inéditos, títulos repetidos, enfim, esse estádio nos deu alegrias proporcionais ao seu tamanho. Quantos shows maravilhosos, como o de Elton John, Paul McCartney ou a despedida do nosso Skank. Ali eu vi o Cruzeiro ser bicampeão da Libertadores, ganhar várias Copas do Brasil, e três Brasileiros (2003, 2013 e 2014). Vi também o Atlético ganhar sua primeira e única Libertadores, em 2013, e o Brasileiro e Copa do Brasil de 2021. O estádio que já foi palco para os dois maiores times de Minas Gerais hoje é chamado, carinhosamente, de “Toca 3”, pela torcida do Cruzeiro, tamanha a sua identidade com o estádio.
Pelé teve no Mineirão sua maior decepção, quando viu o Cruzeiro de Piazza, Natal, Evaldo, Dirceu Lopes e Tostão, entre outros, enfiar 6 a 2 no Santos. Ali também eu vi Ronaldo Fenômeno marcar 3 gols, em cobranças de penalidades, contra a Argentina, em 2005, e vi o mesmo Fenômeno entortar o uruguaio Kanapkis, zagueiro do Atlético, que está procurando o atacante cruzeirense até hoje. Vi Ronaldinho Gaúcho encantar a massa alvinegra e levantar o único troféu que não tinha, a Libertadores. Convivi com grandes repórteres, narradores, comentaristas, e participei, se não me engano, em 1999, de uma pelada de artistas contra ex-jogadores. Minha família também conhece o estádio e o ama como eu. Levei meus filhos a jogos de Cruzeiro e Atlético lá, e também na Copa do Mundo de 2014, nos jogos contra Chile e Alemanha. A última vez deles foi Brasil 3 a 0 em cima da Argentina, pelas Eliminatórias da Copa de 2018. Ah, Mineirão, como nós te amamos e te agradecemos por existir.
Já estive aí com mais de 100 mil pessoas, mas sua capacidade foi reduzida, por questões de segurança. Meu último jogo no estádio foi no turno do Brasileirão deste ano, Cruzeiro 2 x 1 Palmeiras. Acho que sou pé quente quando estou nesse gigante. A reforma te tornou mais bonito, mais atraente, a esplanada ficou linda. E o nosso feijão tropeiro? Não há igual no mundo, e olha que conheço a maioria dos estádios desse mundão de Deus. Nada se compara a você, Mineirão. O Gigante da Pampulha é a nossa casa e fica quase as margens da Lagoa da Pampulha, que hoje consegue respirar, com águas mais limpas e claras. A Igreja da Pampulha, obra do mestre Oscar Niemeyer, também está pertinho de você, Mineirão. E o Mineirinho, mais tímido, porém com importância gigantesca. Um complexo esportivo maravilhoso, que deixa o povo mineiro cheio de orgulho. Vida Longa, Mineirão, espero estar vivo para comemorar muitos e muitos anos o seu aniversário, em 5 de setembro. E ainda quero contar muitas histórias de jogos e decisões nessa maravilhosa casa. Obrigado por você existir e contar a história do nosso futebol com tanta grandeza, amor e emoção. “Aha, uhu o Mineirão é nosso”!
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.