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Uma realidade triste, sem volta, que constatamos a cada temporada. O Campeonato Brasileiro é uma competição desmoralizada, que há tempos caiu no descrédito do torcedor. Jogos em campos ruins, qualidade técnica na lama, tempo de bola rolando em torno de 45 minutos num total de 100, com os acréscimos, e a pior arbitragem do mundo. Sim, sem critério, sem isonomia, olhando a cor da camisa do clube A e B. Agora, então, piorou ainda mais, pois com dois clubes bilionários, Flamengo e Palmeiras, não sobra praticamente nada para os outros 18 da série A. Diga-se de passagem, o time carioca e o paulista estão certíssimos, pois se tornaram superavitários pela competência e qualidade de suas diretorias. Os outros deveriam copiar para se estabelecerem também. Técnicos demitidos a cada derrota, a cada rodada, e, em alguns estádios, jogos com torcida única, caso de Minas Gerais, porque o estado está dizendo que essa “guerra foi vencida pelos poucos bandidos que infestam as organizadas”.
Aliás, tivemos na terça-feira mais uma invasão de CT, com jogadores e dirigentes sendo obrigados a ouvir desaforos de gente que não trabalha e que tem tempo para ameaçá-los. Dessa vez, foi no CT do Santos, por causa da acachapante derrota por 6 a 0 para o Vasco. Neymar e cia tiveram de ouvir, calados, as ameaças de um chefe de facção. Sim, esses caras são chefes de gangues, e, para o espanto geral, diante de policiais, que ficam também calados, sem impedir tal manifestação no local de trabalho dos atletas e comissão técnica, como se algumas pessoas ameaçando os jogadores pudessem mudar a técnica e a performance. Terça-feira foi no CT do Santos, mas são cenas recorrentes, Brasil afora, o país da impunidade, onde presos comemoraram a eleição do atual mandatário. Onde uma deputada diz que “assalto é permitido sim”, e que entende o lado dos ladrões; onde o presidente diz que “roubar um celular” não faz mal nenhum. Se o país está nesse desgoverno, o futebol segue a cartilha, pois só é um mundo à parte, na questão salarial, com uma economia quebrada e salários irreais para os atletas.
Quero me ater a arbitragem que a cada jogo decide que vai ganhar ou perder. Sim, é o que temos visto em quase todos os jogos. Erros crassos, muitas das vezes na cara dos árbitros, que não assumem mais nada em campo. A jogada acontece diante deles, bem colocados, mas preferem ignorar o lance, esperando que o VAR os acione. Como no “vargonha” só tem árbitro incompetente, também vira uma bagunça só, e, em cada partida, uma equipe que trabalhou a semana toda é prejudicada. Causa-me espécie perceber que o Cruzeiro tem sido prejudicado, sistematicamente, como se houvesse uma campanha para prejudicar o time azul, por se intrometer entre Flamengo e Palmeiras. O que essa gente da CBF parece querer é que o Brasileirão se torne um campeonato espanhol, com Flamengo e Palmeiras se revezando nas taças, e, vez ou outra, um intruso atrapalhe tais planos. A arbitragem brasileira virou caso de polícia, uma calamidade. E não me venham com essa conversinha fiada de que “é preciso profissionalizar a arbitragem”. Um cara que ganha R$ 40 mil por mês, apitando 8 jogos, é mais do que profissional. O que falta é uma preparação melhor, um centro de treinamento e dedicação exclusiva, e, em alguns casos, vergonha na cara.
O torcedor já não acredita mais na lisura das competições, principalmente quando uma equipe fora do eixo Rio São Paulo entra para ganhar a taça. Vou citar aqui como o Cruzeiro perdeu 5 pontos nos dois últimos jogos, por erros crassos dos árbitros. Contra o Santos, no Mineirão, o jogo estava empatado em 1 a 1 quando Kaio Jorge tabelou com Matheus Pereira e marcou um golaço. O péssimo árbitro Wilton Pereira Sampaio, em cima do lance, viu que não houve nada de anormal na jogada, e confirmou o gol. Porém, Neymar foi ao seu ouvido reclamar. O VAR entrou em ação, sugeriu a revisão e Wilton anulou o gol legítimo. Covarde que é, não assumiu aquilo que tinha visto, e preferiu seguir a orientação do “vargonha”. No jogo seguinte, Mirassol e Cruzeiro estava 0 a 0 quando o jogador José Aldo jogou vôlei na área dele, num pênalti dos mais vergonhosos dos últimos tempos. O árbitro Bruno Arleu, também em cima do lance, preferiu ignorar, e sequer foi chamado pelo VAR. Viram como é simples fazer o serviço sujo, minar uma equipe que não seja do Rio do SP e decidir os rumos da competição? Pois é, é exatamente sobre isso que estamos falando. Na dúvida, pró-réu, e esse réu é sempre um time desses dois estados. Não dá mais. O Brasileirão e todas as competições da CBF estão manchados por uma arbitragem péssima, horrorosa e tendenciosa, para não dizer coisa pior. Até quando os times de Minas e Rio Grande do Sul, principalmente, serão prejudicados?
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.