Jaeci Carvalho
Jaeci Carvalho

Um colírio para os amantes do futebol de verdade

Quando a gente assiste a um jogo de Champions League e, à noite, vai assistir a uma partida do futebol sul-americano, percebe a distância abissal que nos separa

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Estou seguindo para a minha 15ª final de Champions League, dia 31, em Munique, onde fiz também, em 2012, Bayern de Munique x Chelsea, e o time inglês sagrou-se campeão pela primeira vez na casa do rival. Dessa vez, o time bávaro foi eliminado nas quartas de final pela Inter, que bateu o Barcelona e é uma das finalistas para encarar o PSG, que chega à sua segunda final do torneio. Já revelei que depois de cobrir oito finais de Copas do Mundo, in loco, e 10 no total, eu troco qualquer final de Mundial pela da Champions, exceto a decisão de 2022, entre Argentina e França, que foi uma final épica, com 3 a 3 no tempo normal e prorrogação, e Argentina campeã nas penalidades, com Messi, merecidamente, levantando o troféu mais importante do planeta bola. Quando a gente assiste a um jogo de Champions League e, à noite, vai assistir a uma partida do futebol sul-americano, percebe a distância abissal que nos separa.

E para o deleite dos amantes do futebol, Barcelona e Inter de Milão proporcionaram dois jogos épicos, com empates em 3 a 3, no tempo normal, e vitória do time interista, na prorrogação, por 4 a 3. Foram 13 gols em dois jogos muito parelhos, de altíssima intensidade, qualidade e vontade. Quando tudo parecia perdido para a Inter, em sua casa, quando o Barcelona vencia por 3 a 2, de virada, depois de tomar 2 a 0, vem o zagueiro italiano e empate, “no apagar das luzes”, como diriam os narradores. Aí, na prorrogação, o Barça teve a chance de virar, novamente, mas a belíssima atuação do goleiro suíço Sommer, e a trave, não deixaram o time catalão avançar. Que jogador é esse Lamine Yamal. Durante o jogo, conversei com meu amigo Edmílson, zagueiro campeão do mundo em 2002 e campeão da Champions, com o Barça, em 2006, em Paris, jogo que também cobri. Perguntei a ele se Messi era como Lamine Yamal, no começo da carreira, e Edmílson respondeu: “acompanhei toda a evolução de Messi, mas como Lamine Yamal, com essa idade, 17 anos, eu nunca vi. O futebol dele é assombroso e uma delícia de se ver”. Edmílson tem razão. O que esse garoto tem feito, já com o título de campeão europeu com a Espanha, e seu protagonismo no Barça são coisas do outro mundo. Que jogador!

O Barça não chegou, mas tem time para mais cinco edições da Champions, pois os jogadores são jovens e de muita qualidade. Pedri, Olmo, Ferri, Lamine Yamal e outras peças de altíssimo nível. Que timaço esse do Barcelona. Muito provavelmente, será campeão espanhol, já ganhou a Copa do Rei e ajudou a fazer a demissão de Ancelotti, no rival Real Madrid. Voltando a falar do jogo de terça-feira, os caras não desistem nunca, não se jogam no chão, não simulam que foram agredidos no rosto e não cercam o árbitro quando há uma decisão contestada. Simplesmente aceitam a decisão, ainda que equivocada, e segue o baile. Isso chama-se fair play, respeito às regras do jogo e, acima de tudo, respeito ao torcedor. Fosse no Brasil e Hulk já estaria cercando o árbitro – estou citando-o porque é o jogador mais “raclamão e chorão” do Brasil –, mas a maioria é assim. O único país no mundo em que o árbitro sai escoltado pela polícia é no Brasil. Um vexame! Também, o nível da arbitragem está na lama, como o nosso futebol.

Com a provável saída do atual presidente da CBF é preciso que a entidade seja moralizada, com decisões corretas, em prol do futebol e do povo brasileiro. Não dá mais para a CBF cuidar das competições, isso é papel dos clubes, com a criação da Liga. A confederação deve cuidar somente da Seleção Brasileira, e ponto! As denúncias contra Ednaldo Rodrigues, que pipocam a cada dia, são gravíssimas e não há mais como o STF mantê-lo no cargo. Espera-se ainda para esta semana a demissão dele e não vai adiantar tentar se segurar com um possível anúncio de Carlo Ancelotti como técnico da Seleção. Ednaldo foi um dos piores presidentes da história da entidade, e a crítica aqui, diga-se de passagem, é ao dono do cargo e da cadeira, jamais a pessoa, que não conheço e nem quero conhecer. Por mudanças urgentes na CBF, para que possamos voltar a praticar o futebol do passado, que se assemelhava bem ao que vemos na Champions League. Os europeus nos copiaram e fizeram tudo com excelência. Pobre futebol brasileiro. Vivemos do passado maravilhoso, com um presente que dá dó e um futuro tenebroso, enquanto os desmandos continuarem.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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