
O hexacampeonato em cima de um velho freguês
O jogo de volta será apenas para o alvinegro dar a volta olímpica e levar mais um troféu estadual para casa
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O Atlético é hexacampeão mineiro, depois de enfiar 4 a 0 no América, seu velho freguês, no primeiro jogo decisivo. Alguns dirão: “calma, tem o jogo de volta”. Balela, né, gente! O jogo de volta será apenas para o alvinegro dar a volta olímpica e levar mais um troféu estadual para casa. Se não me engano, o time mineiro é o maior vencedor de estaduais pelo país. O Atlético impôs a sua superioridade do começo ao fim do jogo, e ainda contou com a expulsão do jogador americano.
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Na última coluna que escrevi, antes do Carnaval, afirmei que o Galo vem forte na temporada, com contratações pontuais e excepcionais, e que Cuca é aquele treinador que ajeita qualquer time, tendo ou não peças. Deixar ele começar um trabalho na temporada é o segredo para que tudo dê certo. Títulos ninguém pode garantir, nem mesmo os próprios jogadores, mas que o alvinegro vem forte para disputar as taças com seus pares, disso eu não tenho dúvida.
E digo mais, que diferença faz um treinador. Fosse Cuca o técnico daquela decisão com o Botafogo, em que o jogador do time carioca foi expulso com 1 minuto de jogo, e o Galo teria sido bicampeão da Libertadores. Milito mostrou-se incompetente e ainda tomou três gols no lombo. É muita incompetência ter um homem a mais, numa decisão, e perder por 3 a 1. Mas é passado, e o futebol é bom por isso. A perda de uma taça dói, mas em seguida o ano vira, a temporada nova começa e as esperanças são renovadas.
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O Flamengo tem o melhor time e grupo da América do Sul. Seu time reserva é melhor que outras 16 equipes do país. Isso também não lhe garante taças, mas acredito que com Palmeiras, o próprio Atlético, Cruzeiro, Corinthians e Internacional, vai brigar pelas competições.
O Timão está praticamente eliminado da Libertadores, já que tomou 3 a 0 do Barcelona de Guayaquil, que tem um time forte, e não acredito que reverta, no Itaquerão. Mas tem um grupo forte sim. O Inter está muito bem, mas é aquela incógnita de não ganhar uma taça importante há tempos. O Cruzeiro, depois da pré-temporada de 38 dias, acredito que estará no ponto, já que tem um técnico excepcional e um grupo de jogadores vencedores e experientes. O Palmeiras também se reforçou bem e como divide com o rubro-negro as conquistas dos últimos 10 anos, exceto em 2021, quando o Galo ganhou Brasileiro e a Copa do Brasil, e é candidatíssimo a tudo também.
Muita gente fez “meme” do presidente do América, Alencar Júnior, que disse que seu time “seria campeão mineiro e que venceria o Galo”. Ele estava no papel dele, de pensar positivo e acreditar na conquista. Alencar é uma figura doce, um cara do bem e um americano nato. Gosto muito dele, mas, no íntimo, ele sabia que seu time não tinha condições de competir com o Atlético. E que o Coelho abra o olho, pois a Série B é muito complicada e voltar à elite nesta temporada será uma tarefa dificílima.
Ao Galo, nos resta dar os parabéns pelo hexacampeonato mineiro, pela equipe muito bem montada e pelo técnico Cuca, para mim, o melhor treinador brasileiro em atividade. Esse Galo vai dar trabalho e vai conquistar muitas vitórias na temporada, principalmente no seu caldeirão. Se sem Hulk o time enfiou 4 a 0 no lombo do América, imaginem se o artilheiro e ídolo estivesse em campo.
Se cuida América, pois, se bobear, tem caixa para mais quatro no sábado que vem. E vai aqui um elogio ao diretor de futebol Victor Bagy, que critiquei ano passado, por ser ainda muito cru na função. Ele fez contratações de impacto e de muito valor. Claro, tudo baseado em pedido do técnico Cuca. Não tenham dúvidas, o Atlético é sim candidato a tudo o que vai disputar na temporada.
Dor de Luighi
A dor do jovem Luighi, do Palmeiras, que foi atacado por racistas no Paraguai, é a dor de todos nós que somos do bem, e mais um crime recorrente e covarde mundo afora. A Fifa deveria punir os clubes, no caso o Cerro Porteño, do Paraguai, eliminando-o da competição, e os racistas deveriam ser presos e punidos com penas de mais de 10 anos. Somente assim teremos o fim desse crime cruel, nojento e covarde.
Pior foi ver o insensível repórter, se é que aquilo é repórter, perguntar sobre o jogo e não sobre a dor do garoto. Foi preciso Luighi interpelar o tal repórter perguntando se ele “estava mesmo indagando sobre o jogo e não sobre o crime cometido pelo torcedor do Cerro”, que, aliás estava com uma criança no colo. Se as autoridades fossem sérias, prenderiam o criminoso, entregariam a criança para a mãe. Um monstro desses não pode educar e criar uma criança.
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O choro de Luighi é o choro de todos nós, pais, que repudiamos qualquer tipo de crime e preconceito, ainda mais racial, para mim um dos crimes mais covardes e nojentos da humanidade.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.