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“Há males que vêm para o bem”, diz o velho ditado. Pois é, a eliminação da fase final do Mineiro está dando ao Cruzeiro o que nenhum outro clube brasileiro teve ou terá nos últimos tempos: 35 dias de preparação para a estreia no Brasileirão, contra o Mirassol, no fim de março. Claro que é uma vergonha o time celeste não chegar à final, e perder três jogos em oito disputados num campeonato fraquíssimo, dos piores do país, entre todos os falidos estaduais, mas isso não é o fim do mundo. O fim do mundo era o lugar em que o Cruzeiro se encontrava, quando foi assaltado, saqueado e jogado aos leões. Hoje, o clube está refeito, com pagamentos de dívidas em dia, recuperação judicial e um time forte sim. Claro que os “engenheiros de obra pronta” vão meter o pau, dizendo que está tudo errado e sem conserto. Não vejo assim. É um grupo forte, com jogadores campeões por onde passaram e que eram pretendidos por times de São Paulo, que não tiveram dinheiro para contratá-los. É nítido que alguns não estão entregando em campo, nem metade do que deles se espera, mas nada como um grande período de treinamentos para ajustar a coisa. Esta semana, por exemplo, seis dias de treinos e apenas uma folga, que aconteceu na segunda-feira. É isso mesmo, só com o trabalho esse time será capaz de melhorar.
Gabigol, a quem reputo como grande artilheiro, está numa fase ruim. Sim, ele está, mas a bola tem chegado pouco ao ataque. Falta um grande criador no meio-campo, que poderia ser Matheus Pereira, caso ele estivesse de corpo, alma e coração no Cruzeiro. Mas ele está só pela metade, pois a outra metade dele está na Europa, em que time eu não sei, pois a única proposta concreta foi a do Zenit, que ele recusou já na “prorrogação”. Qualidade ele tem de sobra, mas precisa entregar mais, estar mais integrado ao grupo e aos objetivos. Deveria vir a público dar uma entrevista coletiva, dizendo que quer ficar, que quer retribuir o carinho que recebeu na temporada passada e apagar a péssima imagem que construiu nos últimos jogos. Humildade não é defeito, é virtude. Assim como ele, William e Marlon são excelentes laterais. Estão em descrédito com o torcedor, mas podem muito bem recuperar o tempo perdido. Se não quiserem mais jogar no clube, aí é outra história. Apresentem propostas de outro time interessado, que possa ressarcir o Cruzeiro e tudo certo. Ninguém precisa trabalhar insatisfeito.
O técnico Leonardo Jardim foi o sonho do Flamengo, Botafogo e outros times brasileiros, mas foi o Cruzeiro o felizardo a contratá-lo. Conversei com pessoas ligadas ao clube, que me falaram maravilhas do pouco tempo de trabalho dele. É um técnico visionário, com conceitos bem modernos de futebol e até mesmo na vanguarda. Ele só não é mágico, pois não tem uma vara de condão para fazer o time jogar bem do dia para a noite. Porém, com esses 35 dias, terá condições de ajustar a equipe, moldá-la do seu jeito e dar um norte ao Cabuloso. Nunca vi outro jeito de se superar um mau momento que não seja o trabalho. E, no futebol, tudo passa, tudo se esquece. Bastará o Cruzeiro começar bem o Brasileirão, estrear bem na Copa do Brasil e Sul-Americana para os ventos soprarem a favor, exceto para aqueles que odeiam o clube, que torcem contra e que querem vê-lo destruído. Uma pena que essa gente seja tão odiosa e invejosa. Não vejo a imprensa paulista meter o pau nas equipes de lá, uns contra os outros. Ao contrário, os quatro clubes têm o mesmo tratamento, principalmente por parte da Federação Paulista de Futebol, que trata os filiados com isonomia e igualdade. Esse grupo do Cruzeiro vai brigar por coisas grandes nesta temporada. O caminho é de falar menos e trabalhar mais, e é isso que todos estão fazendo no clube, sob o comando do presidente, Pedro Lourenço.
Elefante Letrado
A rádio Elefante Letrado, criada pela família Vontobel, de Porto Alegre, e comandada pela fundadora, Scheila Vontobel, é uma plataforma digital voltada para a leitura e educação dos jovens, com uma programação de músicas exclusivamente nacionais, que tem por objetivo incentivar a leitura, tão em desuso pelos jovens, conectados aos celulares. Uma programação leve, com várias curiosidades e dicas, que passa a mensagem para que os pais leiam com seus filhos, e que esses peguem o gosto pela leitura. É uma rádio por aplicativo e sou ouvinte assíduo aqui nos Estados Unidos. Baixe o aplicativo da Rádio Elefante Letrado e você se lembrará das cantigas da nossa época (A Hora da Cantiga), e de valores de família, tão esquecidos nos dias atuais. Como uma pessoa que leu a vida toda, eu e minha esposa lemos todas as noites. “Leia para o seu filho, leia com o seu filho”, esse é o lema da maravilhosa rádio Elefante Letrado. Parabéns pela iniciativa Ricardo Vontobel e Scheila.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.