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Pep Guardiola e Carlo Ancelotti são considerados os melhores técnicos do mundo. O primeiro só dirigiu grandes equipes. Barcelona, onde foi campeão da Champions em 2009 e 2011, tendo em Messi, Iniesta e Xavi os grandes protagonistas. Bayern de Munique, onde só ganhou o Campeonato Alemão, e Manchester City, com cinco Premier League e uma Champions. O detalhe: os três times, gigantes europeus, com dinheiro sobrando nos cofres. Guardiola nunca dirigiu um time médio da Europa – Roma, Bayern Leverkusen, Lazio, por exemplo. Portanto, nunca saberemos se ele realmente é o melhor técnico do mundo, pois com o dinheiro dos clubes pelos quais passou, contratando quem bem entender, até eu, que nunca fui treinador, serei campeão. É só jogar a camisa para o alto e pronto.
Não estou me desfazendo do trabalho dele, pois vejo muitas virtudes, mas é preciso falar a verdade. Deem a ele um time médio, se ele fizer um grande trabalho, aí eu vou me curvar. Caso contrário, manterei minha opinião. Quem tem mais valor: Xabi Alonso, dirigindo o modesto Bayern Leverkusen, campeão alemão na temporada passada, desbancando o Bayern de Munique, ou Guardiola, com os bilhões de “petrodólares” dos Emirados Árabes Unidos? Na minha visão, Xabi Alonso.
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O mesmo acontece com Carlo Ancelotti, que ganhou cinco Champions League, duas com o Milan e três com o Real Madrid, times poderosos e milionários. O Real Madrid contrata quem ele bem entende. O Milan, na época de Ancelotti, também. Ancelotti já teve experiência em times médios e não conseguiu absolutamente nada. Dirigiu o Everton, da Inglaterra, e o Napoli, da sua Itália. Passou em branco e foi demitido.
Aliás, já dirigiu 10 times e só obteve sucesso nos gigantes. É o único campeão nas principais ligas europeias, Itália, Espanha, Inglaterra, França e Alemanha, por isso, o acho melhor que Guardiola, mas, assim como o espanhol, só ganha em equipes que têm muito dinheiro e que contrata os melhores jogadores do planeta.
Acho que minha colocação é bem coerente, baseada em fatos concretos. José Mourinho, por exemplo, foi campeão da Champions com o Porto, que é gigante em Portugal, mas não tem o peso de outras equipes europeias. E ganhou também com a Inter, de Milão, que não é tão gigante assim. Os títulos de Mourinho têm mais peso que os de Guardiola e Ancelotti na Champions.
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Sempre digo que a participação de um técnico numa equipe é de 10 a 15%. Se ele fizer sua parte como gestor e tiver o mínimo de esquema tático, com grandes jogadores, os títulos serão consequência. Tive o prazer e a honra de trabalhar com os dois melhores, Telê Santana e Carlos Alberto Silva, que nunca tiveram tantos gênios da bola como tiveram Ancelotti e Guardiola. Os brasileiros, sim, têm grande valor pelo que fizeram.
Carlos Alberto Silva foi campeão brasileiro com o Guarani. Isso é um feito gigantesco. Telê Santana fez belíssimos trabalhos por onde passou. Mesmo assim, eles sempre disseram que os donos do espetáculo são os jogadores. Ganhar com grandes times, com gênios da bola, é muito mais fácil. Ser vencedor com time medianos e sem dinheiro é outra história.
Nesse aspecto, valorizo muito Vanderlei Luxemburgo. Por onde passou montou grandes times, tirou jogadores de uma posição e os pôs em outras, onde renderam mais, e com pouco dinheiro, já que o futebol brasileiro nunca teve moeda forte. Muitos dizem que ele “fracassou” no Real Madrid. Estão mal informados. Ele pegou o Real Madrid no returno do Espanhol, com 10 pontos atrás do Barcelona, e conseguiu tirar seis pontos de diferença, que não foram suficientes para ser campeão.
Beckham e Zidane me disseram certa vez, em jantar em Madri, que nunca treinaram tanto quanto treinavam com Luxemburgo, e que ele era um dos melhores treinadores da história. Só foi demitido porque Ronaldinho Gaúcho, no Barça, fez dois gols, deu show no Santiago Bernabéu e seu time derrotou o Real por 3 a 0. R10 foi aplaudido de pé, e aí não tinha como manter o Luxa lá. Para mim, ele continua a ser o Pelé dos técnicos.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.