
Os grandes clubes europeus nem sabem quem é Matheus Pereira
O Cruzeiro estava doido para se ver livre dele. Se antes pensava até em renovar por mais dois anos, agora acredito que a diretoria cansou
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Escrevo esta coluna antes do clássico América x Cruzeiro, portanto, sem considerar o resultado, pois quero falar sobre Matheus Pereira. Um jogador diferente, de qualidade e de toques refinados na bola. Foi o melhor camisa 10 do turno do Brasileiro de 2024, mas, desde aquele jogo com o Botafogo nunca mais mostrou competência. Some nos grandes jogos, se encolhe até nos menores e nem de longe lembra o atleta elogiado por todos. Eu mesmo fiquei encantado com seu futebol, mas, assim como a China Azul, fui percebendo que me enganei.
Quando falamos das qualidades, a gente vislumbra apenas um período curto e chega à conclusão que Matheus Pereira é mais um jogador comum, sem brilho, sem objetivo. Por onde passou não deixou saudades e não conquistou títulos de expressão. Aos 29 anos, teve o apoio da torcida, da imprensa e dos dirigentes do Cruzeiro, mas, há oito meses tem sido um jogador bem comum e problemático para o momento.
Jurou amor ao Cruzeiro, se dizendo torcedor do clube. Entretanto, suas últimas declarações têm sido polêmicas e até certo ponto agressivas contra a China Azul. Após perder o clássico contra o Atlético Mineiro, deu uma entrevista infeliz ao dizer que “eu queria sair para a Europa, pois minha mulher que criar nosso filho, que vai nascer, lá fora”. Após uma derrota para o grande rival, ele declara isso.
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Criar um filho fora do país é direito de todo cidadão e, nesse ponto, eu o apoio, porém, o momento da declaração foi o pior possível. Não foi a primeira vez que ele falou em sair. A direção do Cruzeiro disse que jamais houve qualquer proposta por ele, exceto a do Zenit, que chegou na segunda-feira e provocou um turbilhão, justamente na semana decisiva de um clássico contra o América, que vale vaga na final do “rural”.
Depois de aceitar a proposta, o Cruzeiro deixou o jogador à vontade para decidir ir para a Rússia. Ele treinou em apenas um período, saiu para fazer exames e só faltava assinar o novo contrato. Papéis foram trocados entre os clubes, valores acertados e o staff do jogador feliz pela negociação. Na última hora, porém, Matheus Pereira voltou atrás, resolveu ficar e o Cruzeiro perdeu uma boa grana.
Em pesquisa no meu canal de Youtube, JaeciCarvalhoEsportes, e na Samuca TV, do craque Samuel Venâncio, a rejeição ao jogador passou de 80%. Vi torcedores vibrando com a possível saída dele, se prontificando até a “levá-lo ao aeroporto” para não correr o risco de ele desistir. Mas ele desistiu está integrado ao grupo. Causou um mal-estar a semana toda, não foi para a Rússia e agora fica à disposição do treinador. Está fazendo o Cruzeiro de “gato e sapato”, se achando um Zidane. Aliás, o craque francês jamais teve um comportamento assim e, nem de longe, MP lembra Zidane. Acho que nem a chuteira de treino dele engraxaria.
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Matheus Pereira criou um problema para ele mesmo. Até pedi que o torcedor o apoiasse, pois é preciso primeiro pensar no Cruzeiro, mas as respostas não são animadoras. Ninguém mais acredita ou confia nele, justamente pela instabilidade. O Cruzeiro estava doido para se ver livre dele. Se antes pensava até em renovar por mais dois anos, agora, acredito que a diretoria cansou.
Se ficar até o fim do ano, poderá assinar um pré-contrato e sair livre para onde quiser. O Cruzeiro precisa vendê-lo para, pelo menos salvar o que pagou pelos 50% dos direitos econômicos, mais salários. De solução, Matheus Pereira passou a ser grande problema. E só há um caminho para fazer as pazes com o torcedor: jogar muita bola, ser protagonista, marcar gols e dar assistência em clássicos.
Acho que ele tem de vir a público dar uma satisfação ao torcedor. A diretoria também precisa se manifestar. O Cruzeiro tem dono, e ninguém está acima do Cruzeiro Esporte Clube. Respeito acima de tudo, ao clube a aos 14 milhões de torcedores espalhados pelo mundo.
Se ele estiver passando por algum grave problema pessoal, aí sim será preciso que todos entendamos, pois é um ser humano como todos nós. Se não for isso, porém, não há justificativa para ele vir a público toda hora e dizer que quer jogar na Europa. Entre querer e poder há uma distância gigantesca e tem que haver vontade dos dois lados, mas o que percebemos é que o Velho Mundo e as grandes Ligas nem sabem quem é Matheus Pereira.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.