Ivan Drummond
Ivan Drummond
Repóter de Polícia e Esportes. Participei da cobertura e sete edições dos Jogos Olímpicos, Cobertura Copa do Mundo. Ganhador de dois Prêmios "Esso", em 1985 e 1987. Ganhador Prêmio Nacional Petrobras, com a série de matérias "Hilda Furacão"
HISTÓRIAS DO ESPORTE

Um resgate na Copa do Mundo de Clubes que tem de ser seguido

Os times brasileiros têm jogado um futebol bonito, que busca o gol adversário. Há quanto tempo a gente não via isso?

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A Copa do Mundo de Clubes, disputada nos EUA, traz de volta o passado, a memória de um tempo que se foi. Justamente. De certa forma, resgata detalhes e histórias, como por exemplo a evolução tática do futebol.

Estamos vendo os times brasileiros se destacando. Os resultados empolgam e, na verdade, o desempenho de nossas equipes, por enquanto, deveriam servir de lição para a Seleção Brasileira.

Pois é justamente a equipe canarinho que estou recordando.

A partir de 1958, até 2002, muita coisa mudou no futebol mundial e isso se deve à Seleção Brasileira, mais precisamente ao talento do jogador brasileiro, que deixou os europeus loucos.

Como marcar Garrincha e Pelé? Este foi um questionamento que durou anos. Começou em 1958 e perdurou por mais quatro anos, quando o Brasil ganhou o bicampeonato mundial.

Era um ataque sensacional, com Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo. Mas tinha um outro detalhe. Havia com eles um armador, Didi, que era sensacional, fora de série.

A Seleção Brasileira, naquela época, usava um sistema diferente, o 4-2-4 (quatro defensores, dois meio campistas e quatro atacantes), mas, na verdade, eram cinco jogadores que defendiam e cinco que atacavam. E sem que ninguém percebesse, Zagallo voltava para fechar.

E isso, ao ser percebido pelos europeus, fez com que eles mudassem seu sistema de jogo, armando equipes defensivamente para enfrentar o Brasil. O negócio era parar o nosso time.

O time brasileiro seguiu sendo o martírio dos europeus. Em 1970, Jairzinho, Pelé, Tostão e Rivelino. No meio, o genial Gérson, na armação.

Os europeus sacrificaram os pontas, assim como um atacante. Nascia o 4-4-2 e, posteriormente, veio o 4-5-1.

E o Brasil, o que fez? Regrediu. O futebol brasileiro, ao invés de continuar ofensivo, retroage. Passou a copiar os europeus. “Só joga quem marca” parece ser o lema.

E o futebol brasileiro sacrifica pontas, depois atacantes de centro. Joga com apenas um na frente. Os laterais são obrigados a atacar e, assim, abrem espaços, em suas costas, para os atacantes adversários.

Mas o pior é sacrificar o meio-campo. O armador não existe mais, pelo menos por aqui. Nossa criatividade é “zero”.

Pois, neste Mundial de Clubes, o que vemos são equipes brasileiras diferentes, as quatro, jogando ofensivamente, até mesmo quando um treinador arma o time para barrar um ataque adversário, que é muito forte.

Os nossos times conseguem jogar ofensivamente, acuando os adversários, principalmente os europeus, em seus campos defensivos.

Os times brasileiros conseguem passar confiança para o torcedor ou espectador de modo geral, afinal de contas, aqui em Minas, torcedor de times de Rio e São Paulo não formam um número tão expressivo.

Mas jogam um futebol bonito, que busca o gol adversário. Há quanto tempo a gente não via isso?

Aí estão exemplos, que não deveriam, mas sim, têm de ser copiados pela Seleção Brasileira.

O resgate do nosso futebol está por aí. E tomar que treinadores de equipes de base de nossos times estejam vendo e adotem o sistema, o antigo. Aquele que dá liberdade de criação.

E que formem armadores.

Didi, 1958 e 1962. Depois Gérson, em 1970. Ainda tínhamos Rivelino, Paulo César, Dirceu Lopes, Ademir da Guia, Adílio, Amauri Horta.

Pela volta de jogadores que tenham condições de trazer de volta o nosso futebol.


As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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