
E assim nasce um gigante do esporte
A construção do Mineirinho começou como uma aventura, pois em BH e Minas Gerais não havia um ginásio seguro e com capacidade para grandes eventos
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Mineirinho, apelido do Ginásio Poliesportivo Jornalista Felippe Drummond. É o maior equipamento destinado ao esporte especializado da América Latina, detentor dos recordes de público no futsal (antigo futebol de salão) e no vôlei. Só perde quando jogos dessas modalidades foram disputadas em estádios de futebol.
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A sua construção começou com uma aventura, isso porque nem em Belo Horizonte, nem em Minas Gerais havia um ginásio seguro e com capacidade para grandes eventos.
Enquanto o Rio de Janeiro tinha o Maracanãzinho e São Paulo o Ibirapuera, a torcida mineira não dispunha de um ginásio que atendesse uma grande capacidade de público e atendesse às normas exigidas para competições nacionais e internacionais.
Na capital mineira, havia apenas o ginásio do DI (Divisão de Infantaria da PM), no Prado; o do Colégio Municipal, na Lagoinha; do Exército, no Santo Agostinho, e o do Minas. Esses eram os considerados de grande porte na capital.
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Mas nenhum desses ginásios tinha um distanciamento seguro entre a quadra e a grade que separava o público, sendo que o ginásio do DI não tinha, sequer, arquibancada. As pessoas assistiam aos jogos de pé, ao lado da grade.
No Exército e Municipal, uma arquibancada pequena. Por isso, todos os eventos de grande porte tinham de ser realizados no Minas, que tinha capacidade para pouco mais de quatro mil torcedores. Foi assim, por exemplo, no Campeonato Mundial de Vôlei Feminino, em 1960, em que BH foi subsede.
Por isso, havia a necessidade de se fazer um ginásio de grande porte, para grandes eventos.
No Governo Rondon Pacheco (1971 a 1975), Alcindo Vieira, que era dono da Convap e o Secretário Estadual de Planejamento decide fazer um ginásio de grande porte, na Pampulha. Depois de um acordo com a UFMG, que já tinha cedido espaço para a construção do Mineirão, conseguiu autorização para a construção do tão sonhado ginásio.
Só que era uma obra da iniciativa privada e logo o dinheiro acabou. Não deu, sequer, para fazer a fundação do ginásio. O resultado, a obra, melhor, a ideia, foi paralisada.
Foi quando o governador Rondon Pacheco decidiu, em 1971, dar continuidade à ideia. Belo Horizonte teria o seu Palácio dos Esportes, que era o nome pensado inicialmente.
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O projeto foi desenhado pela equipe técnica de engenheiros da Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais, tendo à frente Alcindo Vieira, que era o idealizador inicial do projeto.
Em outubro de 1972, a Ademg, então administradora do Mineirão, assinou convênio com a UFMG, que cedeu a área de 93 mil metros quadrados, pertencente à Universidade, para construir o ginásio.
A obra teve início nos fins de 1973, com a previsão de custo aproximado de 300 milhões de Cruzeiros, a moeda da época.
A inflação, na época, era galopante. A previsão inicial da obra teve de ser abandonada e o novo projeto, que era exigido, tinha uma pequena diferença no recálculo diferencial. Novos estudos foram feitos.
Em princípio de 1976, já haviam sido gastos R$ 50 milhões de Cruzeiros e não havia mais recursos financeiros. Como consequência, a obra foi novamente paralisada.
Aureliano Chaves assumiu como governador em 1975 e tinha como um dos principais propósitos continuar a construção do Palácio dos Esportes. A construção foi retomada em 1977.
Para isso, foi feito um novo estudo, para que a construção pudesse ser executada sem maiores exigências.
A obra foi concluída em novembro de 1979 e a inauguração ocorreu em 1980, pelo então governador Francelino Pereira.
O nome do ginásio é um caso peculiar na história da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O chamado Palácio dos Esportes não tinha um nome e era preciso batizá-lo, assim como era o Mineirão, que leva o nome do Governador Magalhães Pinto.
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O deputado estadual Ademir Lucas, do PMDB, propôs, então, que se chamasse Jornalista Felippe Hanriot Drummond, e justificou explicando, no projeto, que o espaço, dedicado ao esporte, deveria ser também uma homenagem à imprensa esportiva de Minas Gerais.
O projeto foi aprovado por unanimidade. É um dos poucos casos da ALMG em que houve aprovação unânime no plenário. O nome do ginásio: Jornalista Felippe Augusto Hanriot Drummond.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.