
Encontro musical no Palácio das Artes emociona público
MPB4 e Kleiton e Kledir apresentaram sucessos da carreira de ambos celebrada em turnê que já dura três anos
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A apresentação do MPB4 e a dupla Kleiton e Kledir já estava quase pela metade, sexta-feira (4/7), no Palácio das Artes, quando Kleiton, emocionado, citou a presença de Sirlan, um dos nomes mais importantes na música mineira entre os presentes que lotavam o grande teatro. Mas foi ao final da apresentação, no camarim do teatro, que, provavelmente, Kleiton percebeu o prestígio do encontro entre os músicos mineiros. Sirlan foi cumprimentá-los ao lado de John e Fernanda Takai, do Pato Fu, Henrique Portugal, ex- Skank, e os irmãos Claudio e Flávio Venturini. Todos reverenciando os donos daquela noite, mais uma inesquecível na história do Palácio das Artes. A foto que abre essa coluna é registro do encontro.
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MESTRES
Kleiton considera o maior barato voltar a essa terra. “Eu e Kledir começamos praticamente aqui, em BH, no Teatro Marília”, disse, sob aplausos. Lembrou ainda que nos anos 1980, o MPB4 gravou músicas da dupla. “O ‘Vira, virou’ fez um sucesso gigante, e eles nos levaram a tiracolo por aí. Fizemos várias cidades aqui em Minas nessa excursão. Foi um período lindo na nossa vida, de começo de carreira da dupla. Claro, muita correria, muita diversão e muitas histórias que não podemos contar aqui”, brincou. “Vocês não imaginam como é prazeroso poder participar de show com eles, com esse vocal único que eles fazem. É muito emocionante para todos nós”. Kledir, acrescentou: “Essa fase foi fundamental na nossa vida. Eles foram nossos mestres. Caímos na estrada e aprendemos muita coisa com eles”.
GARRINCHA
Miltinho quebra o tom solene, afirmando que com o MPB4 os gaúchos também aprenderam a jogar futebol. “Eles ficam se exibindo por aí dizendo que nos ensinaram a jogar bola, mas é mentira”, retrucou Kledir. “A gente tentou, mas vocês não aprenderam”, respondeu Miltinho. “O Aquiles – continuou Kledir – diz que jogou contra o Garrincha no Maracanã lotado. A foto que ele tem é um Maracanã lotado, o Garrincha e um cara de costas, que ele diz que é ele. Fiz as contas, na época, ele tinha dois anos”, falou para diversão da plateia.
SOTAQUE
Kledir reconheceu que a música mais difícil para ele, naquele repertório, é “A lua”. O problema, segundo ele, é acompanhar o sotaque do quarteto do Rio de Janeiro. “É que eu venho lá do sul, lugar onde se fala o português mais correto. Menti quem diz”, exemplifica o músico carregando o sotaque carioca em diz. Tenho que fazer um esforço”, argumentou, de novo, provocando risadas da plateia.
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PAZ E AMOR
A plateia se dividiu logo após “Cálice”. De um lado, gritos de protesto “sem anistia”, do outro vaias ruidosas. O show continuou até que pouco antes de “Paz e amor”, por coincidência ou não, Kledir deixou o recado. “Somos de uma geração que rompeu com tabus de comportamentos e sonhou fazer um mundo de paz e amor. Alguma coisa saiu errado”, ponderou. “Estamos vivendo uma era de ignorância, de agressões, de conflitos. Tenho escutado muita gente dizer que o mundo tem que mudar. O problema é que a maioria quer que os outros mudem para não ter que mexer nos seus privilégios”, foi aplaudido. “Para o mundo realmente mudar, temos que pensar mais no outro. O sentimento de amor ao próximo que será realmente capaz de tornar esse planeta um lugar muito melhor para a gente viver”, afirmou.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.