Gustavo Werneck
Gustavo Werneck
Formado em Comunicação Social (Jornalismo) na PUC Minas. Repórter do jornal Estado de Minas desde 1993.

Minas ganha dois memoriais: passado e presente em caminhos cruzados

Lado a lado em construção da década de 1940, um homenageia os 250 anos da Polícia Militar e outro lembra os primórdios do Colégio Dom Bosco

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"Memorial dos Salesianos"

"Memorial dos Salesianos"

GUSTAVO WERNECK/EM/D.A PRESS

 


Ouro Preto – Teve banda de música, discursos, demonstração de zelo pelo patrimônio, muito respeito pela nossa história e reverência a personagens ilustres. Em clima de festa, foi celebrada a abertura de dois espaços, um ao lado do outro, num hotel recém-inaugurado no distrito de Cachoeira do Campo, na ex-capital do estado. Os novos equipamentos culturais – “Memorial Primórdios”, da Polícia Militar de Minas Gerais, e “Memorial dos Salesianos”, a cargo da Inspetoria São João Bosco/Salesianos – ficam num imóvel que integra o complexo arquitetônico do Vila Galé Collection Ouro Preto, resort com investimento de um grupo português.


No sábado passado (24/5), a PMMG comemorou seus 250 anos, escalada que começou nessas terras localizadas atualmente a poucos metros da Rodovia dos Inconfidentes e a 25 quilômetros da Praça Tiradentes, no Centro Histórico de OP. O ponto inicial da história da instituição se deu em 9 de junho de 1775, com a criação, pelo então governador Dom Antônio de Noronha, do Regimento Regular de Cavalaria de Minas.


À Força recém-criada, a qual pertenceu o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, protomártir da Independência e patrono cívico da nação e das polícias brasileiras, caberia cumprir missões de naturezas militar e policial, especialmente no combate ao contrabando do ouro. O espaço que serviu de quartel da cavalaria (1779) e mais tarde atendeu à Coudelaria Real (1819) expõe documentos, livros, esculturas, linha do tempo, objetos de época e outros.


SALESIANOS


Sobre a casa da década de 1940, onde fica também o Memorial Salesiano, o padre Moacir José Scari, diretor administrativo e financeiro da Inspetoria São João Bosco, explicou: “Abrigava mulheres que trabalhavam no colégio e moravam longe com suas famílias. Assim, elas pernoitavam aqui algumas vezes”. O colégio esteve em atividade durante 100 anos, de 1897 a 1997.


Com destaque para uma tela do fundador da congregação salesiana, Dom Bosco (1815-1888), o memorial apresenta aos visitantes retratos de mestres e ex-alunos, uma antiga carteira escola, painel sobre uma sala de aula, pinturas e objetos que recontam essa trajetória educacional. Antes do educandário, a estrutura gigantesca sediou a Colônia Agrícola Dom Pedro II, renomeada posteriormente Colônia Agrícola Cesário Alvim.


O prédio restaurado e adaptado para o resort ficará em poder do grupo hoteleiro português durante 50 anos, por força de um contrato renovável. Segundo anunciou o presidente do Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, está programada a abertura de um memorial sobre o cavalo da raça mangalarga marchador, o que remente ao Quartel da Cavalaria (século 18) e à Coudelaria Real (século 19). Ele ficará no Centro Equestre MTostes, um dos atrativos do resort.


Os locais se encontram abertos à visitação também para quem não está hospedado no resort. Entrada franca, com horários ainda sendo definidos.

 

CATEDRAL DE PARACATU

CATEDRAL DE PARACATU

GUSTAVO WERNECK/EM/D.A PRESS - 30/9/24

 

CATEDRAL DE PARACATU TEM RECURSO GARANTIDO...

Em setembro, o EM esteve em Paracatu e denunciou a situação de alto risco – para a população e o patrimônio – da Matriz Catedral Santo Antônio, tombada pelo Iphan. Em 2 de novembro, um pedaço de madeira despencou do teto, e o templo foi fechado. Agora, a prefeitura local divulga que firmou acordo com a Mitra Diocesana e o Ministério Público de Minas Gerais para destinar recursos à reforma emergencial do bem com mais de 290 anos. Serão investidos R$ 2,5 milhões nos próximos dois anos, sendo R$ 1,5 milhão em 2025, para obras emergenciais, e mais de R$ 1 milhão, em 2026, diz o prefeito de Paracatu, Igor Santos.

 

IGREJA DO ROSÁRIO

IGREJA DO ROSÁRIO

GUSTAVO WERNECK/EM/D.A PRESS - 30/9/24

 


...MAS FALTA AGORA PARA IGREJA DO ROSÁRIO

Iniciativa muito bem-vinda, mas falta restaurar a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, de 1744, também alvo de denúncia aqui da coluna. Sob tombamentos federal e municipal, o templo em taipa guarda característica da área de transição entre Minas e Goiás. O problema atual reside na cobertura, o que levou à interdição do bem católico em dezembro de 2023. O projeto já foi aprovado na plataforma Semente, do MPMG.


PAREDE DA MEMÓRIA

Quem passa na Praça Sete, bem no coração de Belo Horizonte, talvez nem imagine que os quarteirões fechados vieram 74 anos após a inauguração da capital (1897). No final de 1971, houve a requalificação urbana (foto) para ordenar o trânsito e favorecer os pedestres. Os quatro espaços fechados têm nomes indígenas: Krenak ou Crenaque (trecho da Rua dos Carijós, entre a praça e Rua São Paulo), Pataxó (Rua dos Carijós até a Rua Espírito Santo), Maxacali ou Machacali (Rua Rio de Janeiro até a Rua dos Tupinambás) e Xacriabá (Rua Rio de Janeiro até a Rua dos Tamoios). Inicialmente, a medida dividiu opiniões, mas prevaleceu o bom senso: seguiu, na época, uma tendência mundial, e estão lá até hoje.

 

Grupo de mineiros, em caiaque e a cavalo, visitou cachoeiras, ranchos e outros locais por onde passou

Grupo de mineiros, em caiaque e a cavalo, visitou cachoeiras, ranchos e outros locais por onde passou

BETO MATEUS/ESP. EM


EXPEDIÇÃO 1

Em comemoração aos 200 anos da Expedição Langsdorff no Vale do Rio Taquaraçu, na Grande BH, um grupo de mineiros, em caiaque e a cavalo, visitou cachoeiras, ranchos e outros locais por onde passou uma das mais importantes expedições científicas realizadas no Brasil no século 19. Comandada pelo médico e diplomata alemão (a serviço do império russo), Georg Heinrich von Langsdorff, o Barão de Langsdorff (1774-1852), a incursão pelo interior de Minas reuniu botânicos, zoólogos, etnógrafos e linguistas.


EXPEDIÇÃO 2

Como desdobramento da expedição batizada “Taquaradorff”, os canoeiros vão cadastrar e implantar a Trilha Aquática do Rio Taquaraçu, que será norteada pelo turismo de base comunitária. Em pauta, levantamento das degradações ambientais, programas de educação ambiental e sensibilização dos proprietários rurais. Na comunidade de Taquaraçu de Baixo, em Santa Luzia, causou tristeza ver a situação do Teatro São Francisco, um dos únicos do mundo erguidos no meio rural.


“ESTRANHO FAMILIAR”

Durante muitos anos, o padre Marcelo Souza e Silva esteve à frente das obras de restauração do Santuário Arquidiocesano da Santíssima Eucaristia, mais conhecido como Igreja Boa Viagem, em BH. Agora em outras frentes de trabalho, o sacerdote lança hoje (2 de junho) o livro “Estranho familiar” (foto), compartilhando suas intuições, origens, ancestralidade e “explorando as complexidades e beleza das relações humanas que moldam quem somos”, conforme revela. Será às 19h30, na Igreja Boa Viagem (Rua Sergipe, 175), na capital.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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