
Cruzeiro está uma zona sem porteiro
Será que ninguém da SAF Cruzeiro ao menos pensou em monitorar possíveis ruídos dentro do grupo de jogadores por conta dessa disparidade salarial?
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A palavra ZONA, de origem grega, tem vários significados no dicionário, a depender do sentido do uso. Na sua definição clássica, “área, região, local ou terreno que corresponde a um dado espaço, demarcado sobre uma superfície mais extensa”.
Mas para a Anatomia pode ser “parte do corpo com limites relativamente precisos”. Na Astronomia, “região demarcada entre dois círculos paralelos traçados numa esfera”.
Quando citada na Ecologia, ZONA é “parte da paisagem que se caracteriza por vida vegetal ou animal uniforme”. Para a Geografia, é “cada uma das partes em que se divide a Terra, determinadas pela Linha do Equador, pelos trópicos e pelos círculos polares”.
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A Geometria usa a terminologia para descrever uma “região de uma superfície de revolução limitada por dois planos perpendiculares ao eixo de rotação”. Já em determinados esportes, ZONA é uma “área imaginária, do gramado ou quadra, correspondente a ações próprias de ataque ou defesa”.
Mas a maior frequência do uso da palavra ZONA pelo povão está ligada aos seus significados coloquiais:
- 1. área de prostituição de uma cidade, área de meretrício;
- 2. desordem envolvendo várias pessoas;
- 3. "Confusão, bagunça”.
“O Cruzeiro está uma ZONA.” Quando ouvimos esse desabafo – em tom de constatação – se multiplicar por entre os torcedores cruzeirenses, não é muito difícil acertar em qual dos sentidos do dicionário o verbete está sendo empregado.
Desde o episódio da fracassada (e patética) primeira tentativa de contratação do atacante Dudu junto ao Palmeiras, em meados de 2024, a Diretoria de Futebol da SAF Cruzeiro tem dados sinais de que teria vocação por produzir “bagunça”.
O “demite-não-demite” de Fernando Diniz, que durou quatro meses, confirmou a incompetência da Diretoria de Futebol, reforçando sua aptidão para promover “confusão”.
Até as fartas porções de língua nas mesas dos botecos, nas resenhas de boleiros, já avisavam: jogadores com contratos renovados na gestão de Ronaldo Nazário, quando havia um teto salarial, não iriam aceitar mansinhos a chegada de uma baciada de reforços com salários estratosféricos.
Será que ninguém da SAF Cruzeiro ao menos pensou em monitorar possíveis ruídos dentro do grupo de jogadores por conta dessa disparidade salarial? Fato é que ao compactuar e alimentar o jeito mercenário inerente à mercantilização do esporte, a Diretoria de Futebol provocou a “desordem envolvendo pessoas” que estamos assistindo dentro do elenco estrelado.
Em se tratando do significado “área de meretrício” para o verbete ZONA, existe uma profissão que já se tornou figura folclórica no linguajar popular brasileiro. Trata-se do PORTEIRO DE ZONA. Trabalhador que tem a nobre função de evitar bagunça e colocar o mínimo de ordem no entra-e-sai de frequentadores nesses ambientes.
Alexandre Mattos, que, seguindo a analogia, foi contratado para ocupar esse posto de “porteiro”, inclusive, recebendo um talão de cheque em branco para contratar quem quisesse e ao preço que fosse, não disse a que veio até agora. Um misto de soberba e falácia. Até mesmo o nosso treinador, Leonardo Jardim, já o desmascarou: “ter investimento não é sinônimo de ter bons jogadores.”
Fato é que o Cruzeiro não está só uma zona, mas sim, uma zona sem um porteiro que preste.
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Nesse cenário, a realidade é de uma escada livre para o “sobe-e-desce” de intrigas, confusões e bagunças. Onde não existe gestão de pessoas e nem respeito a algum tipo de manual de conduta. Onde não se controla ou blinda o acesso a informações internas e tampouco existe o gerenciamento profissional da comunicação. Hoje, quem fala “em primeira mão” pelo Cruzeiro não é sua Diretoria de Futebol ou a Comunicação do clube, mais sim canais de youtubers e influencers “cruzeirenses” cevados com privilégios de acesso e jabás; perfis caça-cliques de redes sociais; empresários e familiares de atletas e órgão de imprensa (da aldeia) que pertencem à Turma do Sapatênis.
O último que sair, que apague a luz vermelha.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.