Time e torcida fizeram festa no Mineirão na goleada por 3 a 0 diante do Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)

Time e torcida fizeram festa no Mineirão na goleada por 3 a 0 diante do Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press

Quantas crises desportivas vivenciamos durante a centenária história do Palestra/Cruzeiro de 1921 a 2024? Resilientes, desatamos todos esses nós da garganta. Quantas “quase mortes”, provocadas por organizações criminosas e administradores incompetentes, rondaram a instituição de 2019 a 2024? Nas ruas e nas arquibancadas, usamos a coragem na garganta para expulsá-los. Quantos preconceitos odiosos e privilégios imorais dos clubes das oligarquias belo-horizontinas foram usados para tentar nos diminuir? Respondemos a todos eles com a garganta a gritar “sou um multicampeão, sou Cruzeiro, tradição”.

 

O Cruzeiro Esporte Clube tem a dádiva de ser salvaguardado por um muro de concreto formado por 10 milhões de gargantas. Elas são a torcida cruzeirense, a Nação Azul, o Povão Azul, o único e natural patrimônio do futebol de Minas Gerais, mesmo contra o trabalho das serpentes midiáticas que, quando conivente para seus ataques covardes, se servem das benesses propiciadas pelas fortunas dos Bilionários do Brasil Miséria.

 

 

Domingo passado, no Mineirão, o estádio idealizado para ser a “casa do povo” (e não playground de condomínio ou baladinha de playboy), a Nação Azul, mais uma vez, honrou a sua posição de patrimônio do Time do Povo Mineiro. Empurrou, com 50.000 gargantas, o escrete estrelado para mais uma linda vitória, marcada pela alegria inerente ao caráter do torcedor e da torcedora cruzeirense.

 

Em campo, Matheus Pereira, o Mágico Azul, com sua cartola descolorida de peripécias inimagináveis, abriu os festejos. A cada gol, o Gigante da Pampulha, ensolarado, cantava junto com seu Povão Azul. Outras milhares de gargantas cruzeirenses faziam o mesmo pelas encostas de comunidades, morros, quebradas, serras e montanhas mineiras, os tais terreiros azuis e brancos de Minas Gerais.

 

Com o cair da noite de domingo, ao final da peleja contra o Corinthians, o Mineirão apagou suas luzes, cheio de agradecimento por continuar sendo lugar de memória de quem nunca lhe abandonou, a torcida do Cruzeiro. Em contraponto à Turma do Sapatênis do Bernard. Que em crise existencial, se emburrou. Fazendo biquinho para seus quatro papais, que um dia, lá atrás, haviam lhe dito: “filhinho, não precisamos dele (Mineirão). Papai fez um novinho para você. Não se misture mais com essa genitália.”

 

Que esse momento bacana do Cruzeiro, de recompensa pelos últimos cinco anos de intensa dor, não deixe a SAF Cruzeiro e o nosso Pedrinho do SuperPovão BH baixarem a guarda, pois frente ao chororô da Turma do Sapatênis do Bernad, descendentes dos Meninos Mimados do Coreto do Parque Municipal, logo surgirá um movimento vindo das serpentes midiáticas para tentar evitar o definitivo casamento eterno entre o Mineirão e o Time do Povo Mineiro.

 

Que o Mineirão continue felizão por andar abraçado com o povão alegre, azul e cruzeirense. Livre de uma “acústica” que só ressoa birrinha de boca lambuzada em guloseimas da varanda gourmet. Aquela velha história do garotinho riquinho e mimado que não sabe brincar e põe a culpa no brinquedinho do papai.